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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

02
Ago18

Tudo sobre a minha incrível viagem aos Açores (parte 2)

Eu acho que há razões para tudo. Hoje, perguntando-me porque é que demorei tanto tempo a lançar este post - quando ele estava quase todo escrito há mais de uma semana - acho que cheguei a uma conclusão: este é o meu último post sobre São Miguel e eu não me quero despedir da ilha. Depois de descrever a sensação de viajar sozinha, o drama da natação com os golfinhos, de partilhar um vídeo, de mandar fazer um álbum com as fotos e de ter partilhado parte desta experiência, resta-me fechar este capítulo. Perdoem-me: encostar este capítulo. A porta só fica encostada, não a fecho. Voltarei aos Açores, conhecerei as outras ilhas. Por agora, o fim da descrição da minha viagem:

 

Fui ainda a mais duas lagoas. O processo de seleção dos sítios onde fui passou, primeiro, por uma pesquisa à priori - onde vi desde blogs às recomendações do TripAdvisor - e depois por, já in loco, olhar para o mapa e pensar "se eu quero ir para ali, pelo caminho passo por aqui e acolá e talvez seja interessante parar". Para além disso, houve algumas vezes em que parei porque vi uma placa algures e me apeteceu sair do carro e respirar ou fotografar a vista. Ora, a Lagoa do Congro já ia planeada; a Lagoa de São Brás foi decidida quando cheguei a São Miguel e foi a minha primeira paragem de todas, mal peguei no carro - e dei logo de caras com centenas de hidrângeas (também conhecidas por hortênsias), vaquinhas e paisagens magníficas, por isso foi um bom início.

 

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Lagoa de S. Brás

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Lagoa do Congro

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Lagoa do Congro

 

A Lagoa de S. Brás não é um espanto, mas é de um sossego incrível - fica bem alta mas toda a sua envolvência é relativamente plana (dando para ver toda a sua pequena extensão) e o caminho dá acesso direto à água (sendo possível contornar a lagoa quase na totalidade, se não me engano), sendo o sítio perfeito para um pic-nic sossegado enquanto se vigia de longe os patinhos e se vê a água a baloiçar com o vento. Não tem o espanto de outras lagoas, mas ainda me parece pouco explorada, por isso tem o seu encanto.

A Lagoa do Congro também ainda é muito "pura" e o caminho até lá chegar também ajuda a que fiquemos encantados pela natureza. Só se ouvem os passarinhos. Do sítio até onde se pode ir de carro até à lagoa é, talvez, um quilómetro de caminho. Não há muito a temer: o trilho está bem definido e não tem praticamente perigo nenhum, apenas um ou dois troncos de árvores caídos e umas descidas (quase com "escadas") que se tornam fáceis com o apoio de uma das mãos. Se eu consegui ir, ainda para mais sozinha, acreditem que toda a gente consegue! Aquando da chegada à lagoa o ângulo de visão não é perfeito (a menos que sejamos exploradores e aventureiros); o sítio mais popular, que tem acesso direto à água, dá apenas para ver parte da lagoa (devido ao seu recorte) que, ao contrário da de S. Brás, fica envolta em árvores e rochas, dando um ar muito mais "fechado". Não há muitos sítios para se estar sentado e sossegado, é quase um "photo-stop", para apreciar e ir embora - até porque o espaço para se estar é pequeno e a afluência de pessoas acaba por ser alguma, portanto são raros os momentos de silêncio que temos aqui. Para mim, parte da beleza deste sítio deve-se também ao caminho que percorremos até lá.

 

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Vista das Sete Cidades do Monte Palace

 

Ainda voltei às Sete Cidades, noutro dia maravilhoso em que se conseguia ver a lagoa por completo. O guia da primeira tour, vendo-me interessada por fotografia e completamente apaixonada pela ilha, disse-me que eu tinha de ir ao Monte Palace porque era de lá que ia ter a melhor vista. Eu já tinha ouvido falar e feito as minhas pesquisas antes de ir, claro, mas entrar num sítio que diz "Perigo! Não entrar!" é coisa para me dar calafrios. Fi-lo pela conjugação de dois motivos: primeiro porque ele me garantiu que a vista era imperdível e segundo porque eu sei que em breve aquilo irá voltar ao ativo - as obras já estão a começar - e não haveriam muitas mais oportunidades para visitar o edifício. Então, contra tudo aquilo que seria meu costume, entrei. Filmei tudo com a GoPro - parte aparece no vídeo - e percebe-se perfeitamente que eu não estou minimamente confortável com tudo aquilo. Não sabia o que havia de esperar. Um edifício destes aqui no Porto, abandonado há não sei quantos anos, cheio de recantos e cantinhos, é meio caminho andado para albergar coisas que nem sempre são boas de ver. Mas acho que por se encontrar numa zona meio distante de tudo e por ser tão visitado por turistas, o edifício acabou por se tornar mais numa atração turística do que propriamente num sítio estilo albergue de sem-abrigo, consumo de estupefacientes e coisas do género. Não vi seringas nem esse tipo de objetos que espero encontrar num espaço destes - só umas garrafas de cerveja, que uns preguiçosos se "esqueceram" de levar para o lixo. Fora isso, não sobra nada do que era o hotel, com excepção de alguma alcatifa - nem um bocadinho da mármore das paredes, nem uma sanita... nada! O guia do dia anterior brincava dizendo que todas as casas de São Miguel tem alguma coisa do hotel, tal foi a dimensão da pilhagem. "Até os elevadores levaram!", contaram-me.

Isto quer dizer que todos deviam visitar o Monte Palace? Não. Levar crianças para lá é perigoso: não há proteções nenhumas, as escadas em caracol não têm corrimões ou apoios, o fosso do elevador está lá pronto para qualquer um fazer queda livre; um tombo em qualquer um daqueles lugares pode ser dramático. Neste aspeto, ir sozinha até foi bom: levei o meu tempo, avaliei o estado das coisas e todos os sítios onde fui e que pisei. Não me sentiria confortável em ir lá com "amigos-engraçadó-parvos", como vi alguns, que faziam barulhinhos "fantasmagóricos" e pregavam sustos uns aos outros. 

Mas vamos ao que interessa: a vista. Sim, é incrível. Eu não subi ao telhado, onde dizem que se vê melhor (não descobri o sítio), vi apenas de um dos quartos. É uma vista que eu gostava de ter desfrutado durante mais tempo mas eu não estava confortável naquele sítio nem com a sensação de estar a cometer uma infração. Vi, fotografei, dei meia volta e vim-me embora. Não sou, definitivamente, uma pessoa rebelde.

 

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A entrada do hotel

 

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 O estado de degradação do hotel

 

Depois de ter ultrapassado este stress (passar aquela placa e aquelas fitas agitou-me!) fiz a melhor coisa que podia ter feito: fui andar de paddle. Era algo que já queria fazer há cerca de dois anos e nunca tinha tido coragem - e que melhor altura para me aventurar do que esta? Mais uma vez, devo a dica ao meu primeiro guia, que me disse, ao pararmos na ponte que divide a Lagoa Verde, que se alugavam kayaks ali, depois de lhe ter dito que adorava esse tipo de desportos. Não sabia muito bem onde ficava a entrada da lagoa, segui o meu instinto e sentido de orientação e acabei por chegar lá - claro, sempre prevenida com o meu fato de banho e restantes coisas na mala do carro. Foi aí que vi que, para além dos kayaks, também haviam pranchas de paddle. "Nunca fiz isto na vida. Acha que me aguento?", foi a única coisa que perguntei à menina antes de me atirar ao lago. Ela disse que sim. E fui logo de pé! Fiquei tão orgulhosa. Atrapalhei-me toda com a pagaia no início, com as trocas de braços e coisa e tal, mas quando me habituei, foi uma experiência inesquecível. Fiquei por lá pouco menos de uma hora: primeiro com medo de apanhar um escaldão (esqueci-me do protetor) e de, no dia seguinte, não me mexer com dores nos braços. Foi pouco, mas bom - e quase de borla! Dez euros numa prancha de paddle, aqui no Continente, daria para para uns quinze minutos... e com sorte. Continuo a dizer que não há silêncio igual àquele que se sente quando se está no meio da água, num sítio sossegado e lindo como este. E nunca ter caído subiu-me o ego. Ter feito isto sozinha, sem me preocupar se o outros viam ou avaliavam, foi outra das razões que me fizeram adorar ter feito esta viagem a solo.

 

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A fazer paddle na lagoa

 

Por falar em água, voltemo-nos para as praias. Visitei duas, ambas de passagem - mas ficou o bichinho para fazer lá praia, quando um dia for com mais tempo. A primeira foi a praia dos Moinhos e a segunda foi a dos Mosteiros - adorei a areia preta e é incrível como a tonalidade muda de sítio para sítio. Ah, e os brilhantes que a areia pode ter... parecem cristais nos nossos pés! Quando na água, dá um efeito lindo. De realçar que as estruturas adjacentes são incríveis - na primeira a que fui, os quartos de banho (com duches) eram bonitos e cuidados, havia lava-pés e um bar muito completo; na outra existiam cinzeiros disponíveis para quem quisesse, também um bar, e sempre nadadores salvadores a postos para qualquer eventualidade. Fiquei tão fã deste pack completo ao nível de praias! É verdade que são pequeninas e o tempo é instável, mas como nunca há muita gente e o tempo tanto muda para sol como chuva, vale a pena o risco :)

 

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Praia dos Moinhos

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Praia dos Moinhos

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Praia dos Mosteiros

 

Ainda sobre o capítulo "água", tenho de falar da Ferraria - talvez o sítio que menos gostei, por ser aquele que vi com mais gente (de todos os que visitei na ilha). Naquela altura do campeonato eu já não estava habituada a locais com mais de dez pessoas, por isso fugi daquela pequena "baía" mal vi o cenário que me esperava. Não fui à água - era muita gente por centímetro quadrado -, que dizem ser espetacular, e nem sequer me sentei a ver as vista: o sítio que envolve a piscina natural pareceu-me muito desconfortável, com todas aquelas rochas vulcânicas que parecem legos quando as pisamos. Fui à hora certa, muito perto da maré vaza, mas percebi que este se tornou num dos sítios mais populares de São Miguel e preferi procurar outras belezas mais desconhecidas - se calhar "perdi" uma grande coisa, mas enfim. Outra das guias disse-me que havia um outro sítio onde havia um fenómeno semelhante, com águas do mar aquecidas, mas num sítio mais remoto e de difícil acesso - mas, estupidamente, não apontei o nome (se alguém souber, diga-me!).

 

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A Ferraria cheia de gente

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O outro lado da Ferraria

 

Para fechar o tema, tenho de mencionar o Parque Terra Nostra. Sei que aquela água não cai no goto de todos, mas eu não tive problema nenhum em lá entrar - não sei se se nota muito, mas água e banhos é comigo. Infelizmente, pouco tempo depois de ter entrado, começou a chover torrencialmente - e o problema não está em estar dentro de água a chover (até sabe bem, o contraste), mas sim nas coisas que tinha ali perto e que iriam ficar encharcadas. Vi-me obrigada a sair da piscina maior e, pouco depois, quando a chuva abrandou, ainda dei um saltinho aos jacuzis, ainda mais quentes que a piscina. O ideal é ir em dias não muito quentes, senão a probabilidade de cairmos para o lado é maior. Falo por mim, mas acho que se aplica à generalidade das pessoas, quando digo que aquilo é óptimo, mas não pode ser por muito tempo: as tensões têm tendência para baixar e é fácil cairmos para o lado depois de uma banhoca que era suposto ser só relaxante. Eu enfiei-me quase mesmo até ao pescoço, para poder afogar os meus trapézios e suas queridas contraturas, e soube-me pela vida. E o sono que nos dá depois disto? Se houvessem espreguiçadeiras ali ao lado, para umas sestas depois do banho, era ouro sobre azul ;)

Sobre o Parque Terra Nostra, é obrigatório falar dos jardins, que são lindíssimos e super bem cuidados. Existem lá muitas espécies de plantas que eu nunca tinha visto na vida e ter um guia (ou alguém que nos dê uma contextualização da história do parque e de algumas espécies de flora lá presentes) é, sem dúvida, muito mais enriquecedor. Este correspondeu a um dos pontos de paragem da minha segunda tour, que fiz com a Picos de Aventura. Achei a guia simpátiquíssima (chamava-se Liane, gostei tanto do nome!), mas a tour anterior foi bem mais dinâmica. O facto de estar numa carrinha (em comparação com a outra, que foi de jipe) talvez não tenha ajudado. De qualquer das formas, é das empresas mais bem apresentadas e de confiança em São Miguel para inúmeras atividades.

Em suma: acho que esta é uma das paragens obrigatórias na ilha, tanto pelos banhos como pelos jardins.

 

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Os jardins à entrada do Terra Nostra - adorei aquelas plantas no lago, que parecem umas autênticas "bóias"

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A grande piscina quente 

 

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De molho

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... e mais jardins

 

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... e mais molho (desta vez nos "jacuzzi's", ainda mais quentes que a piscina)

 

Nesse dia ainda parei nas Furnas (zona onde depois almocei o cozido) e nas plantações de chá Gorreana. Confesso que estava com medo das Furnas. Eu sou uma cheirinhas de primeira classe, todos os odores me incomodam (nem sequer consigo usar perfume) e imaginei que o cheiro a enxofre me agoniasse até aos ossos. A verdade é que sobrevivi sem problemas de maior. Só era dramático quando o vento levava aquele vapor cheiroso na nossa direção, mas de resto fez-se bem. Nunca fui louca por geologia (no 10º e 11º sempre fui mais fã de biologia), mas é incrível ver a terra a fazer a sua magia - e todo aquele ritual dos montinhos, com os tachos lá dentro, também é muito giro de se ver. 

Acho que a lagoa das Furnas é um bocadinho ofuscada por todo este fenómeno que se passa lá ao lado mas eu achei-a lindíssima e de uma paz tremenda. No dia em que fui o tempo estava mais fechado, mas mesmo assim a lagoa estava incrível. Também lá há gaivotas para alugar e se dar uma passeio pelas águas (não sei preços).

 

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Furnas

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Com o cozido que viria a comer ali atrás

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Lagoa das Furnas

  

Quanto às plantações de chá também acho essencial levar alguém que nos explique o processo, uma vez que se pode visitar livremente a fábrica e os campos (estes últimos dão fotos incríveis se tivermos a ajuda de alguém minimamente prendado e paciente) mas que não há visitas guiadas feitas pela própria fábrica. Se não levarmos ninguém ou se não formos com conhecimento prévio, nos campos só vemos arbustos aparentemente normais e na fábrica só máquinas cujo funcionamento não percebemos (até porque não há grandes informações em lado nenhum, apenas um vídeo explicativo numa das salas do edifício, que as pessoas podem assistir caso não estejam acompanhadas por alguém que conheça o processo). Confesso que estranhei este conceito de visita (no fundo, focam-se simplesmente em vender o produto, não ganhando dinheiro extra noutro tipo de serviços adjacentes) mas depois percebi que noutros países é bastante comum e que acontece também noutros pontos da ilha, como a Fábrica de Cerâmicas Vieira (onde também fui, no último dia, porque estava a chover). 

Infelizmente, no dia em que visitei a Gorreana, as máquinas não estava a funcionar portanto tive de usar a minha imaginação enquanto ouvia as explicações da guia. Vimos as senhoras a fazer a triagem das folhinhas (com um ar muito chateado e um tanto ao quanto ralado por estarem a ser observadas por tantas pessoas) e no fim devo ter trazido mais de quilo e meio de chá para a família inteira. Compensou a visita!

 

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Nas plantações de chá

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 Fábrica do Chá Gorreana

 

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 Na fábrica de cerâmicas Vieira

 

Só no último dia é que fui dar uma volta pela cidade, aproveitando que o tempo não estava com ar de muitos amigos. Confesso que, com tanta beleza natural, a cidade em si - e eu posso visitar tantas! - passou para segundo plano. Acho que é paragem obrigatória a igreja principal e as portas da cidade. Já contei isto no meu instagram (quem é que ainda não me segue?! @carolinagongui) mas, no dia em que cheguei, o senhor que me levou do aeroporto para o hotel contou-me uma "lenda" que diz que se passarmos por debaixo das portas da cidade uma vez, voltamos a São Miguel; se passarmos três, casamos com um açoriano. Pouco depois, perguntei-lhe de onde ele era, pois não lhe notava o sotaque característico. Disse-me que era do Alentejo mas que vivia ali há trinta anos; não sabia da tal história, passou debaixo das portas três vezes, e casou-se com uma açoriana que o fez mudar para a ilha ;)

Eu, por via das dúvidas e para não desafiar o destino, passei duas: por um lado para garantir que voltaria a São Miguel, por outro para ver se nenhum açoriano me roubava o coração.

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As portas da cidade

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A igreja matriz

 

Acho que Ponta Delgada ainda tem muito por crescer e isso nota-se nos pequenos pormenores - principalmente no que diz respeito ao turismo, não tanto para os açorianos. Queria trazer uns souvenirs para casa e só encontrei uma loja com coisas diferentes (uns peluches em forma de baleias, uns postais mais fora do comum e outras coisas giras) - de resto, tudo muito clássico e com um ar quase "velho". Por um lado é bom, sinto que não venderam a alma ao diabo e que não fazem de tudo para vender, mas por outro é curioso percebemos que há uma margem de crescimento grande. No centro há uns cafés e esplanadas agradáveis para se ficar e há sempre uma banquinha que vende gelados perto de nós, óptimo para nos saciar de alguma gulodice.

Ainda fui ao mercado (sofri com o cheiro no Rei dos Queijos, mas fui para que a minha família pudesse comer queijos da ilha - é amor!) e adorei a simpatia de todos. Ainda trouxe um ananás (nunca tinha comido ananás dos Açores, por muito estranho que pareça) e comprei uns pézinhos de maracujá amarelo, ananás e uma flor qualquer para a minha mãe plantar aqui no jardim - depois de uma conversa longa com o vendedor, que me explicou como plantar cada uma das espécies de forma detalhada. Ainda houve tempo de passar na peixaria e de ver as maiores lulas que alguma vez me passaram à frente. Incrível a variedade do mar dos Açores! Vale muito a pena passar lá.

 

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Há muita (e boa) arte urbana nos Açores. Vale a pena estar atento às paredes!

 

 

Sobre a comida

Falar nos Açores é falar no cozido das furnas... mas também não podemos esquecer-nos do peixe grelhado e das lapas! Nunca repeti um sítio enquanto lá estive e nunca comi mal. As duas tours que fiz tinham almoço incluído e eu, que já levo alguma experiência em excursões, achei mesmo que a comida não ia ser nada especial - mas enganei-me. Até nesses sítios comi sempre bem e sem aquele drama de não podermos pedir uma bebida diferente sem termos de pagar à parte e outras situações clássicas. Adorei!

Sobre o cozido: não sou a maior apreciadora deste prato, só costumo comer algumas carnes "selecionadas", mas gostei. Pena não ter as minhas partes favoritas: orelheira, patas e coisas assim do género. Achei que, mal arrefeceu, as carnes ficaram muito mais duras, o que não foi bom. Tentei comer o inhame mas não consegui passar a fase do "tentar", achei a textura estranha. Não senti o sabor a enxofre (dizem que sabe muito mais se a comida for reaquecida) e achei-o, de uma forma geral, mais "light" e menos gorduroso que o que como em casa.

Fui ao Alcides, que dizem ter o melhor bife de Ponta Delgada, e de facto fui bem servida (e é incrível ver a quantidade de gente que eles "manda embora" porque não têm mesas para albergar mais gente). Para quem não gosta de alho, as comidas na ilha podem não ter muita graça - é claramente um dos temperos favoritos dos açorianos!

De resto, comi peixe e lapas, sempre deliciosos! Como não sou esquisita e não conhecia a maioria dos peixes disponíveis, dizia simplesmente ao empregado para me trazer o peixe mais fresco ou que pessoalmente gostasse mais. Acabei por comer Boca Negra, Bicuda e Veja (este último foi o meu favorito), todos aprovados! Também comi um arroz de tamboril que, como dizem os meus sobrinhos, estava "bem gostoso". Foi tudo de bom! 

(Ah, e também experimentei a famosa Kima. Gostei!)

 

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O cozido das Furnas

 

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A Veja (esquerda) e a Bicuda (direita)

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O bife do Alcides

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 As lapas

 

Onde fiquei hospedada?

Como comprei o pack da Abreu não escolhi propriamente o hotel onde fiquei - o que, às vezes, até pode ser uma alívio dada a imensa oferta que existe em muitos sítios que muitas vezes ainda nos baralha mais. Calhou-me o Vip Executive Azores (que, pelo que vi depois, fica por cerca de 120 euros por dia) e eu não adorei nem detestei. Não sou muito exigente: quero um quarto limpo e sem baratas, de preferência com ar condicionado, e um quarto de banho privativo. Não sou de me queixar das camas ou dos quartos, por isso não sou a pessoa certa para esse tipo de avaliações exigentes.

A dizer: o quarto tinha uma dimensão bastante agradável, andava-se de um lado para o outro de forma folgada e eu dormi sempre bem; os espaços comuns do hotel eram limpos (não fui à piscina, mas disseram-me que era bem pequenina), os funcionários simpáticos e o pequeno-almoço entre o razoável e o pouco-razoável - o café era daquelas máquinas automáticas, que sabia a café de dissolver (blhec), os croissants (um must nos pequenos-almoços de hotel) eram maus e não havia uma variedade por aí além e os bolos eram pré-fabricados. Eu limitava-me a comer pão com manteiga, a beber água e ocasionalmente a comer um iogurte (para além de ter provado uma coisa ou outra, que não repeti por não ter gostado). Achei o pequeno-almoço o ponto mais negativo. De positivo, realçar a localização do hotel (pertíssimo do eixo norte-sul, dos acessos principais e do centro da cidade) e o facto de ter parque de estacionamento gratuito para estacionar o carro em segurança.

 

"Achas que eu devia ir aos Açores?"

Não, meus amigos. Fiquem em casa a ver passar os passarinhos. Ou vão para as Seychelles, passem umas dez horas dentro de aviões e outras tantas nos aeroportos, quando têm só um paraíso para explorar aqui perto e que, ainda por cima, é nosso. 

Quanto a mim, já não se trata de ir, trata-se de voltar. E já estou a fazer planos para que tal aconteça em breve. Um bocadinho do meu coração ficou nos Açores e eu não tenciono resgata-lo de lá - apenas tratar de o visitar de vez em quando. 

 

Leiam todos os posts sobre a minha viagem aos Açores clicando aqui.

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