Estou com uma neura...
Eu considero-me uma pessoa minimamente tolerante. A paciência não é, de facto, o meu forte - mas em situações que tiram muita gente do sério eu consigo ser exemplarmente educada e até simpática. Mas há algumas coisas nesta vida que me põem forem de mim - uma delas é a sensação de ser enganada, as espertalhices tão típicas de Portugal que fazem com que um "não" passe a "nim" numa fração de segundo, que "um" passe a "dois" e cenas que tais.
Hoje estou furiosa. Quero mudar o meu tarifário para WTF, porque sinto que no Yorn da Vodafone estou a ser roubada e a concordar com isso. Pago uma fortuna todos os meses mas, como é "às pinguinhas", uma pessoa nem nota e assim se vão dezenas de euros por mês. O meu único problema é que o iPhone que uso - que era da minha irmã, foi ela que me ofereceu depois de ter comprado outro - está bloqueado para Vodafone. Quis desbloquea-lo mal ela mo ofereceu, fui à loja e disseram-me que precisava da fatura de compra para avançar com o processo. Tudo bem - na altura ainda não estava a sentir-me roubada e deixei a situação ir. Hoje, e porque os "bolsos" começam a doer-me, lá fui eu - com a fatura! - para desbloquear o telemóvel.
De frisar que o telemóvel foi comprado em 2011 por uma pessoa individual, às prestações e com um contrato de fidelização de dois anos. Ou seja: passado este período, já devia poder desbloquear o telemóvel gratuitamente. Mas, aparentemente, não. Primeiro demorou uma eternidade a encontrar a fatura em questão e perceber o suposto desconto que o telemóvel sofreu no ato de compra (segundo a minha irmã, não era desconto nenhum, mas um plano/tarifário qualquer); depois perguntou-me o número de telemóvel associado - quando lho disse, afirmou que este estava associado a uma empresa e que, como tal, a questão do desbloqueio gratuito não se aplicava. Ficava por 25% do valor do telemóvel na altura: ou seja, 150€ (isto chega a ter piada, é verdade - com este valor compra um novo....)! Como o telemóvel não era meu e não acompanhei o processo de perto, não podia argumentar - mas já estava a ir aos arames! Tinha a certeza, absolutíssima, que a compra - naquela altura - tinha sido em nome de pessoa individual - e vim a confirmar, depois com a minha irmã, que de facto tinha razão; o tal número só passou para nome da empresa mais tarde, passado os dois anos.
Enfim. Sei que passei lá uns bons minutos, com o funcionário a escrever, escrever e escrever e eu sem perceber peva do que se estava a passar. Aliás, uma coisa já estava a detetar: não me iam desbloquear o telemóvel. E assim foi: mandaram o processo para não sei onde, para ser analisado, e depois contactam-me. Parece que já estou a adivinhar a resposta. E, nesse caso, se me apanharem num dia como o de hoje, vou direta à loja pedir o livro de reclamações (eu sei que não serve de nada, mas é mais uma para o livro de recordações).
Estou farta desta escravatura das empresas de telecomunicações, destas mentiras todas metidas nas entrelinhas e nas letrinhas pequenas de panfletos cheios de supostas vantagens. Farta de ser aldrabada. Tenho para mim que, se não me desbloqueiam o telemóvel, o desbloquei-o - e parto - na cabeça de alguém.