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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

16
Jan20

Game fever: os meus jogos de tabuleiro favoritos

Sempre fui fanática por jogos de tabuleiro. As tardes em que os meus primos alinhavam em jogar Cluedo eram de longe as mais felizes para mim - de tal forma que eu dava TUDO para ganhar, para desfrutar daquilo ao máximo, para não perder nenhum detalhe. Era uma festa.

Mas era coisa para acontecer uma vez por ano, se tanto. Se os ajuntamentos não aconteciam com muita frequência, conseguir que jogar fosse vontade de todos era um filme sem fim. Pelo que, na maior parte das vezes, os jogos ficavam a apanhar pó. Os meus irmãos já não alinhavam nessas coisas e só com os meus pais também não dava muito jeito. Restava-me jogar o dominó, as damas e o "Quem é Quem" com o meu pai, que sempre me matavam o bichinho (e que me criaram memórias que guardo com muito carinho).

Ao longo dos anos fui comprando um ou outro jogo, muitas vezes em conluio com a minha mãe, que também acha graça a estas coisas. Mas a verdade é que pouco os usávamos - ora no Natal, transformando a mesa de jantar num autêntico campo de batalha, ora quando o Rei faz anos.

Entretanto, quando me apercebi que o meu namorado era fã destes jogos (que foi, basicamente, logo quando começamos a dar-nos, quando ele me convidou para uma sessão de jogos de tabuleiro) agarrei logo a oportunidade. Já tinha, desde há muito tempo, uma série de jogos debaixo de olho - e esta foi a altura ideal para me fazer a eles. Como agora temos vários grupos com quem experimentar, vamos jogando e vendo o que gostamos mais e que dinâmicas funcionam melhor. Até lá em casa está a pegar o bichinho! E a minha mãe já aproveitou para investir num par de outros jogos, que também trago emprestados de vez em quando, só para lhes dar uso. É ao gosto do freguês, basicamente.

No meio desta game fever também os outros se começaram a aperceber do fenómeno e, neste Natal, uma série de prendas contribuíram para o crescimento da nossa coleção. Posto isto, ainda que não me possa considerar (para já!) uma expert na matéria, achei que podia fazer algumas reviews sobre os jogos que mais temos jogado lá em casa. Para já deixo os nossos três favoritos do momento:

 

Scattergories

Este está longe de ser um jogo novo. Foi lançado pela primeira vez em 1988 e já há mais de vinte anos que tem destaque lá em casa. Sempre foi dos que gostei mais, mas sempre achei que ao lado de colossos como o Cluedo ou o Monopólio não tinha grande projeção. Até há um ano atrás não sabia de ninguém que o conhecesse (fora da minha família), mas esta nova edição da Hasbro veio dar-lhe uma nova vida - e em português!, um pormenor que neste jogo acaba por ter alguma importância (a que tinha antes era inglesa).

Mas vamos à pergunta que se impõe: sobre que é? No fundo, o Scattergories é o jogo do stop mas em bom. Vai muito além das categorias de "nomes", "animais", "capitais" ou "vips". Tem vários conjuntos de categorias (de coisas tão normais como "vegetais" a outras tão parvas como "desculpas para chegar tarde") que têm de ser preenchidas ao rodar do dado, que contém em cada uma das suas faces cada letra do abecedário. O objetivo é completar o máximo de categorias possível (são 12), num determinado período de tempo, com respostas pertinentes e, se possível, diferentes das dos colegas. Não é jogo para quando está tudo mais para lá que para cá, mas garanto ser muito divertido. Para mim continua a ser o melhor de sempre!

 

scattergories.jpg

 

 

Tensão

No Tensão voltam as categorias. Para quem conhece ou já viu o popular concurso de televisão "family feud", a dinâmica deste jogo vai ser familiar. Aqui ninguém joga por si: formam-se duas equipas e não pode haver batotas, pois é a equipa adversária que controla os avanços da outra. Então é assim: é lançada uma categoria e a equipa que responde tem de adivinhar quais as respostas mais típicas dessa categoria. Exemplos: na categoria "doces regionais", dizer "pastéis de Belém", "pampilho" ou "Dom Rodrigo"; quando o tópico é "países frios", potenciais respostas são a Rússia, a Islândia e outros que tais. Não há limites para aquilo que dizemos nem somos prejudicados por dizer algo que não está listado - mas é preciso manter em mente que o objetivo é conseguir acertar nas respostas que estão no cartão (e que serão, supostamente, as mais respondidas). 

Como o jogo é composto por duas equipas, não há limite de participantes. No entanto, quando são muitos, torna-se difícil decifrar as respostas no meio de tantos berros (o que torna a vida da outra equipa, que está a monitorizar as respostas certas, um bocadinho difícil). Diria que o limite razoável é de 10, 12 pessoas no total. 

A pressão (e a dificuldade) acaba por ser bem menor que no Scattergories, mas é um jogo igualmente muito divertido. E tem o lado do jogo de equipa - que, dependendo do perfil de cada um, pode ou não ajudar à festa.

 

tensao.jpg

 

 

Dixit

O Dixit tem, à partida, um entrave: parece difícil de explicar (e, consequentemente, de jogar). Mas a verdade é que não é. Primeiro estranha-se, depois entranha-se - e consegue ser muitíssimo divertido, pois demonstra que a forma como cada um vê as coisas é diferente da do outro ao lado. Dizem que uma imagem vale mais de mil palavras - e aqui se demonstra que vale mesmo!

O jogo baseia-se em descrever uma imagem (de um conjunto de cartas que são distribuídas à partida por cada jogador) através de uma palavra, uma frase, uma canção, um filme... qualquer coisa. O objetivo é que essa pista não seja nem muito óbvia nem muito difícil - de forma a que, no final, algumas pessoas indiquem que aquela foi a carta descrita, mas outras sejam despistadas por outras cartas colocadas em cima da mesa pelos outros jogadores. Em cada ronda há, em cima da mesa, tantas cartas quantos jogadores (pois todos escolhem, do seu próprio baralho, uma carta que se identifique minimamente com a descrição dada pela primeira pessoa). No final, vota-se: qual é, afinal, a carta "inicial", que recebeu aquela descrição? Quem acertou ou conseguiu enganar os outros (com a carta que entregou), ganha pontos; quem não o fez, vai ficando para trás.

Tem a grande vantagem de poder ser jogado com pessoas de todas as idades (algo que não se pode dizer dos dois jogos anteriores, que exigem alguma cultura geral) e de depender apenas da criatividade e imaginação de cada um. Para além de que se podem comprar packs de expansão (mais cartas, com mais imagens), para que o jogo nunca se torne repetitivo. É muito, muito giro ver a interpretação que cada um faz de uma imagem que é, aparentemente, simples. E é surpreendente a quantidade de referências e ideias que uma imagem transmite. 

Foi o jogo escolhido para a noite de Ano Novo e ficamos de tal forma embrenhados que as 12 badaladas estavam a passar e nós a contar os pontos. E a verdade é que, por vontade de alguns, ainda lá estávamos. É incrível!

 

dixit.jpg

 

Como é: partilho mais jogos que tenho descoberto nos últimos tempos?

13
Nov17

Uma infância a jogar Sims (e muitas saudades...)

Não sei se alguma vez falei aqui da minha paixão assolapada por Sims quando era criança - o que é estranho porque, de facto, este jogo foi uma parte quase que essencial da minha infância. Só para perceberem, aquilo era importante o suficiente para eu gastar a minha mesada e todas as minhas poupanças: logo eu, que sempre fui forreta, não gastava nem eu cêntimo em qualquer outra coisa. Mas se saía uma extensão eu estava na fnac a compra-la e a desembolsar o que quer que fosse, perante o olhar surpreendido dos meus pais.

Os Sims são a única razão pela qual eu me contenho a criticar as horas que os meus sobrinhos passam com os eletrónicos - porque eu passava o dia inteiro a jogar aquilo, excluindo refeições e idas à casa de banho. Era uma loucura que nem eu sei como é que os meus pais toleravam - mas foi uma época (anos!) mesmo feliz e, diria até, bastante partilhada. As coisas não eram como são agora: não havia possibilidade de entrarmos nos jogos uns dos outros, mas eu lembro-me de jogar com os meus primos ou de ligar à minha prima a dizer que a minha família tinha tido um bebé, que o pai tinha morrido num fogo (sim, estas coisas aconteciam - e nós fazíamos de propósito) ou que tinha descoberto uma funcionalidade qualquer nova.

Ainda hoje são os jogos que eu guardo - tenho-os todos comigo, mesmo estando em crer que já não funcionariam com os sistemas operativos atuais. Passei muitas horas da minha vida a jogar o Sims 1 e, quando veio o Sims 2, a diferença foi brutal. Aliás, foi representativa da época: as coisas nos videojogos evoluíram tanto num espaço de tempo tão curto que o jogo quase nem parecia o mesmo. Eu criava tantas coisas, tinha tantas expansões, que dei cabo do meu computador e tive de o equipar com aquilo que, à altura, era uma super placa gráfica: por isso, agora que penso, também eu fui uma gamer nos meus tempos áureos (ah ah ah).

Eu era obstinada com aquilo. Chegava ao ponto de ter documentos com todas as famílias que tinha, com a informação sobre os agregados familiares, o que cada um fazia, a planta da casa, entre outras coisas - por isso, como veem, a minha "panca organizacional" não é de agora. Isto afetou-me de tal forma que eu considerei seriamente ir para decoração de interiores: porque mais do que fazer aqueles bonecos viver, eu adorava decorar as casas, os espaços, os negócios... era a minha perdição. E sim, eu era batoteira: como adorava comprar tudo do bom e do melhor, "criava" dinheiro e assim podia decorar as casas conforme queria. Mas tudo dependia da filosofia de cada família: algumas, "as honestas", lutavam para conseguir aquilo que tinham - mas eu perdia a paciência, porque elas ganhavam um salário muito baixo, eu nunca mais tinha dinheiro para comprar as coisas essenciais e desistia com facilidade. Mas, fora isso, posso dizer com bastante orgulho que passaram por mim muitas e muitas gerações de Sims.

Não sei precisar quando deixei de jogar, mas foi algo muito gradual e acho que por culpa de duas coisas: a primeira foi a falta de tempo - com o passar dos anos vêm as responsabilidades, os trabalhos de casa e outros interesses, por isso acabei por ir jogando menos e menos; a segunda foi o facto de ter comprado o Sims 3 e ter ficado cansada. E porquê? Porque eu sou uma miúda do Sims 1, dos bonecos irrealistas, das coisas simples, das casas só com meia dúzia de cores, das mobílias feias, das músicas só com piano. E a passagem para o 2 foi de facto brutal e necessária, foi todo um mundo diferente, mas o 3 já tem tanta, tanta, tanta coisa que eu já não sabia para onde me virar. A verdade é que aquilo cada vez mais se assemelha à vida real, e a complexidade do jogo aumentou de forma brutal e, a meu ver, desproporcional. Quando eu comecei a jogar, as personagens só tinham fome, sono, higiene, conforto, um objetivo de vida e pouco mais; no 3 eles já tinham traços de personalidade vincados, já ficavam rabugentos e a bater nas coisas caso eu não fizesse aquilo que eles queriam ou até tinham vontade própria. Ao clicar no frigorífico, em vez de ter "fazer jantar", tenho dez opções diferentes (incluindo vinte outras com refeições, que tenho de escolher, mas antes preciso de comprar os ingredientes). E ao clicar na cama, em vez de "dormir", eles podem fazer outras dez coisas diferentes - e, se bem me lembro, já nenhuma diz "triqui-triqui", como originalmente, onde a dita ação só podia ser feita numa cama cor-de-rosa, com uma cabeceira em forma de coração e com níveis de pirosice mesmo muito duvidosos.

Curiosamente, jogar Sims é das coisas que recordo com muita, muita saudade. E sinto aquela coisa típica de velha ao pensar "aquele primeiro jogo é que era bom". Eu tenho consciência que os gráficos eram trágicos, mas tenho na memória tantas coisas guardadas que é difícil ultrapassar. Lembro-me bem de passar a ter animais de estimação, de haver discotecas e restaurantes no bairro... e de no 2 poder abrir o meu próprio negócio (eu matava os meus sims com esgotamentos graças a eles... ups), de ir para a faculdade (alugava um quarto numa residencial, atafulhava-o de coisas e fazia a minha criatura passar o tempo quase todo lá para ter A's a tudo... eu sei, era terrível), de passar a ser possível ter apartamentos ou de, finalmente!, passar a haver estações do ano - com chuva, sol, folhas no chão ou trovoada. 

Normalmente há qualquer coisa que me despoleta lembranças ou saudades e, depois desses momentos, venho aqui escrever para aliviar a alma. Mas hoje não. Do nada, abri o YouTube e decidi ouvir as músicas do Sims 1 - aquelas que ouvíamos enquanto construíamos a casa ou andávamos na cidade. QUase odas elas ao piano e todas com um sabor tão característico a infância... Passaram-se não sei quantos anos, mas aqueles sons continuam a viver dentro de mim e eu reconheceria-os até noutro planeta. Esta é a prova de que a vida passa, mas há coisas que ficam: porque, passado todo este tempo, eu sinto que poderia falar ou escrever sobre isto durante mais duas horas sem nunca me cansar, enquanto debitava detalhes e memórias que teimam em não desaparecer.

 

(E depois deste post, tudo o que me apetece é instalar o jogo e fazer uma direta a criar casas e vidas, ignorando o facto de ser adulta e de amanhã ter um dia de trabalho pela frente. Não posso ser pequenina outra vez? Por favooooor?).

 

sims.jpg 

 

18
Out16

Deixem passar a chef!

Acho que a única mesmo certinha que tenho feito desde o primeiro dia em que comecei a trabalhar - para além das necessidades básicas, como é óbvio - é jogar o Star Chef todos os santos dias, assim de forma super religiosa. Não sei como é que descobri aquilo, acho que estava simplesmente desesperada por algo que me entretivesse durante uns minutos para deixar de pensar nas mil e uma coisas para fazer e acabou por sair dali o novo vício do momento.

No fundo aquilo não tem nada que saber: é um jogo de gestão de tempo e de recursos, mas estes são sempre os meus jogos favoritos. Não me apetece estar aqui a explicar o jogo (é grátis, é só descarregar) mas, no fundo, aquilo é um restaurante onde têm de satisfazer os pedidos dos clientes, cozinhando-lhes aquilo que eles pedem; para isso, precisam de comprar os ingredientes ou planta-los (e eventualmente de os preparar previamente antes de cozinhar os pratos finais). Depois há sempre nuances, aqui e ali: uma delas é que podem comprar as refeições já prontas ou até os vegetais/frutas que precisam de ter na hora e não podem esperar que cresçam

Ora, eu estava desesperada por maçãs - que, numa primeira fase, crescem muito devagar. Por isso ia à tal "loja" à procura das maçanitas com melhor preço (é preciso ter em conta que normalmente são bastante caras) e ficava super feliz, porque passava a vida a encontrar autênticas pechinchas. Só para terem ideia, 10 maçãs custam normalmente 800 moedas - e eu comprava por 40! Mas depois ia ao cabaz da fruta e as maçãs compradas... nem vê-las! Foi uma série de dias nisto e eu já com os nervos em franja, porque comprava as maçãs e depois não as podia usar. O meu nível de irritação já era tão elevado que já considerava mandar um email para o help center. Mas depois percebi.

Estava a comprar tomates em vez de maçãs. Nesse dia decidi que me ia deitar mais cedo.

21
Nov15

Miúda de 95 42#

O Second Life, Club Penguin e Habbo

 

Quando era miúda experimentava tudo o que era jogos e chats na internet; apesar de sempre ter sido certinha e calma, nesse aspeto sempre fui muito para a "frentex".

Lembro-me de experimentar o "Second Life" (que teve um boom há uns anos e que até deu azo a reportagens e etc., porque as pessoas promoviam encontros através disso), que era um mundo virtual muito fidedigno (quando comparado com o mundo real), mas que eu achava uma seca autêntica; lembro-me de passar muito tempo no "Club Penguin" - que se encontrava no miniclip -, a jogar com uma prima, cada uma em sua casa, e de fazermos imensos jogos que existiam dentro da própria plataforma que, no fundo, retratava um mundo de pinguins; e, por fim, lembro-me do Habbo, que já representava o mundo "normal", mas sem o avanço tecnológico do Second Life, uma vez que os bonequinhos e as casas pareciam feitas de lego - recordo-me que também se podia interagir com as pessoas, ir a casa delas (havia pessoas "famosas", que promoviam concursos nas suas casas e que as tinham equipadas com coisas XPTO, super "caras") e visitar locais públicos, como piscinas, e pedir bebidas e outras coisas muito "in".

Acho que pelo facto de agora não ligar nenhum a esse tipo de coisas, tenho ideia de que também ninguém as utiliza, o que poderá não corresponder à realidade. Ainda assim, acho que é certo dizer que passaram de moda. Tudo o que eram mundos virtuais "paralelos" com chats, casas e vidas fictícias foram substituídos pelos jogos do facebook, com convites a todas as horas e muito mais interação, não com desconhecidos, mas com pessoas que fazem parte do nosso circulo de amigos. É verdade ou a minha percepção está completamente errada?

 

habbo-6.jpg

22
Jul15

Pagar por aplicações de smartphone

Não sou de vícios, nunca fui, mas posso admitir com toda a certeza que um dos meus maiores hábitos sempre foi, desde muito miúda, estar à frente do computador. Um dos principais culpados disso era um jogo chamado "Sims", na altura ainda na primeira edição, com gráficos muito básicos mas que, a meu ver, veio mudar todo um mundo de jogos para computador criados a partir daí.

Eu era viciada naquilo, jogava tardes e noites inteiras até não aguentar mais. Tinha os packs todos, as extensões todas; tinha "planos" impressos para cada família - a arquitetura da casa, o número de membros, o tipo de negócio, enfim... a loucura. Na altura era muito mais forreta do que sou hoje e todo, todo, todo o dinheiro que me davam (mesadas, prendas de anos e de natal) era para guardar e, mal saíssem coisas novas, comprar. E não estamos a falar de jogos baratos - rondavam entre os vinte e os sessenta euros cada! (Como, aliás, ainda custam hoje em dia os jogos para playstations e afins).

Estou a fazer este throwback não por me terem dado umas súbitas saudades do Sims mas sim para refletir sobre o preço das coisas. Eu, na altura, dava - sem pensar muito - sessenta euros por um jogo. Eu adorava aquilo, não tinha mais sítio onde jogar (o computador sempre foi a minha plataforma de jogos favorita), por isso parecia-me mais que justo. A questão é que hoje em dia praticamente me recuso - eu e quase todos - a dar valores simbólicos como oitenta cêntimos ou dois euros para pagar um jogo para o smartphone. Acho que estamos tão habituados e obstinados com a ideia de termos imensas coisas grátis para o telemóvel que pensarmos em dar uns cêntimos (muitas vezes nem chegam a um euro) para pagar um jogo nos ultrapassa. O que é, só e simplesmente, parvo. Porque relativizando com o que eu pagava na altura e com a fortuna dos jogos de hoje em dia, que se encontram em fnacs e derivados e chegam a atingir os 120 euros, um ou dois euros não é... nada (e, diga-se de passagem, é muitas vezes mais do que justo, tendo em conta o trabalhão que dá construir um jogo de raiz).

Posto isto, ando a tentar mudar a minha mentalidade. Até hoje só comprei um jogo, há já um par de anos, que devo ter usado uma ou duas vezes - por isso não se pode considerar uma compra de sucesso. Ainda assim, considero-me aberta e disponível a pagar, se quiser assim mesmo, mesmo, mesmo muito uma aplicação qualquer. Tipo... muito... que a forreta em mim continua viva e mesmo de mentalidade aberta não me deixa cometer muitos pecados. [Pronto, ok... se calhar ainda preciso de trabalhar um bocadinho essa coisa da mentalidade aberta e da relativização dos preços. Mas estou num bom caminho.]

17
Mai15

Miúda de 95 35#

O jogo de casa da avó

 

Quando era pequena passava um dia por semana em casa dos meus avós. Era a minha avó que ficava comigo e com quem eu brincava. Apesar de não ter grandes recordações disso, há coisas que me lembro com um carinho imenso - principalmente agora, que ela já cá não está. Olhando para trás, e apesar da diferença de idades brutal que havia entre nós, ela tinha imensa paciência para mim. Lia-me histórias, mostrava-me as flores e, acima de tudo, dava-me uma liberdade imensa de descobrir aquela casa cheia de esconderijos giros.

Suponho que deva ter sido numa dessas expedições que descobri o brinquedo mais simples de sempre - e, talvez por isso, o meu preferido. Consistia em conseguir meter todas as bolinhas dentro de uma "baleia", que estavam dentro de água - para isso tinha de se clicar num botão, que injetava ar e fazia com que as bolinhas de mexessem - e umas entrassem para a baleia e outras saíssem. No fundo, um jogo de paciência.

Sei que aquele jogo não foi originalmente comprado para mim, mas acabei por ser eu a traze-lo para casa para recordação. Enquanto fazia as mudanças de um quarto para o outro, dei de caras com ele e bateu a saudade. Já não funciona (estraguei-o com a curiosidade de perceber como funcionava, daí a fita-cola) mas ainda não o consegui deitar fora. As coisas mais simples são as melhores.

 

IMG_20150322_171319.jpg

06
Dez14

Snake original de volta aos nossos telemóveis

Ainda aqui há tempos falei nas saudades que tinha daqueles joguinhos mais simples tipo snake, que jogávamos no nossos antigos telemóveis, que pesavam como calhaus, mas que têm um lugarzinho especial no nosso coração.

Pois que, enquanto pesquisava jogos novos para me entreter nos minutos mortos, encontrei um jogo snake igualzinho ao original! Tem até a possíbilidade de escolherem por entre os vários telemóveis antigos, sendo que o jogo se adapta às (pequenas) diferenças que existiam entre eles. E, claro, joga-se clicando no teclado "original", através dos números do antigo telemóvel que escolhemos. Uma maravilha. Como diz a outra, "bateu forte cá dentro". 

Matem as saudades, descarregando esta aplicação (para android, não sei se há para iOS).

08
Mai14

Miúda de 95 18#

Eu diria que há muito poucas alminhas da minha geração que não tenham perdido horas neste jogo. Até podiam nem ter telemóveis, mas surripiavam os dos pais ou os dos irmãos para jogar. Confessem-se!

O snake era o jogo mais simples à face da terra, mas ainda assim desafiante. Estávamos sempre a tentar comer mais e mais e, quando já estávamos enormes, permanecíamos ali numa luta árdua para não nos mordermos a nós próprios e, com isso, morrermos. Ai, quantas vezes saltei por conseguir bater o meu próprio recorde!

É engraçado pensar nas saudades que tenho deste jogo quando, hoje em dia, há tantos outros jogos tão mais giros e avançados. Mas é verdade. Eu tenho saudades - e já não é daqueles mais giros (que também cheguei a ter, mais tarde) que já eram em 3D, com frutas a cores e obstáculos todos XPTO. Tenho saudades do preto e branco, da cobra que era simplesmente um rectangulo e da comida que era simplesmente um quadrado. Tão simples quanto isso. Porque o mais simples pode ser o melhor. 

 

03
Fev14

Miúda de 95 4#

Sim, eu confesso: esta coisa de andar a relembrar os meus tempos antigos tem-me dado um gosto enorme; surgem-me ideias quase todos os dias, e depois ponho-me a pesquisar e a recordar e enfim, é uma festa pegada.

Hoje trago-vos o Hugo (o Troll). Lembram-se dele? As gerações mais novas ainda o podem conhecer, porque ele não desapareceu - piorou, simplesmente. Já não é o que era. Eu lembro-me de estar cá em casa, colada ao computador, a ajudar o Hugo a salvar a sua princesa da malvada. Já nem me lembro bem em quê que o jogo consistia, só sei que adorava aquilo. Quando pesquiso imagens, sei distinguir perfeitamente o jogo antigo - o meu - dos novos, sem piada alguma. Tenho a certeza que se hoje jogasse aquilo ia achar uma chachada, mas enfim, o que importa é aquilo que eu achava na altura. Era só eu que era colada nesta personagem?

 

Lembro-me desta imagem como se fosse ontem:

 

E sim, os gráficos na altura eram qualquer coisa de espectacular:

01
Nov13

Candy Crush

Que erro, meu deus, que erro! Maldito o dia em que, como desculpa para o meu trabalho para a faculdade, instalei o Candy Crush. Eu sou teimosa e persistente: já me tinham avisado, já tinha lido que aquilo era viciante, que não se largava, bla bla bla. Mas, mesmo assim, descarreguei o jogo do demónio.

E agora, sempre que chego a casa, lá vou eu aos saltinhos de encontro ao tablets, contente da vida porque já devo ter mais cinco valiosas vidas disponíveis! Se isto não é de loucos? É. Mas pior loucura ainda é o sistema de vidas que aquilo tem! Então tem algum jeito uma pessoa ter de (des)esperar durante meia hora para jogar mais um joguinho? Então e enquanto estamos naquelas situações desesperantes, em que estamos encalhados num nível e estamos a tentar passa-lo a toda a força e nos dizem para esperar meia horinha? Ai!!! Pior do que isso é quando passamos as missões e só podemos jogar a próxima passado vinte e quatro horas! Isto é quê, tortura chinesa? Não se faz, senhores, não se faz! Eu sei que se preocupam com o bem estar geral dos seus jogadores - depois de cinco jogos seguidinhos, dão-nos meia horita de descanso, para ir fazer as necessidades, comer um lanchinho e confraternizar na medida do possível, mas já pensaram que nós sabemos cuidar de nós mesmos e há alturas em que jogar Candy Crush é quase uma necessidade fisiológica?! Acham bem termos de esperar uma pequena eternidade para descontrairmos? Bem me parecia.

Fica aqui o meu apelo. Caso contrário, formarei em breve a sociedade dos CandyCrushys Anónimos, que é para ver se nos deslargamos desta praga - é que viver numa espera constante não é vida para ninguém. Ou nos dão tudo e podemos jogar quando quisermos ou acaba-se já aqui com a brincadeirinha. Ai.

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