Amigos, amigos - redes sociais à parte?
Eu devia coibir-me de escrever estas coisas, pois, tendo em conta o curso que tirei, era suposto a gestão de redes sociais ser uma das minhas valências. E é, se tivesse mais paciência para elas - coisa que, na verdade, não tenho, a par de muita falta de gosto pela área. Faço o mínimo indispensável para poder promover os meus textos e tudo o que seja necessário e pertinente a nível profissional. De resto, confesso-me preguiçosa.
E isto também acontece porque há algumas dinâmicas nas redes sociais que me passam ao lado. O LinkedIn, por exemplo: é suposto eu aceitar toda a gente, fazer uma pré-seleção tendo em conta o ramo de trabalho ou "estar em rede" só com pessoas que eu conheço? E o Goodreads - qual a política que devemos seguir? Cingimo-nos aos nossos amigos ou alargamos o círculo? É que, de tanto aceitar pessoas que desconheço totalmente, tenho uma mistura de estilos e de gostos infindável, que em muitos casos não corresponde ao meu gosto pessoal no que a livros diz respeito, e que até tem feito com que eu tenha perdido o interesse naquela rede social. É tanta tralha livresca em frente dos meus olhos - coisas que amigos de amigos lêem, e gostam, e comentam, e atualizam, e criticam - que eu acabo por me perder, desligar a aplicação e centrar-me na minha prateleira de livros por ler, em vez de andar à procura de mais papel onde gastar o meu dinheiro.
Sinto que, provavelmente, não há uma resposta certa para estas questões - cada um adopta a sua política, aquela que acredita fazer mais sentido para si, passando ao lado de tudo o resto. No Facebook e no Instagram também tivemos de o fazer - há quem aceite amigos, conhecidos e desconhecidos, assim como há quem tenha contas totalmente privadas que nem a lista de amigos deixa aceder. Eu, curiosamente, tenho políticas diferentes nas duas redes (sim, eu ainda uso Facebook - não se esqueçam que lá no fundo eu sou uma velhinha de 82 anos): no Facebook só tenho gente, no mínimo, conhecida, enquanto que no Instagram tenho a conta aberta (também porque a adotei como sendo uma plataforma de divulgação do blog), de modo a que qualquer um me possa seguir. Tenho linhas que separam o publicável do não-publicável e uma série de códigos de conduta internos que nem sei bem descrever mas que sei que estão lá.
Mas no LinkedIn e o Goodreads não. Não são sites novos, já têm o seu estatuto e vários anos de implementação - mas eu continuo a navegar um bocadinho na maionese. Na rede-social-do-emprego a única coisa que tenho bem definida é que não aceito pessoal do Zimbabué, Suriname e arredores, assim como pessoas cuja escolaridade se resume à "faculdade da vida"; de resto, vou pelo tato. Aceito uns, deixo outros a marinar durante tempo indeterminado enquanto penso indefinidamente sobre aquela conexão-cibernética e outros... bem, se for um astronauta, calculo que não deva ter muito em comum comigo, por isso opto por não aceitar. O que me leva à seguinte questão: faz então sentido aceitar um amigo que seja médico ou jardineiro, se não há nada em comum nas nossas áreas de trabalho? Isso não é equiparável àquela ideia do astronauta, cujos pontos de ligação profissional são parcos (quiçá nulos)? Porque afinal aquilo tem como finalidade criar uma rede de trabalho, com alguma estrutura e que faça sentido, ou é tudo ao molho e fé em Deus? É tudo muito ambíguo na minha cabeça.
Já no Goodreads, muito por culpa da pandemia de livros que estava a tomar de assalto a minha homepage, decidi tomar medidas, apagando mais de metade das minhas amizades. Sei que muitas das pessoas que me enviavam pedidos (que fui sempre aceitando) surgiam a partir daqui, do blog - e, por isso, deixo já as minhas desculpas antecipadas caso tenham feito parte da minha eliminação colectiva. Poque neste caso defini bem as regras: ficaram pessoas que conheço (as que interessam e que cumprem os requisitos que a seguir menciono), com quem tenho gostos em comum ou que elaboram as suas reviews, não deixando apenas classificações com estrelas ou marcando só os livros que lêem. Foi uma limpeza.
Gosto muito de saber que as minhas críticas ajudam os outros a perceber se um livro será ou não interessante para juntar à sua lista de livros - mas, para garantirem que as vêem, sigam-me em vez de pedirem amizade (porque, como já se viu, sou uma esquisitinha da pior espécie).
E vós? Como fazem a vossa gestão de redes sociais e que critérios têm? Ajudem esta alma perdida!