Já vos disse que detesto a mudança da hora?
Hoje é o último dia do ano em que vemos luz significativa às 18 horas da tarde. É triste.
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Hoje é o último dia do ano em que vemos luz significativa às 18 horas da tarde. É triste.
Te apercebes que o teu feeling estava correto - que não gravaste/perdeste uma entrevista de uma hora. Que quase "desperdiçaste" duas horas da vida de uma pessoa - simpática, prestável, que podia estar a fazer coisas muito mais interessantes do que aturar-te - por causa de uma imbecilidade tua, por falta de experiência e de muita burrice, porque até sabias que podias gravar também com o telemóvel mas confiaste no destino. Esse destino que já devias saber que é um filho da... enfim.
Dizer que me apetece auto-esbofetear, chorar e desesperar é pouco. Há dias que simplesmente não deviam existir.
Depois de ter andado o dia inteiro a passear por Lisboa, quando estava mesmo, mesmo prestes a sair para jantar, senti que o meu pé ficou para trás. Foi só uma ilusão - foram SÓ uma das minhas sandálias favoritas que se tinha estragado sem grande recuperação à vista. Ficaram mesmo por Lisboa, num caixote do lixo.
Mais tarde, mal cheguei a casa, deitei a minha roupa para lavar. A minha mãe levou-a para fora e passado cinco minutos veio dar-me a notícia: "foi-se o teu top branco: a Molly roeu-o quando não estava a olhar". O top referido era, sem dúvida, o meu preferido. Já procurei por todo o lado por um igual - ou pelo menos do mesmo do mesmo material - e não encontro.
Isto foi um fim-de-semana do demónio no que diz respeito ao estrago de coisas boas.
Eu detesto moscas. São assim o animal mais odioso à face da terra, depois dos ratos (e seus derivados) - a única diferença é que as moscas atazanam-me o juízo durante os meses de verão e outono, enquanto que os ratos é uma vez ao ano na melhor (e, pensando bem, na pior) das hipóteses. Já relatei aqui vários episódios na minha luta contra este inseto, mas até agora nada funcionava. Leram bem: até agora.
Sou da opinião de que se devia dar um nobel a quem inventou a raquete-que-eletrocuta-moscas (à minha amiga C., que me deu a conhecer a invenção quando veio cá passar férias, não vai um nobel, mas sim um grande beijinho de agradecimento). A sério que sim, porque para além de ser divertido, acaba com elas todas em meio minuto. E agora que lhe apanhei o jeito, extermino cerca de dez moscas a cada dez minutos, o que é uma coisa estupenda. E o gozo que dá ouvir aquela estalo quando elas batem na rede? Epá. Toda eu sou contra a violência nos animais, mas as moscas cá de casa (vivo próxima de uma leitaria) tiram-me do sério - é que para além de chatas, as idiotas mordem (e não me perguntem como).
Dito isto, era só para informar que, se precisar de uns trocos, sou capaz de fazer serviços ao domicilio. "Não consegue ver televisão descansado porque as moscas estão sempre a pousar-lhe em cima? O seu pesadelo acabou! Carolina mata-moscas resolve o seu problema!". Vou já acrescentar isto ao currículo.
Uma das coisas que reparei quando estive no Algarve no início do mês é que já não há gaivotas - aqueles barquinhos a pedais, muitas vezes com escorregas incorporados - no mar. Em Maio já não havia, mais pensei que fosse por as concessões ainda não estarem abertas - agora, pelos vistos, extinguiram-se.
Ainda andei por vários sítios, por curiosidade, e afinei a visão a ver se vislumbrava alguma no mar (e costuma haver muitas) e nada. Nem uma, nem em terra, nem em água. Tenho para mim que aconteceu alguma coisa de mais grave e que acabaram com estas brincadeiras - que, se não forem levadas a sério, podem ter consequências graves (quantas vezes não fugiram de mim e levaram o barco, quando me atirava ao mar, e tive de ir a nado atrás deles? quantas vezes não caí mal na água e dei uma chapa monumental?).
Mas tenho pena, tanta pena. Não tenho fotos para recordar esses momentos (se levasse máquina fotográfica era meio caminho andado para ela ficar molhada ou ir para o fundo do mar, onde já não a conseguiria apanhar por causa da profundidade), mas guardo-os com o maior carinho no meu coração. Era uma das coisas que sempre mais gostei de fazer quando estava de férias: pagar dez euros e passar uma hora com amigos, o mais longe que pudessemos ir enquanto pedalavamos e dávamos à perna, a escorregar e cair naquela água gelada sem fundo à vista, até nos dar aquele arrepio até à espinha. Tão bom. Espero que voltem.
(foto daqui)
Quem me conhece sabe bem que há poucas coisas de que tenha tanto medo como de médicos. Não vou explicar aqui porquê, porque de facto não consigo, talvez nem seja humanamente possível. É uma fobia, tal como existem tantas outras no mundo. Mas há médicos que eu tolero melhor que outros: por exemplo, os oftalmologistas não me incomodam, assim como os otorrinos. Mas há outros... que me tiram do sério: entre eles dentistas e cirurgiões (já se me está a dar arrepios na espinha).
E é esta a razão principal para eu não arranjar os meus dentes: porque pôr uma aparelho implica idas ao dentista frequentes e isso ia custar-me muito, muito, muito. Tive uma vez umas dores de dentes suficientemente alucinantes para não deixar de ir ao dentista quando tivesse cáries ou para fazer limpeza, mas não me peçam para aparecer lá uma vez por mês.
Perguntam-se vocês: "mas os teus dentes são assim tão maus?". Epá, não. Eu acho que não, mas a verdade é que me perturba. Em cima tenho um dente um bocadinho encavalitado e em baixo os dentes são bastante separados entre si. Como é óbvio, no dia-a-dia, tento que as falhas não se notem tanto: quando sorrio (naturalmente) não mostro os dentes de baixo, pelo que, nesse aspeto, me safo. Mas o de cima, infelizmente, vê-se bem (exceto quando não faço um sorriso rasgado que, se vierem a reparar, é cada vez mais comum em mim).
É uma coisa em que penso regularmente e há muitos anos: se vale a pena o esforço de ir para o dentista, as dores, os problemas, a possibilidade de não ficar bem, o preço, o tempo com que se anda com aquilo. Tenho sempre arrastado isto - e, acho, assim vai continuar a ser - porque acho que as desvantagens são demasiado grandes. Hoje em dia há coisas novas, uns aparelhos tipo próteses, outros com brackets transparentes que são mais bonitos a nível visual, mas a balança continua a estar desequilibrada. Por outro lado há dias assim, em que isto me incomoda e que me lembro regularmente, onde me apetece esconder o sorriso por detrás dos lábios e assim ficar até esquecer.
Arg, odeio dentes.
Vou-vos dizer o que é que se passa: estes últimos dois dias têm sido de um stress descomunal. Eu não sou pessoa de stressar no que diz respeito a escola, exames ou notas - nunca fui. Nem enquanto os fazia ou esperava pelos resultados, excepção feita ao exame de português do ano passado que me deixou num puro estado de nervos. Mas enfim, fora isso, nunca fui de me passar por causa de um teste, um exame ou qualquer outra coisa.
Mas desta vez é diferente. Falta-me saber uma nota para saber se conclui o primeiro ano de faculdade com sucesso, sem cadeiras em atraso: nota essa que devia ter saído na passada quinta-feira. Mas não saiu. Para evitar ser bombardeado de emails, o professor decidiu lançar as notas às pinguinhas, à medida que ia corrigindo: ora dez uma vez, ora doze noutra, e por aqui andamos. Ele explicou a ordem por que estava a fazer a correção, e percebi logo que a minha nota seria das últimas a sair: mas este stress está a consumir-me.
É que se as notas fossem boas e estivéssemos a passar todos, eu ainda podia estar descansada: mas o que não falta naqueles emails improvisados de pautas são 3, 4, 5 e 7 para dar e vender. Tem sido uma razia fabulosa, sendo que o exame de recurso é terça-feira (e já há muita gente que sabe que vai ter de ir a recurso desde sexta enquanto que eu, se tiver de ir, só vou ter um dia de estudo). Mas nem é da questão da (i)legalidade e da (in)justiça que se fala aqui. É mesmo da tortura que isto é para os alunos, de esperarem por notas que vão caindo de quando em vez no email e esperarmos, ansiosamente, que o nosso nome esteja por ali. Honestamente, já não me lembrava de andar tão agarrada ao telemóvel, muito menos a fazer refresh de meia em meia hora no email da faculdade. Só quero que isto acabe (e, com um bocadão de sorte, conseguir passar).
Em dezanove anos, conto 18 São João's. Hoje seria o 19º. Claro que não me lembro das festas em bebé, mas lembro-me bem das festas aqui em casa; suponho que, desde que nos mudamos para aqui, há 16 anos, nunca deixamos passar esta data. E, por alguma razão, ao longo dos anos esta foi-se tornando a minha festa favorita. As sardinhas, a boa companhia, os foguetes, os balões, a tradição de ir para a piscina quando tocava a meia-noite sem os pais saberem.
Eram as únicas festas em que os amigos dos meus irmãos vinham em peso, traziam as guitarras, a boa disposição e bebidas alcoólicas a mais como "multa". Já lá vai o tempo em que a lista de "multas" era extensa e bem preparada, porque ter 50 pessoas em casa é algo que já exige uma boa organização. As luzes coloridas por cima das nossas cabeças, os enfeites, as grinaldas, os manjericos, a hora em que chegavam os doces e que os miúdos paravam tudo para darem de comer à gula. Enfim, o tempo passa. Agora os miúdos são os meus sobrinhos e não nós, os meus irmãos nem sempre vêem, e muito menos os amigos deles; também já não há luzes coloridas, apenas enfeites e grinaldas de papel que, por esta hora, estaria a colocar, porque é uma tarefa que sempre me compete.
Apesar de, ao longo dos anos, esta época festiva me ir entristecendo cada vez mais - pela falta gradual de pessoal, pela falta de alegria, de música, dança, bons vivãs e disposição - faz-me sempre bem celebra-la. É um dos dias mais longos do ano, é um dia alegre, o início do verão.
Mas hoje não há S. João. O S. Pedro, ao atirar-nos com previsões chuva para cima assim o ditou - e, verdade seja dita, a disposição para fazer uma festarola cá em casa também não é das melhores. Está tudo cansado, ou com dores, eu com exames, também cansada e sem tempo para grandes festas. E resultou nisto: uma casa vazia e sem movimento no que, nos anos atrás e por esta hora, já era uma confusão generalizada - as pessoas só chegam ao fim da tarde mas o começo da festa, para quem cá mora, começa sempre cedo e envolve muito trabalho braçal à mistura.
Não hoje. Não vou ao Porto, com 99% de certezas - será um dia como os outros, fechada em casa, com o barulho de fundo do meu computador e os papéis à frente, enquanto - mesmo com chuva - milhares de pessoas vão andar a martelar a cabeça de outras, beber cervejas, comer sardinhas e ver os 16 minutos de pirotecnia esperados à meia-noite na câmara municipal do Porto. Caraças, hoje é um dia triste para mim.
[23 Junho 2013]
Ou não.
Praxe? Super hiper mega anti.
Latada? Não ando com latas atadas aos pés.
Serenata? Nop.
Queima? Aturar bêbados não faz parte dos meus hobbies.
Cortejo? Gritar pela FLUP e pelo meu curso como te tivesse um grande amor à camisola? Pleasssssssse.
Traje? Ficou na loja.
Eu cá só passo às cadeiras. E às vezes é com sorte. É essa a minha universidade.
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