Uma mensagem a todos os craftycóolicos* como eu
Tenho rotinas muito fixas de manhã, logo depois de acordar. Uma delas é ficar durante um bocado na cama a jiboiar (e a acordar), ao mesmo tempo que pego no telemóvel e divago entre as mais variadas redes sociais, blogs e email. E enquanto estou a fazer scroll no feed do facebook, uma das coisa em que costumo parar são aqueles vídeos de três minutos ao estilo "5 utilizações da pasta de dentes que não fazia ideia", "ten hacks with bobby pins" ("dez truques com ganchos") ou temas do género, com clara importância universal.
Eu sei, eu sei: é quase vergonhoso admitir isto. Mas eu gosto! E tenho aquela reação típica de pensar "será que isto funciona mesmo?" e até guardo os vídeos para ocasiões futuras. E é claro que nunca, mas nunca os utilizo. Alguém acha que eu me vou lembrar de pôr Coca-Cola na parede para tirar manchas? Ou de lavar as mãos com pasta dos dentes para tirar o cheiro a cebola? Ou de abrir uma carica com o cinto de apertar as calças? Não acontece. Mas eu gosto de ver na mesma, acho todas aquelas ideias geniais (principalmente aqueles vídeos que dizem "10 dicas para sobreviver no campismo", que implicam o corte de latas de salsichas - e que provavelmente acabariam comigo numa maca de hospital com um corte grotesco algures no braço), mas depois nunca usufruo delas - até porque muitas implicam uma dose elevada de bricolage, algo que normalmente não me assiste.
Mas há uma semana fiquei deveras orgulhosa de mim porque finalmente tirei partido dos muitos minutos que perco a ver estes vídeos. Eles são pequeninos, é verdade: mas à quantidade que consumo, já lá vão algumas horas de vida. Tudo para culminar nisto: há uns meses comprei umas calças na Pull&Bear, das quais gosto muito, mas que me magoam um bocado na barriga. Elas têm o tamanho certo, mas apertam com botões, não têm o clássico fecho zipper: ou seja, quando me sento, as calças ficam dobradas para dentro e apertam-me o estômago. É daqueles defeitos que uma pessoa só dá conta depois de usar as peças, enquanto que nos provadores parece tudo maravilhoso e espetacular.
Passei a usa-las pouco porque, infelizmente, passo muito tempo sentada e aquele aperto me deixava em agonia. Até que se fez luz! Lembrei-me de uma técnica que vi nesses vídeos - na altura, era para ser usada em grávidas, mas uma pessoa tem de ser prática e ver as potencialidades de cada solução - fui buscar um elástico, enfiei-o na casa do botão e fiquei com muito mais espaço para respirar com liberdade. (Explicar isto por palavras não é tarefa fácil, mais vale verem a imagem abaixo).
Isto tudo para dizer que todos aqueles minutos matinais perdidos a ver vídeos em páginas do facebook de utilidade duvidosa podem, comprovadamente, dar frutos. A todos os membros da comunidade craftycóolica*, da qual obviamente faço parte, quero transmitir uma palavra de esperança. Acreditem: os nossos minutos não são em vão e um dia algo daquilo nos vai ser útil! Palavra de craftycóolica!
*palavra que deriva de crafty, uma das páginas populares do facebook dedicada a este tipo de vídeos