Uma semana na Régua
Voltei ao Porto no sábado, depois de cinco dias de algum descanso na Régua - digo "algum" porque no meio de cozinhados, hóspedes e discussões típicas de quem não está habituado a viver com amigos, o relaxamento nem sempre reinava.
Mas foi bom conhecer aquela zona - que também trago um bocadinho no sangue, pois um dos meus avôs é de lá -, passear pelo meio das vinhas já pintadas com uvas, ver o Douro lindo, mesmo ali ao lado e respirar aquele ar tão puro, típico do campo, onde nada se passa e onde a cidade parece uma realidade tão, tão longínqua. A casa onde fiquei estava toda renovada, tínhamos todas as condições e passamos lá uns belos dias de convívio - com tudo o que isso inclui, de bom e de mau.
À ida andei perdida durante uma hora pelas estradas nacionais e ainda hoje não faço a mínima ideia por que cidade andei; à vinda já fui pelo caminho certo, mais curto, mais rápido, mas mais exigente, tendo em conta as estradas nacionais - algumas bem apertadas e com penhascos não muito atraentes logo ali ao lado. Mas correu tudo pelo melhor, o corpo agarrou mais um bocadinho do moreno e a cabeça pôde descansar do tumulto que se está a viver aqui em casa.
Agora estou de volta, para carregar o meu mundo às costas. Não consigo chamar a isto férias - porque mesmo estando naquela calmia, a minha cabeça continuava aqui, preocupada, e a querer saber notícias ao minuto. Apesar de tudo, e da confusão generalizada, sei que ao fim do dia a minha cama está aqui, que tenho os meus minutos de sossego antes de fechar os olhos e que tenho os meus pais e a uns passos de distância. Estou em casa.