Não era uma grande fã de Robin Williams mas, como todo o mundo, fiquei chocada com a sua morte. Era um excelente ator, que me marcou particularmente pelo filme do "Clube dos Poetas Mortos", que já vi há uns anos atrás mas, que me lembro bem, mexeu comigo e com a forma como via as coisas.
Em conversa cá em casa - e mesmo nas redes sociais, onde não se fala de outra coisa - muita gente se pergunta como é que uma pessoa que passou a vida a fazer os outros rir e sorrir, se suicida - enforcando-se, ainda por cima, que deve ser uma morte horrível. Pois que eu acho que muitas das pessoas que se mostram das mais felizes do mundo por fora, são o inverso por dentro, e não duvido que o mesmo se passasse naquele caso. Para além do mais, od atores de Hollywood devem viver numa vida de solidão, na medida em que vivem rodeados de pessoas mas que são poucas as que lhes dizem alguma coisa, em quem podem confiar - têm uma vida abastada, com supostamente tudo o que desejam, mas muita vezes falta-lhes o essencial. É aquela história de que tanto falo em relação a mim: os sítios onde me sinto mais sozinha, são quase sempre os mais populados. Por mais triste que seja, não há fãs que colmatem essa solidão, não há admiradores que façam essa tarefa: principalmente num mundo onde já não se pode confiar em ninguém. Apercebi-me muito disso quando, há uns dias, traduzi uma entrevista do Robert Pattinson para o Sunday Times, que estava tremendamente bem escrita e que me fez adormecer a pensar no assunto. Deixo-vos o trecho final da mesma, não antes de dizer - ainda em relação ao Williams - o mundo perdeu um grande ator que, sem grandes extravagâncias e pelo lado positivo, deixou a sua marca no mundo.
"After our interview, I hear him struggle with questions about superheroes, and if he could survive an apocalypse. Later, he heads for another cigarette in the rain. “I’m quite good at being by myself,” he told me earlier and, as I watch him, soaking, I believe him. Actually, somewhere in his mind, I think he’s already by himself, all the time."