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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

01
Nov21

Uma história com princípio, meio e sim! #20

O casamento não foi o dia mais feliz da minha vida (e falemos de saúde mental)

Este vai ser o último texto que escrevo sobre o casamento (ou puramente sobre o casamento), mas é porventura o mais importante de todos. É sobre aquilo que está por detrás de todos os silêncios - Junho foi o único mês na vida deste blog em que não escrevi um só post - e das palavras um bocadinho mais amargas que foram apontando timidamente os meus textos sobre este tema (e que os mais atentos se podem ter apercebido). É sobre a pergunta que faltou no post anterior. Porque, na verdade, nunca perguntam - assumem simplesmente que foi verdade.

"O casamento foi o dia mais feliz da tua vida?"

A resposta é muito fácil. 

Não, não foi.

O meu casamento não podia ser, nunca, o dia mais feliz da minha vida porque foi o culminar de uma série de meses muito infelizes. Não foram felizes, acima de tudo, por questões familiares, mas também por uma gestão de expectativas dificílima. Nunca quis casar, mas sem saber tinha todo um plano construído para esse dia - e que, claro, não se refletiu na realidade.

E se as minhas expectativas iam esmorecendo à medida que as coisas iam avançando - o vestido de noiva sendo o momento mais marcante, um dos maiores baldes de água fria de toda a minha vida - a expectativa maior, a do "dia mais feliz da minha vida", era o epíteto da minha infelicidade. Até que percebi que não era a única. Aqui e ali, quando me ia abrindo sobre o assunto, algumas pessoas iam partilhando comigo as suas histórias de casamentos não-assim-tão-felizes. A manicure falou-me do trauma com que ficou do seu primeiro casamento; a minha mãe contou-me sobre uma rapariga que chorava a cântaros na cabeleireiro, aquando da sua prova de cabelo, por se achar horrível a cada mecha de cabelo que lhe prendiam. E eu, que até aqui me perguntava muitas vezes porque é que as pessoas não tinham fotos do seu casamento expostas pela casa inteira (porquê, se era sempre um dia tão feliz?!), cheguei a uma conclusão: se calhar não é o dia mais feliz da vida de muitas pessoas. Ingenuamente ou não, eu não tinha essa noção. Acima de tudo porque as pessoas não falam do assunto. E é aqui que eu entro.

A pessoa que mais chocada e magoada poderia ficar com esta informação seria o Miguel, o homem que me pediu em casamento - mas ele sabe, melhor que ninguém, tudo o que se passou. Como tal, e apesar de não ser a verdade mais bonita do mundo, eu não tenho pudores em partilhar a minha experiência e poder ajudar a acabar com este mito, de forma a normalizar sentimentos mais negativos que se possam sentir durante toda a odisseia que é organizar (e a viver) um casamento. No fundo, à luz do que aconteceu nos últimos anos em relação à maternidade: se antes só se diziam coisas boas, agora pinta-se esta questão de outras cores, muito mais parecidas à realidade. A verdade é que isto é universal: nada é um mar de rosas. Mas este tipo de questões que prestam um papel central na nossa vida, que são vistas como pilares e conquistas, faladas desde crianças, têm uma identidade muito profunda e muito própria dentro de nós.  

Desde muito cedo que vemos desenhos animados de princesas, que casam com vestidos de noiva cintilantes, lindos e grandiosos. São sempre bonitos, elas sempre magras e com o cabelo impecavelmente arranjado. Crescemos e passamos a ver comédias românticas em que o final é sempre o mesmo: tudo acaba bem, os protagonistas apaixonam-se e casam-se; elas já não são em duas dimensões como víamos em crianças, mas continuam lindas e esbeltas, e tudo corre bem, finitto, felizes para sempre. 

Quer queiramos, quer não, isto fica no nosso subconsciente. E quando um dia somos nós naquele papel que tanto sonhamos (ou não, como era o meu caso), é aquilo que projetamos para nós e para o nosso dia - mesmo sendo uma ideia totalmente irrealista.

A parte prática do casamento deu-me um gosto tremendo, apesar de ser muito trabalho para o número de horas em que se desfruta de tudo aquilo que se planeou. Mas a parte emocional deu cabo de mim. Dei por mim no fundo do poço. Eu e a minha dor, aparentemente invisíveis. Vivi dias negros, ao ponto de não querer casar - e é algo que ainda hoje me dói a pensar, pois ponho-me no papel do Miguel e imagino o quão duro é ouvires a tua noiva dizer que já não se sente com forças para ir para a frente com aquele plano conjunto, que oficialmente vos tornará família. Foi a maior provação que vivemos enquanto casal, e sei que se as nossas bases não fossem bem fundas e as estruturas bem trabalhadas, provavelmente não estaríamos aqui hoje. Foi doloroso para mim, que estava a sentir tudo - mas para o Miguel não terá sido melhor.

Cheguei a um ponto em que me faltavam as forças para ir trabalhar, em que ficava a dormir de manhã para conseguir fazer algo durante a tarde. E foi aí que decidi que isto tinha de parar e recorri à ajuda de uma terapeuta para conseguir gerir tudo aquilo que me estava a deixar arrasada. 

Foi um ato de desespero profundo, em que usei a minha máxima de que só são precisos 20 segundos de coragem para se ir em frente nos casos em que temos muito medo do que nos vai aparecer pela frente. A partir do momento em que liguei, sabia que não seria capaz de desmarcar - e, daí para a frente, era só enfrentar a agenda, o dia a dia, e tudo iria correr pelo melhor. E a verdade é que correu. Exigiu coragem - enfrentar os nossos demónios é duro, doloroso, quase penoso às vezes - mas compensou pela qualidade de vida que me deu quase de forma imediata. 

Sei que estas duas dezenas de textos que escrevi sobre o casamento foram demasiado extensas para o interesse público, mas constituíram mais uma forma de fazer as pazes com aquele processo que tanto me custou a percorrer. Este blog sempre foi o espaço que utilizei para desanuviar, organizar ideias e racionalizar emoções que não tinha capacidade de processar de outra maneira - e de, ao mesmo tempo, ajudar os outros.

Sempre vi esta plataforma como uma oportunidade e um meio de contribuir com algo de positivo para a comunidade e, mais uma vez, chegou a hora de fazer mais do que mostrar coisas giras, viagens ou compras. Não tenho vergonha nenhuma em dizer que faço terapia - e, como isso ainda é raro, quero "dizê-lo" aqui, a alto e bom som, para que alguém, algures, numa má fase da vida, possa ler e achar que também é pertinente e faz sentido para si. A saúde mental é um tema tabú para a maioria - eu diria que até que por muitas pessoas que frequentam psicólogos - e eu sinto que, por estar tão à vontade com isto, tenho a responsabilidade de partilhar a minha experiência. O desconhecimento causa medo - e o medo afasta-nos de coisas tão simples como falarmos da nossa vida e desanuviarmos! 

Se é fácil? Não, não é. Se os resultados são imediatos? Não, não são - e não são poucas as vezes em que, no próprio dia, parece que nos passou um camião em cima. Se é estranho falarmos com alguém que não conhecemos? É - mas é tão libertador podermos falar de tudo sem amarras, sem medo de fofocas ou de julgamentos! É necessária uma mente aberta, capacidade de foco e, acima de tudo, muita vontade em recuperar e cooperar. Ali não é sítio para fugir dos problemas - é o local onde os reencontramos. Mas também é o mesmo onde finalmente os resolvemos. Percebemos que é essencial ouvirmo-nos, em voz é alta. E que é igualmente importante  sentirmo-nos ouvidos.

Acho que apesar de existir um apelo grande para uma maior consideração das doenças e problemas do foro mental, há ainda muito pouca partilha de experiências. Apela-se muito ao "despreconceito", à difusão de informação, mas na hora H é difícil encontrar alguém que assuma já ter ido, que explique o porquê e que normalize esse comportamento. Mais raro ainda é ter alguém que nos dê uma referência, um nome, algo para nos agarrarmos. As pessoas dizem-se despuduradas em relação à terapia ou aos anti-depressivos, mas quando chega o momento de marcar a consulta ou de levantar a receita, não o fazem. "Não estou maluco", é o diálogo interno mais comum.

Pois bem: eu também não sou. Para quem não me conhece, eu apresento-me: chamo-me Carolina, tenho 26 anos e sou feliz - apenas tenho muitos momentos de infelicidade. Fui uma filha muito desejada, tive muito amor numa família enorme e uma infância óptima. Olhando para trás, diria que tive um único episódio traumático a destacar. Não tenho nem nunca tive dificuldades financeiras, nem problemas de saúde graves. Estou há três anos à frente de uma fábrica têxtil, o que sempre foi o meu sonho. Saí de casa com 24 anos, fui pedida em casamento aos 25 e casei-me aos 26. Tenho um marido maravilhoso. E sim, ando na terapia - não por capricho, não por moda, mas porque precisei. Não por traumas, mas por processos que nunca consegui desenvencilhar. Muito prazer em conhecer-vos. 

Este texto devia ter saído no dia 10 de Outubro, dia Internacional da Saúde Mental - mas não consegui ter prontos  todos os posts do casamento antes desta data e acabou por me agradar fazê-lo fora de horas. Primeiro porque assim não seria só mais um no meio de tantos outros que se lêem nesse dia; segundo para passar para a prática aquele mote de "todos os dias devem ser dias em prol da saúde mental". Hoje é, por isso, um dia tão pertinente como qualquer outro - pois todos são importantes. Foi num dia igual a este que eu pedi ajuda; foi graças a alguém que me deu uma referência, mas acima de tudo foi graças a mim. E esse foi o dia do ano em que eu mais me ajudei a mim própria. 

No meu caso o casamento e a terapia andam juntos por uma simples relação de causalidade. E se por um lado é triste que uma festa destas, que devia ser só pautada por momentos felizes, de partilha e muito amor, acabe na poltrona de um psicólogo (lá está, expectativas: não era isto que eu esperava quando o Miguel me pôs o anel no dedo), por outro foi uma decisão que me ajudou de forma transversal, não só para resolver o problema que eu estava a viver naquele momento. Por isso este acaba por ser, sem querer, um bom exemplo do que é a psicoterapia: não muda o passado - altera simplesmente a nossa relação com ele, ajudando-nos numa primeira fase a sobreviver no presente - e depois a vive-lo com plenitude. Aprendi a lidar com as coisas, a estar atenta a gatilhos, a tornar-me visível sem que isso implique conflito; enfraqueci as dores associadas a algumas memórias, que passaram a deixar-me respirar com muito mais facilidade. E, assim, sobrevivi aos últimos meses de organização do casamento, conseguindo até desfrutar do próprio dia, algo que em muitos momentos duvidei que seria capaz.

Um par de meses depois do casamento, enroscada no Miguel à noite, perguntei-lhe se aquele tinha sido o dia mais feliz da vida dele. Depois de responder, não me lançou a réplica: "e para ti, foi?", que normalmente faz com que uma conversa role durante uns minutos. Depois da pausa, fiz eu a questão de lhe dizer: "não perguntaste se tinha sido o meu..." Ao que ele diz: "já sei a resposta". 

A resposta é que eu adoro estar casada - adoro andar de aliança, adoro dizer que ele é meu marido (e não namorado) - e que não me arrependo um segundo de tudo aquilo que percorremos e fizemos. Mas a verdade é que de facto aquele não foi o dia mais feliz da minha vida - embora também não consiga dizer qual foi. O meu casamento foi um dos dias mais completos e cheios desde a minha existência, mas esse caos de pessoas e emoções não é sinónimo de felicidade para mim. Houve momentos muito felizes no casamento - e é a coletânea de vários momentos que perfaz, no final do dia, "um dia feliz". O casamento foi só mais um. Um no meio dos tantos que já vivemos - e viveremos - juntos. 

29
Dez13

Multifacetada

Eu lembro de, no nono ano, de fazer os tão falados testes psicotécnicos. Ironicamente, não os queria fazer: só fui porque era a única com essa opção, e isso obrigar-me-ia a ficar numa sala sozinha com uma professora enquanto todos os meus colegas estavam com a psicóloga. Fui por ir, porque sabia que o meu destino era ciências. E fiz o meu teste a pensar nisso: porque, diga-se de passagem, se há algo fácil de aldrabar é aquilo. Ainda assim, os testes não foram muito claros, já na altura: havia uma preferência por ciências, mas as artes vinham em segundo lugar (desta não esperavam, hun?) e as letras também tinham algum impacto naquele gráfico de barras que me apresentaram. Havia duas coisas que eu, claramente, não queria fazer e que correspondiam a frases como "gosto de plantar couves no quintal" ou "gosto de ajudar os velhinhos na sua rotina diária". Isso não era mesmo para mim - tudo o resto...

Mal eu sabia que este era o início de um época atribulada por entre as várias áreas que me disponibilizaram. Quando, já no 11º ano, quase me obrigaram a ir à psicóloga quando eu me apercebi que queria mudar de área, lá fiz os testes outra vez. Nessa altura, respostas como "quero escrever um livro" reinaram, mas as outras opções continuavam lá, em alta. 

Ainda hoje o facto de ser multifacetada me dificulta a vida e continua a colocar-me questões todos os dias. Eu acho que gosto de mais coisas do que a maioria das pessoas, mas de nenhuma delas o suficiente para explorar a fundo. Para tirar um curso. E para seguir uma vida baseada naquilo que aprendi e escolhi. Acho que é esta a ponta do novelo deste "problema" (ou aflição, ou mania, ou o que lhe quiserem chamar) que se apodera sobre mim a cada dia que passa e que eu não me consigo desenvencilhar.

09
Mar12

Somos uma cambada de mentirosos, e ninguém se importa

Na segunda-feira, quando estava a falar com a psicóloga, bateram à porta. Era uma colega minha, que já não faz parte da minha turma actualmente. A psicóloga pediu-lhe que esperasse, e ela assim o fez.

Quando saí, cumprimentei-a e fiz a habitual pergunta "então, tudo bem"? "Sim, e contigo?", levei como resposta. "Também, também", respondi.

O engraçado é que estávamos as duas à porta da psicóloga (o que, só por si, não agoira algo de muito bom), com uma cara que tinha tudo representado menos felicidade. Mentimos tanto, todos os santos dias...

10
Jan12

Wish me luck

Amanhã tenho teste de matemática, e vou faze-lo sozinha, numa sala aparte, por sugestão da psicóloga.

Ao longo dos tempos desenvolvi um bloqueio, que só não actua quando estou sozinha. Hoje em dia, com a matéria actualizada e a perceber alguma coisa daquilo, faço exercícios em casa com algum à vontade. Tive explicações e trabalhei - e trabalho - para o conseguir. Ainda assim, na presença de alguém que julgo ter expectativas sobre mim, bloqueio nas coisas mais básicas. No teste, com a professora a fazer [alguma] pressão sobre os alunos, ou na explicação, com a explicadora a olhar para o que estou a fazer, não consigo desenvolver algo tão simples como uma equação. Digo o raciocínio, oralmente, e não o consigo passar para o papel.

E pronto, vamos lá ver o que sai dali amanhã. Não vou dizer a minha típica frase "medo, muito medo". Hoje estou mais numa de "esperança, muita esperança".

02
Dez11

A minha frase

Na quarta-feira, na psicóloga, ela pôs-me a fazer os testes psicotécnicos - que eu já tinha feito há dois anos! Fizemos uma abordagem um pouco diferente da do costume, para ver se eu organizava, finalmente, esta cabecinha confusa. O processo ainda não está concluído, e a próxima marcação está só marcada para Janeiro, mas estamos num bom caminho.

No meio de tanta profissão e afirmações como "gosto de plantar couves e de tratar dos animais" ou "misturar cimento e colocar tijolos" ou "ajudar idosos a ter melhor qualidade de vida" ou ainda "fazer um plano de construção de um navio", encontrei lá uma especial: "ser um escritor reconhecido". Depois daquela trabalheira toda e de uma análise mais profunda, decidi sublinhar aquela frase. E no fim, disse à psicóloga: "sublinhei aquela que eu quero mesmo muito".

E sorri. Porque aquela é a minha frase e parecia estar ali de propósito para mim. Porque de cada vez que me deito e a cada noite que passa, sei que o meu futuro passará por aí.

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