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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

17
Mai17

Review da semana #20

The Crown

 

Sou uma hiper entusiasta de todas as famílias reais, mas a inglesa tem, sem dúvida alguma, um lugar especial no meu coração. Adoro a rainha (tenho três mini-estátuas dela...), adoro a Kate, o William, o Harry e as pequenas crianças, claro está. Acompanho com alguma atenção os eventos onde eles aparecem, gosto de ver o protocolo, as vestimentas, os casamentos e essas coisas todas - e por isso era óbvio que ia adorar a série "The Crown", produzida pelo Netflix.

Dizer que é uma série magnifica é dizer pouco. Tudo nela é bom: os atores, os cenários, a banda sonora, a realização... já para não mencionar a fotografia, que é para lá de incrível. Mas, acima de tudo, pela riqueza de detalhes (tanto históricos como visuais). Todos nós podemos ter acesso à história, como é que as coisas se passam, mas isso não tira qualquer magia à série, uma vez que ela está tão bem feita que nos faz sentir tudo aquilo que se vivia à época.

A série tem dez episódios de uma hora e começa no fim do reinado de George VI, passando pela sua morte e consequente início do reinado de Isabel II. Isto envolve, claro está, o casamento de Isabel II com o Duque de Edimburgo, os arrufos com Winston Churchill e os problemas com a Princesa Margaret. No início de cada episódio aparecem alguns flashbacks que, muitas vezes, ajudam a contextualizar o resto do episódio - aparecem as duas princesas ainda pequenas, o não coroado rei Edward VIII (que também entra ativamente na série, sempre em alturas de confronto) entre outros momentos. Para quem não estiver minimamente contextualizado com a história da monarquia inglesa, para além da série ser potencialmente desinteressante, pode ser até um pouco difícil de entender - mas, para os restantes, é um autêntico regalo para os olhos e para a nossa cultura geral. Saber de política mundial (desta época) também pode ajudar a compreender alguns momentos.

Mas o maior elogio que eu posso fazer a esta série é o facto de ela me ter posto a pensar sobre a vida dos reis. Algo que me faça pensar a fundo sobre um assunto merece sempre a minha vénia e, neste caso, fez-me debruçar sobre algo que eu adoro há anos e sobre o qual - agora vejo - não tinha pensado devidamente. Eu, como a grande maioria das pessoas, olha por exemplo para a vida de Kate Middleton como um conto de princesas que se tornou real - nasceu plebeia, conheceu e apaixonou-se por um príncipe, casou-se numa igreja majestosa com um vestido incrivelmente lindo na presença das altas patentes do estado (incluindo a Rainha) e, se tudo correr bem, um dia terá a coroa em cima da cabeça. Parece magnífico, não é? Eu também achava, até ver esta série e perceber que tudo isso deve ser super chato.

Acima de tudo, entendi, primeiro, o quão "ridículo é ser" rainha. Não é fácil explicar isto, mas a série expoe-no demasiado bem: ter empregados para tudo, ter que ostentar uma coroa em cima da cabeça (pensem bem no assunto e imaginem-se a andar com uma coisa pesadíssima na cabeça - e pensar que isso vos dá quase todos os poderes). Em segundo, o quão difícil é executar esse papel - como deve ser difícil ser Papa, por exemplo: é uma responsabilidade demasiado grande, há demasiados deveres quando, na verdade, é só uma pessoa normal que o está executar. Estas pessoas têm de deixar de ser elas próprias para passarem a ser aquele papel; têm de se pôr em segundo lugar (ou muitos mais lugares abaixo), assim como a sua família, para não derrubar nenhum valor das instituições que governam - e na série vê-se muito bem que, por vezes, os valores colidem e há decisões que têm de ser tomadas, por muito que doa a todos os envolvidos.

É difícil explicar algo quando está tão bem feito e demonstra coisas que, de outra forma, é difícil entender. Aqui, pomo-nos nos pés de um rei ou de uma rainha. Percebemos que não é um mar de rosas, que o quem reina passa a ser Rei e deixa praticamente de ser "a Isabel" ou "o Duarte". E as dificuldades que isso traz, tanto a nível pessoal como na relação com os outros - nomeadamente a nossa família. 

A única coisa em que, nesta série, tenho algumas dificuldades é em fazer a ponte da ficção para a realidade - não a nível dos acontecimentos históricos, mas em imaginar (por exemplo) que a Rainha Isabel foi mesmo assim. Acho que nestes episódios, para além de mais bonita, a Rainha é representada de uma forma muito mais simpática e empática do que é na realidade; é lógico que eu nunca a conheci e não era viva nos anos seguintes a ela ser coroada mas, pelo que vejo agora, ela tem um semblante (ainda que ligeiramente simpático) austero e custa-me imagina-la tão querida como ela às vezes é aqui repretratada. Mas enfim, se calhar fiz uma leitura errada da senhora - ou então foram os anos que a tornaram mais amarga o que, tendo em conta tudo aquilo que passou, também não deixa de ser legítimo.

Não posso dizer mais nada. É um must see. Pelo que li, a série foi das mais caras de sempre e terá (felizmente!) uma segunda temporada, que vai dar mais enfoque no Philip do que propriamente na Rainha (o que é uma pena, mas não duvido que será igualmente interessante). Não percam!

 

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