Tobias, o gato livre
Depois de ter passado a fase inicial e de estar no quintal durante algum tempo, o Tobias veio viver para dentro de casa. Era ronha, brincadeira, mimo e muito pêlo espalhado por todas as divisões; toda a gente adora o gato, ele é um mimalho que só visto, mas acabei por ser eu - que inicialmente o quis acolher - a ter de o pôr fora de novo.
À medida que os dias passavam, eu ia ficando com cada vez mais comichão nos olhos e vontade de espirrar. Como cereja no topo do bolo, comecei a desenvolver-lhe uma alergia (tal como acontece com a Molly) verdadeiramente fulminante onde, em poucos segundos, a minha pele se transforma em milhares de bolhinhas vermelhas que me dão comichão até aos ossos. A situação era insustentável e lá teve de voltar ele ao seu poiso original.
Depois disso, andou uns tempos desaparecido, embora o visse muitas vezes a apanhar sol, do lado de lá da rede (a sua parte do reino, fora do perigo dos cães). Mas ultimamente invadiu de novo a casa, passando pelos cães com ar de "não tô nem aí" e esparramando-se na mansarda, uma zona fechada que temos colada à sala, ao ar livre, onde almoçamos e passamos alguns serões sem termos os cães constantemente à nossa volta. Moral da história: estabeleceu-se ali. Tem tudo o que quer: o conforto de almofadas, cadeiras, sofás. Comida e bebida. Sol, paz e refúgio dos cães. E, não menos importante, basta miar para ter alguém a saber o quê que o lorde necessita, uma vez que está sempre gente na sala.
Tomei a liberdade de o proclamar "Tobias, o gato livre", porque apesar de mimalho e um pouco caseiro, também desaparece de quando em vez, mostrando que é dono do seu próprio nariz e que não precisa nem de humanos, nem de comida de saco para viver a sua vidinha de rei. Gosto dele assim.
(estão a ver uma mancha preta e branca a andar, literalmente, sobre a piscina? é a versão Tobias-o-aventureiro)