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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

06
Jul17

Salvador Sobral: quando a música não vem só da alma, mas do corpo todo

Passei aí uma fase em que estava maluquinha com o Salvador Sobral. Para dizer a verdade, essa fase ainda não passou - e não sei se passará tão cedo. Tenho para mim que ele é o meu Jamie Cullum português - aliás, há uns tempos comprei o Expresso só para ler uma entrevista que ele deu e ele lá dizia que também passou uma fase em que adorava o Jamie. E eu pensei "ah, eu sabia, somos almas gémeas!". Só que não. Acho que não conseguia aturar o Salvador durante muito tempo - eu, uma control freak assumida, dava em louca com tanta coisa aleatória que vai naquela cabeça. Mas isso não faz com que goste menos dele, que não adore a sua música ou que não me desse uma alegria enorme conhecê-lo.

Ontem fui ao primeiro concerto dele na Casa da Música e saí de lá rendida, de coração muito cheio, super inspirada - a sentir que podia conquistar o mundo, escrever livros e aquilo que mais sonho - e feliz por ter testemunhado este momento. Passei aquelas duas horas de música acompanhada por uma dor de cabeça sem fim, que se ia expandindo à medida que os minutos passavam, graças a um dia demasiado longo e cansativo - mas era impossível aquilo não compensar. Aguentei estoicamente - e aguentaria mais duas horas iguais, se ele assim as cantasse. 

Não é um concerto para todos. E o tempo, quase como a teoria da evolução das espécies, vai-se encarregar de deixar aqueles que gostam mesmo do estilo do Salvador - incluindo as caralhadas que ele vai dizendo - nos seus concertos e os outros vão acabar por ir à vida deles. E porquê que não é para todos? Porque é um concerto de jazz, com a liberdade que lhe é característica. Diria mesmo que essa é a grande diferença entre ele e o (meu) Jamie: há uma grande componente criativa em todos os concertos, as músicas nunca saem iguais, a comunicação entre público e artista é incrível, nunca se sabe o que vem a seguir... mas o Jamie tem uma componente muito mais pop nas suas músicas, enquanto que o Salvador gosta mesmo daquela onda jazz - de ouvir os seus músicos, de lhes dar a luz da ribalta, de lhes proporcionar momentos a solo que eles tão bem merecem, de ele próprio gritar quando quer ou sussurrar longe do microfone quando assim acha apropriado. Aquilo vem-lhe das estranhas, da alma. Na verdade, vem do corpo todo - e é por isso que ele parece um boneco estranho a cantar. E a verdade é que muitas vezes corre bem; outras, nem tanto - ontem, numa das músicas em que ele decidiu improvisar, passou o tempo da entrada e ele disse, ainda que rapidinho: "ups, já fiz merda". E isso, meus amigos, tem o seu encanto - como tudo o que é puro e verdadeiro.

No meio das músicas mais conhecidas dele, cantou outras que eu nunca tinha ouvido: uma a que ele chama "Loucura" e outra intitulada "Benjamim", composta por ele e por André Rosinha (que toca contrabaixo). Para além disso tocou pela primeira vez uma música dos Alexander Search, que ele deu a entender que não estava no alinhamento e que surgiu de forma espontânea que se chama "Justice" - e da qual gostei mesmo muito. Antes do encore houve um momento um tanto ao quanto tétrico, com um poema que ele próprio escreveu (talvez com o título "180 dias"), que retratava um homem que estava em coma, entre o limbo e a dúvida entre acordar ou morrer - aqui, houve uma pequena participação de Júlio Machado Vaz, que entrou em palco para ler um poema de Sophia de Mello Breyner, que também estava na onda da letra do Salvador. Por fim, ele sentou-se ao piano e fez o meu coração derreter. Eu sou, provavelmente, a pessoa mais difícil de se apaixonar na história da humanidade: mas acreditem que um homem ao piano é meio caminho andado para me deixar rendida. Tocou uma cover da música "Ninguém escreve Alice", escrita por Rui Veloso e Carlos Tê, e também uma música do segundo álbum da irmã. Terminou com a "Case of You", de Joni Mitchell - talvez, para mim, a melhor interpretação dele (ainda estou a decidir se gosto mais desta ou do "Presságio", que ele tocou no início do concerto) e que, claro, me levou às lágrimas - e, mesmo para acabar, uns pequenos acordes da "Amar pelos Dois", que já havíamos todos cantado em conjunto e que foi quase um agradecimento mais silencioso e profundo daquilo que ele está a viver.

Acima de tudo, no que diz respeito ao Salvador, acho que podem acontecer três coisas distintas: não gostar nem dele nem do seu estilo de música e portanto risca-lo por completo; gostar da música mas não da pessoa; ou então, diria que a mais improvável, gostar dele e dispensar a música que ele faz e canta. Em qualquer uma delas, penso que é essencial admitir uma coisa: ele é um grande músico, com um poder vocal incrível. É quase como o Ronaldo: eu não gosto dele, não gosto da equipa que ele representa - mas não tenho outra hipótese senão admitir que ele é um jogador do caraças. Como em tudo na vida temos de olhar para as coisas e desfocar aquelas que gostamos menos; eu também não gostei daquilo que aconteceu no concerto solidário, mas optei por não escrever sobre isso. E, honestamente, nem foi para não ofuscar a causa: foi para não ofuscar o talento dele com uma saída despropositada e desmedida, de alguém que claramente quer muito fazer música mas não está a saber lidar com tudo o que ter sucesso implica. Eu, como muitos, não achei piada: mas em todo o panorama que é, para mim, o Salvador... optei por desfocar esse momento, em detrimento de tantos outros incríveis que ele já nos proporcionou (e que, no meu caso, sei que continuará a proporcionar - porque não me ficarei por este concerto).

A "Amar pelos Dois" não é a minha música preferida dele - mas será sempre especial, por aquilo que representa para todos nós. E ontem, enquanto o via e ouvia ali à minha frente a cantar essa música - um rapaz magrinho, com uma camisa super larga que engana os menos observadores, com umas perninhas super fininhas, quase que representando a sua fragilidade - apercebi-me do privilégio que estava a viver. Arrepiei-me e lacrimejei porque, de facto, os dias da Eurovisão foram mesmo felizes e nem ele próprio se apercebeu de tudo o que deu a Portugal. Está, neste momento, a recolher os louros e as consequências disso - até porque, como ele disse ontem, ele não consegue arcar com a felicidade toda de um país. Mas eu estou em crer que o tempo, os meses e os anos lhe vão dar a clarividência do que ele fez em Kiev, das asneiras que fez a seguir, e perceber um pouco da nuvem em que está neste momento a viver. E de, eventualmente, ter orgulho naquilo que conquistou.

A minha sorte é que tenho paciência - e (espero eu) tempo. Tempo para ver o Salvador crescer, tempo para ouvir mais concertos, tempo para esperar por mais álbuns e tempo para viver a minha vida ao som da música dele. Ah, e memória: porque por mais anos que viva, penso que nunca mais me vou esquecer do momento em que ele nos ganhou a Eurovisão. Ainda ontem ele prometeu dar uns segundos onde toda a gente podia tirar fotos, "o momento em que somos todos do nosso século"; é claro que muita gente sacou dos telemóveis momentos antes, para filmar algumas músicas e captar fotografias, como se fosse aquilo que ficasse marcado no cérebro... Naqueles 20 segundos toda a gente sacou dos smartphones e os virou para os músicos. E eu fiquei ali, a olhar para o palco, com as mãos no bolso e um olhar embevecido. Não quero uma foto deles para nada, não preciso de mais entulho nos meus arquivos. Quero, sim, que aquela imagem fique guardada na melhor memória RAM de todas, um "disco D" sem igual: mais do que no meu cérebro, quero estes momentos no meu coração.

14
Mai17

Que noite feliz!

Não sou pessoa de acreditar. Sou pessimista, não sou nada patriota, vejo defeitos em tudo. Mas amo música e acho que, a par da escrita, é a coisa na vida que mais me conforta e mais me acompanha em todos os momentos. Sou uma entusiasta desta nova leva da música portuguesa e, independentemente de tudo o que disse no início deste texto, acreditei que o Salvador ia ganhar desde aqueles cinco segundos de música que ouvi na promo do nosso Festival da Canção.

Falei da música no dia seguinte ao Festival, tornei a fazer um post sobre ela aqui há dias e agora é impossível não o fazer outra vez, porque - acima de tudo - esta é uma vitória tão, tão justa! E não é justa porque Portugal andava a penar há cinquenta e tal anos - andávamos assim porque queríamos, porque tínhamos canções de merda quando cá fazemos coisas incríveis. É justa porque a música é fantástica, a letra é tocante - e tão nua, tão crua, tão verdadeira que pode doer -, porque o intérprete é autêntico e doesn't give a shit e porque reflete aquilo que há tantos anos se faz bem em Portugal. Nós não somos o "quero ser tua" ou os "Homens da Luta". Quem enche trinta coliseus são cantores nesta mesma linha de música - pura, simples, calma e linda - e não cantores de meia tigela que têm de ir vestidos com transparências para ganhar meia-dúzia de votos dos países vizinhos. Nós somos isto. E nós, quando somos nós, limpamos com tudo.

É difícil explicar (até porque eu nunca vi a Eurovisão), mas vibrei com isto como - se calhar - não vibrei com o Euro que ganhámos o ano passado. Implorei ao meu irmão emigrante para votar e festejei cada vez que tínhamos 12 pontos como se o Salvador fosse o meu clube do coração que estivesse a disputar pénaltis. Tenho uma paixão assolapada por música em geral, por música portuguesa em particular e pelos Sobral ao pormenor - a Luísa faz parte da minha playlist há vários anos e foi com ela, na Casa da Música, que ouvi o concerto mais simples e intimista da minha vida - e estou imensamente feliz por isto. Não por termos ganho - mas finalmente por mostrarmos o que somos, o que temos e por finalmente nos darem valor. E por acreditarmos que somos capazes e nos deixarmos daquele complexo de inferioridade que há séculos nos assola em vários campos. Por investirmos. E por termos conseguido.

Deito-me com o coração a transbordar de alegria e isso não tem pagamento possível. Obrigada Salvador. Vemo-nos na Casa da Música. Quero tanto bater-te palmas!

 

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09
Mai17

Hoje o palco é do Salvador, mas o Salvador é todo nosso

As melhores chapadas são aquelas dadas com luva branca. Aquelas que não se vêem, em que não se ouve o “plash”, mas que doem para caraças na cara daqueles que a apanharam. E hoje, independentemente do resultado, Salvador Sobral vai dar um chapada de luva branca a todos aqueles que diziam que a sua música não era “música de festival”. Porquê? Porque conseguiu aquilo que há muitos anos ninguém conseguia em Portugal: pôr os portugueses a ver a Eurovisão, a acreditar que é possível e – acima de tudo – fazer com que não tenhamos vergonha daquilo que levamos lá fora.

Sim, porque “sucessos” como  “Quero ser tua” podem ter sido hits do YouTube, mas toda a gente sabe que não foi por boas causas. Não estou a dizer que a música pimba não tem fãs e que não mereça um respeito generalizado, mas é pimba. E isso nota-se – mesmo para quem não percebe português. Há toda uma aura ali envolta, o timbre daquelas vozes e a própria música “barata” que faz com que o género seja quase internacional – e mau. As pessoas da minha geração não se identificam com aquilo, a menos que seja para gozar, para servir de gifs, memes e gozo eterno – e assim, ao longo dos anos, toda aquela magia da Eurovisão que os nossos pais e os nossos avós viveram e hoje nos contam (o país parava, segundo dizem) perdeu-se. A minha geração já não se identifica e as gerações mais velhas também não, porque aquilo é malta jovem, a maioria a cantar inglês com um estilo um tanto ao quanto alternativo que não agrada nem a gregos nem a troianos – ou, neste caso, nem aos velhos nem aos novos.

Acima de tudo, a sensação de não ter vergonha daquilo que vamos mostrar é a melhor de todas. E depois são todos os “pormaiores” restantes: o facto de sermos os únicos a cantar na nossa língua, num gesto tão simples como poderoso; de ser uma música nua e crua, sem aquele espalhafato que muitos acham ser característica das “músicas de festival” (que, na verdade, é uma característica pimba); e por ser uma boa música, uma letra linda e mostrar aquilo que de bom se faz em Portugal, numa altura em que a música Portuguesa está a renascer pelas mãos de tão bons músicos, que com muito custo conseguiram conquistar o público e deixar para trás aquele terrível estigma sobre a nossa música (também alimentado por este festival).

Por tudo isto e muito mais, eu admito que, pela primeira vez, estou curiosa para ver o que aí vem. Admito que é bem provável que veja a Eurovisão pela primeira vez na minha vida. Admito que vou torcer com muita força para que o Salvador ganhe – e, se não ganhar, não importa. Porque nós já ganhamos. Ganhamos todos. Ganhamos o Salvador e isso já é prémio suficiente.

 

P.S. Caso não queiram ouvir o resto do pessoal a cantar coisas que a, nós, nada nos dizem, podem sempre trocar a Eurovisão por este concerto do Salvador, passado há dias na RTP. Eu já ouvi, re-ouvi e vou voltar a ouvir – quanto mais não seja na Casa da Música, quando ele cá vier atuar.

 

24
Fev17

A canção da semana, para o resto das semanas da vida

Acho que o pessoal da minha geração não vê a Eurovisão. Não temos aquelas histórias que se ouvem da boca dos nossos pais e avôs, de que meia vila se juntava à volta de uma televisão só para ouvir a Simone, o António Calvário ou, mais tarde, as Doce a cantar e representar Portugal por essa Europa fora. Acho que há muitas razões para isso acontecer: primeiro, não vibramos com uma Europa que para nós já é "velha" e é um dado adquirido; segundo, porque as musicas normalmente são uma treta e quase nos escondemos de vergonha só de pensar que algo como a "Quero ser tua", da Suzy, nos representou no estrangeiro; e, terceiro, porque já sabemos que nunca vamos ganhar aquela treta e há demasiadas séries boas para ver enquanto passam vinte músicas maioritariamente terríveis, algumas em línguas em que não se percebe sequer um "ai". 

Por tudo isto, acho que nunca vi um Eurovisão. Nem o espétaculo principal nem aquelas eliminatórias anteriores. Conheço mais ao menos todas as músicas que levamos, mas vi sempre posteriormente a terem sido escolhidas ou apresentadas no festival. E no domingo não foi excepção - por acaso estava na sala a ver um filme enquanto o programa decorria e, por sorte, acabei por fazer zapping, apanhando a fase final das eliminatórias do Festival da Canção. Vi a última música (quer dizer, talvez seja melhor dizer "sobrevivi à última música") e esperei pelo apanhado de todas elas, naquelas promos que fazem para as pessoas verem os números de telefone, gastarem dinheiro e votarem.

E foi aí, nesses cinco segundos, que eu ouvi o Salvador Sobral.. Eu nunca vi o Ídolos, nunca o tinha visto mais gordo, mas fiquei instantaneamente apaixonada por aquela voz e por aquela letra, que não é nada mais, nada menos, que genial. Topa-se a léguas que ele é irmão da Luísa Sobral, a voz é muito semelhante, e a letra também tem a genialidade que lhe é típica - sou uma fã acérrima da Luísa, já fui a um concerto dela na Casa da Música, e foi das coisas mais simples e bonitas que ouvi (e vi) até hoje. 

Pelos vistos o dom corre na família. A presença dele no palco foi um bocadinho estranha mas, pelo que sei, ele estava doente e podia estar um pouco alterado nesse sentido; ele meio que dançava e "tocava" instrumentos imaginários, enquanto fazia expressões sui generis, mas acho que também era por estar totalmente absorvido pelo momento. 

Mas bom, a verdade é esta: desde domingo que não ouço outra coisa senão uma música apresentada no Festival da Canção. E o "pior" é que a música é linda, a letra incrível e a voz do rapaz de fazer arrepiar a espinha. Por isso, ao que parece, até há coisas fixes no Festival da Canção. Ainda não está decidido quem é que vai à Eurovisão, até acredito que ele não vá (os melhores ficam sempre pelo caminho...) e, mesmo que fosse, não ganhava na certa (já há muito que se percebeu que aquilo não é uma questão de músicas). De qualquer das formas acho que foi uma lufada de ar fresco: há coisas boas a acontecer e a serem feitas neste país, inclusivamente a serem apresentadas num concurso que está mal visto pela grande maioria do público e onde antes já foram apresentadas obras-primas como "Quero ser tua". 

Esta foi a música que reinou a minha semana, que me enche o coração e me preenche as medidas. É muito mais do que uma "música de Festival da Canção" e muito mais do que o hit da semana. É uma obra prima.

 

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