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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

26
Nov17

Eu ontem não vi o Robert Pattinson

Este título só faz sentido para quem me lê há muito tempo (pelo menos há cinco anos) porque, como canta o José Cid, "há muito, muito tempo, ainda era eu uma criança", eu escrevi um post com um título muito semelhante - mas na positiva. O que também só faz sentido se me lerem - ou conhecerem - há mais tempo, para perceberem toda a história que tenho com a série Twilight e se souberem que o Robert está cá, em Portugal, para participar em duas sessões do Lisbon&Sintra Film Festival.

Há cinco anos eu fui a Lisboa de propósito para o ver no Centro Cultural de Belém. Na altura a questão não se colocou: eu ia e ponto final. Passei muitos anos da minha vida a publicar fotos dele, a "segui-lo" para todo o lado, a ver os filmes dele, a suspirar por ele - e se ele vinha cá, eu ia atrás, pelo menos para ter a certeza de que o homem era de carne e osso. E ainda hoje acho que aquilo que eu fiz - quer concordem quer não, quer achem que foi uma palermice de adolescente ou também não - foi coerente com a minha posição ao longo dos tempos e com o meu trabalho no blog, que eu levei a sério e com muito profissionalismo ao longo dos anos.

Recordo-me bem de muitos momentos - alguns dos mais felizes, relacionados com esse evento, nem sequer foram lá, mas sim quando soube que ele vinha cá em plena aula de físico-química - mas, olhando para trás (e lendo que escrevi na altura), aquilo não foi um momento espetacular para mim. A histeria e as centenas de miúdas que estavam lá fizeram com que eu começasse a ter um ataque de pânico - proporcionado também pelo cansaço das horas passadas à espera, e de pé, e também pelo stress da envolvência de tanta gente que falava comigo e que estava à minha volta - e deitasse um pouco a experiência a perder, até porque cheguei a um ponto em que me encostei a um canto, fechei os olhos e esperei simplesmente que ele passasse na passadeira para os berros cessarem. 

Tenho vindo a pensar e cheguei à conclusão que um dos meus problemas, em tudo, sempre foi fazer parte dos grupos e não fazer parte deles. Ou seja, eu fazia parte de algo porque me identificava, integrava ou era alguma coisa - mas os meus comportamentos divergiam sempre do clássicos das pessoas que o completavam, por isso, na prática, eu não estava dentro do grupo. Eu era adolescente, porque tinha 15 anos, mas não era adolescente no sentido da maluqueira, das irresponsabilidades, das paixões assolapadas e das asneiras; eu andava na universidade - e por isso era universitária - mas não fiz a praxe, não trajei, não fui a nenhum jantar de curso, nunca apanhei uma bebedeira, nunca fui à queima, nunca vi a latada ou a serenata; e eu era "twilighter", porque adorava os livros, os filmes, os atores e tinha um blog sobre o assunto, mas não tinha posters no quarto, não andava a dizer que era "team Edward", não era estridente, esganiçada nem histérica. Em último caso, também não queria ser identificada com esses grupos: não queria que olhassem para mim e pensassem "olha, é mais uma", tal como eu própria pensava. Foi por isso que nunca trajei, por saber que (infelizmente) o traje tem uma grande ligação com a praxe; e foi por isso que tentei evitar ao máximo meetings e encontros, porque eu não queria ser mais uma das estridentes que grita por um ator que nunca irá olha para ela. 

Passaram-se alguns anos desde o dia em que ele veio cá. Tirei um curso, comecei a trabalhar, deixei de publicar no blog sobre o Twilight, passei a ter responsabilidades - mas nunca deixei de seguir o seu trabalho e, confesso, o seu estado civil. E quando soube que ele vinha cá contive-me como não me contive naquela aula de fisíco-química de 11º ano, mas o coração tremeu um bocadinho e pensei logo "é claro que vou!". E podem achar isto parvo porque, de facto, já tenho idade para ter juízo - mas, na verdade, acho que sempre o tive; dentro das maluqueiras que fiz por causa do Twilight, sempre fui contida, reservada, responsável, calada, respeitadora. E eu lembro-me de pensar que se um dia tivesse a oportunidade de estar com alguns daqueles atores que preencheram a minha vida durante tantos anos, eu não iria perder a chance; porque era justo para mim, que tanto os admirei, um dia ter a oportunidade de os ver à minha frente. Fazia-me sentido, quer tivesse 15 anos ou 63. E eu tinha a intenção de manter essa promessa.

Mas depois a minha mente voou para aquele momento em que eu estava aninhada contra uma parede no Centro Cultural de Belém; comecei a ver comentários e comentários como há anos não via no facebook do blog do Twilight, já com alguns uivos virtuais, e comecei a pôr o pé no travão. Eu não me ia meter nisto outra vez. Eu podia fazer-me de erudita, fingir que ia às sessões para ver de novo o Cosmopolis ou o Good Time - que ainda não vi, nem tenciono, porque me parece um tanto ao quanto tenebroso -, mas estaria a mentir. Eu ia lá - como tantas foram - ver o miúdo do Twilight, que é coisa que ele já não é e que sei que quer deixar para trás.

E por isso não fui. Ajudou o facto de ser em Sintra, de ter de passar mais uma noite fora de casa, mais o cansaço das viagens de comboio, num mês já suficiente difícil e com uma agenda demasiado ocupada. Não fui porque não queria reviver o CCB outra vez; não fui porque não queria tornar a sentir na pele o sentimento já muito comum, mas que nunca deixará de ser desconfortável, de estar no meio de um grupo a que na realidade pertenço mas onde não me integro; não fui porque sei que a razão que me levaria não era exatamente a razão pela qual eu devia lá estar. Tomei a decisão de não ir, e custou-me muito; pensei muito, arrependi-me um bocadinho... mas voltei sempre à mesma decisão. Parece simples, mas não foi tomada de ânimo leve. Nunca é fácil quebrar promessas antigas, ainda mais aquelas que fazemos a nós mesmos; nunca é fácil deixar o passado lá atrás e fecharmos a gaveta de vez. E eu sei que nunca o farei.

Ontem estava cá, já a tentar escrever este texto, mas também estava lá, com um bocadinho de inveja de todas as pessoas mais simples que eu, que não pensaram em nada destas coisas e simplesmente foram. Eu nunca fui assim, nunca serei. Lá no fundo, sempre tive um quê de crescida. Mas hoje vejo que momentos houve em que, apesar de ser assim, ainda consegui pôr as minhas paixões e maluqueiras em primeiro lugar; agora, o pensamento prevaleceu. Fui mesmo crescida. E ser crescida, como dizem as más línguas, é mesmo uma merda.

15
Nov16

Nós, os fãs insaciáveis

Eu acho que nós, fãs acérrimos de alguma coisa, somos quase como uns viciados em droga - chegamos a um ponto em que, se nos derem mais um bocadinho só para matar as saudades, e mesmo que saibamos que não nos vai fazer bem, consumimos porque é mais forte que nós. 

É isso que sinto em relação ao Twilight e ao Harry Potter. É claro que eu sei que nada vai ser como dantes, que nada vai ter o mesmo sabor, que nada bate aqueles anos completamente aéreos que vivi. Também sei que a idade é diferente, assim como a minha maturidade e forma de olhar as coisas - opá, cresci, essa coisa inevitável da vida. Mas mesmo sabendo de tudo isto, não consigo deixar de voltar a estes dois mundos que, numa altura em que sentia que o mundo real não me percebia - ou, aliás, me rejeitava - me receberam de braços abertos, sem "porquês" ou contestações. 

Abro os livros para lhes sentir o cheiro e ver as suas páginas tocadas e amareladas. Revejo os filmes, penso coisas como "esta cena é mesmo muito parva" e páro tudo nos segundos precisamente antes das minhas cenas favoritas. Digo em voz baixinha as falas todas que sei de cor, canto as músicas e elogio pela milionésima vez as bandas sonoras. E depois, no fim, ignoro o nó na garganta que teima em ficar, não importa os anos que passem. 

E depois, de vez em quando e no meio desta nostalgia, tanto a Stephenie como a J.K. Rowling lembram-se de lançar mais uma coisas para o mercado e fazer dourar a pílula para todos aqueles que, como eu, têm esta doença incurável de se apaixonarem por livros e filmes. E eu sei, racionalmente, que isto são truques de marketing para rechear aquelas contas que já estão a rebentar pelas costuras; sei que cresci e que por ter crescido as coisas já não soam tão bem, tão mágicas, tão especiais; sei que vou chegar ao fim dos filmes, dos livros ou o que quer que seja e que aquele bichinho que achávamos que íamos amainar por termos "alimentado" continua ali, voraz como sempre, e a gritar aos teus ouvidos que "não é a mesma coisa, não é isto que eu quero, não era assim que isto devia saber!". Lá está, quase como uma droga que nunca nos sacia, que nunca sabe bem o suficiente - e da qual queremos sempre, sempre mais e de que saímos sempre, sempre insatisfeitos.

É por isto que li aquela reedição do Twilight com as personagens trocadas, que comprei os outros livros da J.K., que tenho todos os DVD's e outras 21 mil tralhas. E mesmo sabendo que nunca é suficiente, também é por isso que em breve vou ter o novo livro da Stephanie na estante e que estarei sentada num cinema a ver o "Fantastic Beasts And Where to Find Them" - que, até aqui, tinha dito veemente que não ia ver porque, na realidade, ainda não me tinha despertado interesse. Mas hoje dei por mim a ver a premiere do filme, em direto e em livestream, tal como nos bons velhos tempos - e veio tudo de volta a mim, incluindo aquela vontade incrível de desfrutar, nem que seja por um pequeno segundo, destes mundos.

É simplesmente mais forte que eu. No fundo, acho que não passa de uma simples utopia humana: queremos voltar sempre aos sítios onde fomos felizes - mesmo que esses sítios sejam meros cenários imaginados por alguém, com personagens tão ricas e tão boas que, na verdade, nunca poderiam ser reais.

05
Jul16

Eu, os meus óculos e um "W" na cara

Há seis anos comprei os meus primeiros óculos de sol. Sei a data tão precisamente porque também sei a razão porque os comprei. Tem dois nomes: Edward Cullen (ou Robert Pattinson, é como preferirem). Sim, podem revirar os olhinhos e lançar um suspiro de "esta miúda não cresce", mas é a mais pura das verdades. Até vos digo mais: comprei-os por causa de uma cena em específico, que gostei tanto, mas tanto, mas tanto que soube que tinha de ter uns óculos iguais aos dele. E assim foi - mandei-os vir pela net e, quando chegaram aqui a casa, foi amor à primeira vista.

Na altura eu usava-os, pura e simplesmente, porque os adorava de coração. Nunca antes tinha usado óculos de sol e não gostava da sensação de ver o mundo numa tonalidade diferente da real. Mas depois, com o hábito, já não me via sem eles. Ainda hoje os uso diariamente, mais do que outros brancos (também ray-ban) que comprei posteriormente. Estão riscadinhos, velhinhos, mas não há iguais. 

Passei a usa-los de tal forma que agora não consigo estar no exterior sem óculos de sol. Mesmo quando está um dia nublado e o sol não está à espreita, tenho de os pôr se não quero andar com os olhos sempre semicerrados e ganhar uma dor de cabeça ao fim de pouco tempo. Às vezes até à noite me apetece pô-los - passei a ser tão sensível à luz que até as luzes dos carros que vem no sentido oposto a mim me ferem a vista! 

Posto isto, e como é óbvio, não consigo estar numa praia (onde tudo é sol, calor e mais sol) sem os óculos. Resultado: tenho uma marca não-morena debaixo dos olhos e no topo do nariz. Toda a gente me diz o mesmo "tens a marca dos óculos!" mas, meus amigos, não consigo evitar. Eu juro que tentei, mas não consigo estar num sítio a céu aberto sem os meus melhores amigos. E a verdade é que, no ponto em que isto já está, a situação (pelo menos este ano) já não é reversível. Tenho de aceitar, porque a vida é sempre a andar para a frente - mesmo quando tens uma faixa branca em forma de "W"  na tua cara.

 

106xdmv.png

 (a dita cena)

28
Mar16

Pieguices

Sabes que és uma saudosista, uma nostálgica, uma sonhadora e uma piegas quando, mesmo passado oito anos, revês esta cena* na televisão (num momento em que estás a fazer zapping e o filme te aparece perfeitamente ao acaso) e as lágrimas escorrem naturalmente. Uns vão dizer que não cresci; outros vão dizer que não consigo largar o passado. Eu digo que ainda não acredito em toda a sorte que tive em viver o que vivi à custa disto. E que tenho saudades. Caraças!, que saudades.

 

 

 

*cena esta que, por mero acaso, estava a começar a passar - e que, ao longo dos anos, se tem vindo a distinguir de longe como a minha favorita. 

29
Nov15

10 anos depois do Twilight

Alerta, alerta, já saiu a reportagem no JN sobre os 10 anos do twilight, que vos tinha falado aqui! É uma coisa curtinha de dois minutos e pouco. No fundo, representa um vigésimo de tudo o que disse, mas suponho que existissem algumas restrições ao nível do tempo que tinham de ser cumpridas. Por ser tão curto e por alguma falta de contexto, confesso que não era bem aquilo que estava à espera. Mas, ainda assim, acho que ficou engraçado.

A reportagem foi filmada em minha casa, com as minhas (dezenas) de coisas, que podem ver nos planos de corte. Todas aquelas revistas e livros em que estou a pegar foram coisas que fui adquirindo ao longo dos anos - algumas custaram-me pequenas fortunas, mas eu gostava daquilo de coração. Foi bom voltar a ver tudo outra vez, folhear todos aqueles papéis que me dizem tanto. 

Também foi muito agradável rever a Adriana, que conheço há seis anos por causa da saga e com quem cheguei a sair algumas vezes. Foi um dos contactos que perdi mas que, por causa da reportagem, voltei a reencontrar - e foi muito giro ver a evolução de cada uma de nós, aquilo que tínhamos escolhido para o nosso futuro e as nossas expectativas para o que há-de vir, tendo em conta que ainda nem sequer estávamos no secundário quando nos conhecemos.

Acho que, como tudo o que é relacionado com este tema, é mais uma recordação para a vida. Com tudo o que eu e a Adriana dissemos e contamos, havia informação suficiente para dez minutos de reportagem, mas desconfio que fosse um bocadinho exagerado demais. Só tenho pena que tenha ficado tanto por dizer. Ainda assim, espero que a imagem que passe seja a correta (e positiva, claro!) e que não me achem uma doida varrida louquinha por vampiros.

Cliquem na imagem abaixo para ver.

 

rep.png

 

16
Nov15

Foi dia de abrir gavetas antigas

Já andava há umas semanas em "conversações" para fazer uma reportagem sobre o Twilight (o tema em específico vêem quando sair!). Precisava de me coordenar com mais uma pessoa e, por entre a nossa vida atarefada mais a da jornalista, não estava fácil conseguir arranjar data. Mas foi hoje - tudo arranjado um bocadinho à pressa, com as confusões do costume mas... fez-se!

Nos entretantos - e no meio de uma manhã mesmo muito agitada - fui agarrando em tudo o que tinha da saga para mostrar para a câmara. No fundo, abri uma caixinha de Pandora, tão perigosa como todas as caixas de Pandora podem ser. Quando abri o pequeno baú que alberga a maioria das coisas que tenho sobre este assunto, até me deu uma dorzinha no coração, tal a saudade. A verdade é que já não me lembrava nem de metade das coisas que lá tinha! Foi uma viagem no tempo contida numa simples caixa de cartão. E as saudades, meu deus... as saudades!

O que eu sinto quando, agora, me põem a falar sobre este assunto é que sou algo comparável a uma garrafa de refrigerante que esteve fechada durante muito tempo e que foi subitamente agitada: explode por todos os lados. Por acaso escrevi sobre o Twilight recentemente, na última review que fiz, mas não é algo recorrente; ainda assim, é mais recorrente do que falar (oralmente) sobre o assunto. Por isso, quando me pedem para dissertar sobre isso, eu digo tudo o que tenho vindo a acumular há anos - e, acreditem, é muito. Tenho sempre medo de falar demais, porque sei que me entusiasmo - e hoje tive a atenção de me conter, para não me perder em divagações saudosas ou, no pior dos casos, começar a lacrimejar (não aconteceu, estejam descansados).

Já se passaram vários anos, mas o assunto continua a estar muito presente e vivo em mim. Sei que é dos poucos assuntos da minha vida em que sinto - nem preciso de ver - que os olhos brilham enquanto eu falo, falo e... falo. Escondi este meu "trabalho" paralelo durante muitos anos devido a todas as conotações negativas que esta saga traz, mas, hoje, tenho muito orgulho em tudo o que fiz e digo-o muito abertamente, a quem quiser ouvir. Na altura nem me apercebia do trabalho que tinha e que fazia - e muito menos o valor que ele representava. Hoje, à distância, percebo que foi muito - e não há como ter vergonha disso.

Acho que, no fim, a reportagem vai resultar muito bem - palavras vindas diretamente do coração, pelo menos, tenho a certeza que não vão faltar. Prometo mostrar-vos e avisar-vos mal a reportagem saia. 

08
Nov15

Chávena de Letras - "Vida e Morte" (Versão alternativa de "Crepúsculo")

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 É bom voltarmos aos sítios onde fomos felizes mas também pode ser difícil. Passados (acho) sete anos depois de ter lido o "Crepúsculo" pela primeira vez, soube-me bem recordar (não fosse eu uma saudosista por natureza), viajar atrás no tempo e refletir no que mudou; por outro lado, ler esta história "invertida" não foi algo que apreciasse por aí além, nem acho que a mudança tenha trazido algo de muito positivo.

Convém afirmar que, desde o primeiro momento, achei esta história da inversão das personagens totalmente ridícula - quando li a notícia, apeteceu-me chorar de rir. Ainda assim, saber que podia reviver um bocadinho de tudo isto fez-me pegar no livro e lê-lo quase sem parar, numa tentativa (infrutífera) de voltar atrás no tempo. As emoções, as saudades e toda a ligação emocional que tenho com estes livros falou mais alto - e haver algo novo para ler puxou por mim, uma vez que não sou de reler livros (nunca reli nenhum, nem mesmo da saga - posso apenas ler partes, mas não mais que isso).
O facto da autora ter trocado as personagens fez com que sempre que lia um nome novo pensava logo em quem era quem - tentava "traduzir" sempre as personagens para a história original e isso fez com que não conseguisse saborear a história por completo, por estar sempre a estabelecer paralelismos (e por me confundir bastante, principalmente em relação aos irmãos Cullen). Por outro lado, ler esta história narrada por um rapaz e a forma como ele fica completa e totalmente apaixonado por uma rapariga também me baralha - pode (e deve) ser uma falha minha, mas eu acho sempre que os homens são menos sensíveis, mais racionais, menos dados a todos os floreados que as paixões - no caso das mulheres - parecem trazer atrelados. Ler a história do Beau e a forma como ele fica completamente "babado" pela Edythe soa-me a algo pouco natural, até forçado - isto porque, no fundo (e é um defeito meu), é algo em que não acredito. Percebo a intenção da Stephenie Meyer de tentar dar a entender que a Bella não era fraca, que toda a saga do Twilight podia ter sido vivida tanto por um homem como uma mulher (no que a sentimentos diz respeito, claro, uma vez que há coisas nos livros seguintes que nunca poderiam ser vivenciados por um homem), mas não concordo - acho que esta história só faz sentido tal e qual foi escrita no primeiro momento, com a "minha" Bella e o "meu" Edward, cada um no seu lugar e com a sua história própria.
A edição portuguesa tem bastantes erros, principalmente de género (uma vez que aquilo que deve ter sido feito foi um "copy paste" da tradução anterior e onde apenas se mudou aquilo que a autora tinha escrito a mais em relação à edição original do Crepúsculo). Há muitos "ela" que deviam ser "ele" e outras gralhas do género.
Atribuí três estrelas ao livro porque o meu coração não deixa dar menos - se a ligação que tenho com este mundo não fosse tão forte e o lado racional falasse mais alto, uma pontuação mais baixa era mais do que possível. A única razão pela qual esta leitura valeu a pena foi mesmo para matar saudades e perceber que toda esta paixão - lida na sua versão original e no contexto em que eu estava na altura - teve mesmo uma razão de ser. E que estou eternamente grata por todas as coisas boas que todos estes livros e filmes trouxeram para a minha vida.

 

Spoiler! )

 

27
Set14

Desgostos de amor platónicos

Estes últimos dias aqui em casa não têm sido de fácil digestão para mim e para a minha mãe. Explicando melhor: estamos de coração partido.

Ela porque hoje o seu adorado Clooney se casa hoje com Amal Alamuddin em Veneza; eu porque o meu Robert decidiu arranjar a namorada mais feia à face da terra e já se assume com ela, de mãos dadas por aí, como se nós não estivéssemos a ver! Tanto um como outro, no fundo, são uns sonsos: o primeiro andou aí anos a namorar e/ou namoriscar raparigas mais novas, mas casamento nem vê-lo; o segundo andou anos numa relação com Kristen Stewart, mas sem uma pessoa perceber realmente o que se passava ali, e até vermos um beijinho que fosse - ou mãos dadas, que seja! - demoramos meio século. E agora ambos nos dão uma facada pelas costas: um casando de rompante com uma senhora que conheceu "há meia dúzia de dias" e o outro a assumir um namoro que, se tiver meses já é muito, logo com a rapariga mais feia que foi arranjar (quer dizer, Robert, para isso estava cá eu, à distância de um mero email!). 

Temos o direito de ter o coração despedaçado. Vou só ali carpir mais um bocadinho e já volto.

12
Ago14

Sobre a morte e a solidão

Não era uma grande fã de Robin Williams mas, como todo o mundo, fiquei chocada com a sua morte. Era um excelente ator, que me marcou particularmente pelo filme do "Clube dos Poetas Mortos", que já vi há uns anos atrás mas, que me lembro bem, mexeu comigo e com a forma como via as coisas.

Em conversa cá em casa - e mesmo nas redes sociais, onde não se fala de outra coisa - muita gente se pergunta como é que uma pessoa que passou a vida a fazer os outros rir e sorrir, se suicida - enforcando-se, ainda por cima, que deve ser uma morte horrível. Pois que eu acho que muitas das pessoas que se mostram das mais felizes do mundo por fora, são o inverso por dentro, e não duvido que o mesmo se passasse naquele caso. Para além do mais, od atores de Hollywood devem viver numa vida de solidão, na medida em que vivem rodeados de pessoas mas que são poucas as que lhes dizem alguma coisa, em quem podem confiar - têm uma vida abastada, com supostamente tudo o que desejam, mas muita vezes falta-lhes o essencial. É aquela história de que tanto falo em relação a mim: os sítios onde me sinto mais sozinha, são quase sempre os mais populados. Por mais triste que seja, não há fãs que colmatem essa solidão, não há admiradores que façam essa tarefa: principalmente num mundo onde já não se pode confiar em ninguém. Apercebi-me muito disso quando, há uns dias, traduzi uma entrevista do Robert Pattinson para o Sunday Times, que estava tremendamente bem escrita e que me fez adormecer a pensar no assunto. Deixo-vos o trecho final da mesma, não antes de dizer - ainda em relação ao Williams - o mundo perdeu um grande ator que, sem grandes extravagâncias e pelo lado positivo, deixou a sua marca no mundo.

 

"After our interview, I hear him struggle with ­questions about superheroes, and if he could survive an apocalypse. Later, he heads for another cigarette in the rain. “I’m quite good at being by myself,” he told me earlier and, as I watch him, soaking, I believe him. Actually, somewhere in his mind, I think he’s already by himself, all the time."

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