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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

24
Jul20

A capa da Women's Health: inspiração ou frustração?

Nas últimas semanas meio mundo ficou de queixo caído com a transformação da "youtuber do momento". Helena Coelho passou de uma rapariga perfeitamente normal a uma mulher mega fit e capa de revista, com um tanquinho à maneira e um rabo de fazer inveja às inimigas. 

Nunca fui sua seguidora mas, no meio de tanto burburinho, tive de ir espreitar a Women's Health. No meio da pesquisa vi alguns dos seus insta stories onde contava tudo sobre o seu processo de transformação, dizendo que foi duríssimo, que teve de se aguentar imenso para não comer o que os outros comiam e que não era nada fácil resistir a certas tentações. Mas que, naquele momento, se sentia a mulher mais feliz do mundo.

Devo, desde já, dizer o seguinte: o corpo "inicial" da Helena Coelho (ou, talvez, o correspondente à segunda foto que conseguem ver abaixo) era o corpo que eu desejaria para mim. Não acho as mulheres muito musculadas particularmente bonitas. Gosto, sim, de ver um corpo tonificado, sem nada a abanar. São gostos, não se discutem, mas é um disclaimer importante tendo em conta o que vou dizer aqui para a frente.

Faz-me impressão que numa altura em que tanto se fala na normalização e aceitação do corpo da mulher, aquela seja a imagem do corpo perfeito. Aliás, o pior para mim é que o antes (aquele que eu considero mais bonito, com formas) seja considerado "o mau". Como é que depois podem vir para as redes sociais dizer que todos os corpos são lindos, que "para ter um corpo de praia basta ter um corpo", quando depois se apresentam assim? É lógico que 98% das mulheres se sente frustrada, compreendendo imediatamente que não tem um corpo à altura.

Uma coisa eu não nego: a Helena é uma inspiração, um exemplo de força e de superação. Tinha um objetivo - com o qual eu posso ou não concordar, gostar ou não gostar - e conseguiu atingi-lo. É de louvar! Mas faz-me confusão que só se tenha em conta o resultado e não o percurso; acredito que ao olhar para aquela primeira página nas bancas de todo o país, o dia de lançamento tenha de facto sido um dos mais felizes de sempre. Mas penso que este tipo de comportamentos têm de ser vistos a longo prazo: aquele estilo de corpo só se mantêm com uma alimentação sempre regrada, com a prática de exercício diária e planeada. Senão, ao fim de um mês, desaparecer e não passa daquilo: um momento, uma fotografia bem tirada com as sombras nos sítios certos. Se ela fala no período de mudança como algo duro, em que não pôde comer aquilo que lhe apetecia e em que tinha de treinar em dias em que essa não era a sua vontade... o impacto que isso teve, nesses dias, não conta? Só conta o resultado final?

Do meu ponto de vista, as pessoas que conseguem manter este tipo de corpo durante longos períodos de tempo são aqueles que são realmente felizes a fazer desporto, que o fazem até por necessidade (dizem que o "corpo pede"), porque foram habituados assim desde cedo. De resto, para a maioria, este tipo de vida é um sacrifício. Se assim naõ fosse não havia tantas pessoas gordinhas; não havia tantas desistências nos ginásios. Fazer exercício depois de um dia de trabalho particularmente mau é difícil. Comer uma salada quando os outros estão a comer pizza é difícil. E é assim para, sei lá, 98% das pessoas! Os outros 2% são de facto tão poucos que eu, assim de repente, só me lembro da Carolina Patrocínio. De todos os outros - desde famosos a conhecidos meus, que já atingiram objetivos do género -, recordo-me sempre de os ouvir dizer (e mesmo de ver com os meus próprios olhos) que aqueles corpos não passam de momentos (sessões fotográficas, provas, etc.), resultantes de um esforço particularmente intenso e que não é normalmente prazeroso. 

O que quero dizer é que uma capa daquelas faz a maioria das pessoas sonhar. Diz a Helena que o objetivo é fazer as pessoas acreditarem que conseguem. E é verdade que sim. Mas a que custo? Será que o custo-benefício vale a pena? Rotular aquilo como "o bom" e "o bonito" só vai fazer com que as pessoas que não conseguem lá chegar - e todos sabemos que são a esmagadora maioria - se vão sentir frustradas e, provavelmente, relacionar-se ainda pior com o próprio corpo. E é assim que uma capa que devia ser uma inspiração se transforma em mais uma forma de sentirmos que nos esfregam na cara aquilo que nós próprios não conseguimos.

 

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(retirado do instagram da Helena Coelho)

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05
Set19

Chávena de Letras - "Janela Indiscreta - O que dizem as Estrelas"

por Mário Augusto

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Sou há muito tempo uma fã confessa de Mário Augusto. Foi ele que, indiretamente, me indicou o caminho para o jornalismo numa altura da minha vida em que eu estava particularmente perdida - e em que no encontramos num programa de televisão, ele enquanto entrevistador e eu como entrevistada (em 2010). Vi aí uma forma de aliar várias das minhas paixões e o meu objetivo passou a ser uma espécie de sua sucessora: "a" jornalista de cinema no país.

Esse sonho já lá vai - não quero nada com jornalismo. E mesmo do cinema tenho-me distanciado bastante. Mas o bichinho daquela ambição continua lá, assim como a admiração que tenho por este senhor. Acho-o extremamente humilde; daquelas personalidades que não conhecemos mas que pensamos "este homem deve ser mesmo boa pessoa".

Não podia, portanto, deixar passar este seu último livro. Queria muito saber as suas opiniões pessoais sobre as estrelas - esperando o seu polimento clássico e o seu típico cuidado com as palavras - e aprender algumas das peripécias por que passou, para poder absorver aquilo que é um bocadinho da sua vida, aquela que eu um dia também quis ter.

Nesse sentido, o livro não me encheu as medidas. Queria mais! Mas não deixa de ser uma obra de aprendizagem sobre o cinema, a sua história e evolução - e a perspectiva dos seus protagonistas (e do Mário Augusto) sobre isso mesmo. Há um grande enfoque sobre as diferenças sentidas pelos atores entre o cinema, a televisão e o teatro, assim como a forma como lidam com a fama e a gestão das suas carreiras. No fim, aprendemos que uma estrela de Hollywood se faz de um mix de trabalho, empenho, talento... e sempre uma pitada de sorte.

Não é um livro que vá recordar daqui a muito tempo, mas estou certa de que me vai servir para me ajudar a lembrar de pequenas histórias e dicas que Mário Augusto foi deixando ao longo da obra. Destaque para as sugestões de filmes que dá no fim de cada capítulo sobre os atores/realizadores... aguçou-me a vontade de passar umas belas horas em frente ao ecrã.

07
Jan19

Golden Globes: o ano da família Addams e das lições de vida dadas pelas estrelas

A família Addams, da direita para a esquerda: Uncle Fester, Wednesday Addams, Gomez Addams, Lurch (em cima), Morticia Addams, bebé Pubert Addams, Pugsley Addams, Avó e Cousin It (aquele que parece uma vassoura gigante com um chapéu).

 

A passadeira dos Golden Globes presenteia-nos todos os anos com autênticas pepitas douradas no que diz respeito ao mau gosto das estrelas ou dos respetivos stylists. Tenho a dizer que este não foi dos piores anos, mas duas fações claramente sobressaíram: a da família Addams e a das "lições de vida por estrelas de Hollywood". Analisemos:

 

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A palidez, o formato de cara (ajudado pelo penteado pontiagudo) e aquele vestido com corpete de como quem diz "aqui não cabe nem mais uma alface", dão à Jessica Chastain um lugar como a nova Morticia Addams.

 

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Aqui, a Wednesday cresceu, mas o Lurch e a Avó continuam muito bem conservados. 

 

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Bom, creio que a Catriona Balfe está a tentar entrar no remake como uma prima afastada da família. Como não sabemos quando é que isso vai acontecer, pôs já mais sete quilos em cada anca, para precaver a possível engorda até lá (tudo culpa da menopausa, claro). P.S.: Alguém se esqueceu de lhe tirar os ganchos na altura da maquilhagem.

 

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Esta vai ser a tia afastada dos Addams, mãe da Catriona.

 

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E esta... ainda tentou entrar no casting, mas já não há lugar para mais. Melhor sorte para o próximo ano, amiga!

 

Bom, saindo agora do capítulo "Família Addams", passemos agora para a fase "lições de vida dadas pelas estrelas". Vejamos:

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A Gina Rodriguez é a primeira e ensina-nos como afastar as maminhas no seu potencial máximo. Útil para vestidos com um decote do tamanho do Everest em modo invertido, como é o caso.

 

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Ainda na secção "maminhas", Kate Mara ensina-nos que... esqueçam, não ensina nada, olhem para isto e aprendam só o que não se deve fazer nunca. Só uma coisa: aquela abertura central, é para inserir moedas? Qual é o prémio?

 

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A Elsie (?) tem como objetivo demonstrar a melhor forma de como-ser-uma-velhinha-corcunda-quando-chegar-aos-60-anos. Eu estou a aprender muito bem com ela, basta olhar para a minha postura. Devíamos claramente ser pilates-buddies.

 

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Emma Stone, num clássico "como ser invisível numa festa, usando um vestido que se confunde com o nosso tom de pele".

 

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Moss: "porque não devemos beber 3 shots de Tequila antes de ir para os Golden Globes".

 

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Do lado da Lucy Lu, aquilo que retiramos é: não confiem a 100% na vossa stylist. Até ela falha e se esquece de tirar aquela capinha de proteção que vem da lavandaria. Chato, mas só não acontece a quem não faz, não é verdade?

 

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Para terminar este capítulo... bom. Não sei se devia ter incluído isto numa versão colorida da família Addams (a cara está au point), se na área das maminhas ("como não devemos estrangula-las") ou simplesmente aqui. Todos nós podemos retirar lições valiosas deste look.

 

E só para dar uma achega, porque nem tudo foi péssimo, aqui vão alguns dos modelitos que ainda comprovam alguma restia de sanidade mental nas estrelas de Hollywood:

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A eterna Dra. Yang aproveitou o facto de ir apresentar para se pôr numa de poderosa. Gostei.

 

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A prova de que há decotes-montanha-russa que não são nem feios, nem pindéricos nem avacalhados. Achei o casalinho muito fofinho.

 

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E quem não tinha saudades da Julinha? Eu tinha! É sempre bom ver que ela não usa só meias da Calzedonia e ainda consegue pôr coisas um bocadinho out of the box sem ser meias com lacinhos. You go, girl!

 

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Mais um casal fufuxo. Ela simples, mas bonita.

 

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E estes dois... couple goals. 

 

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Não podia deixar de mencionar a Gaga. O pantone não me agradou, mas ganhou pelo vestido giganteeee. Incha Rihanna e o seu vestido omolete na MET Gala!

 

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Para terminar, um crossover entre um toureiro, um casaco do Manuel Luís Goucha e o Aladino. TCHARAM! Acabamos ou não em grande?!

 

Ah, esperem! Não podia terminar este post sem destacar a verdadeira estrela da noite. E não, não é a Gaga. É a menina das águas. Ora vejamos:

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É ou não é a pérola do ano? 

05
Mar18

Os vestidos dos Óscares (ou o convite que motivou toda aquela desgraça)

Já se sabia que este ano os Óscares iam ser marcados por todos aqueles movimentos anti-assédio sexual e pró-poder feminino, tal como havia acontecido nas outras entregas de prémios - embora, daquilo que eu vi, até tenha sido tudo bem mais ligeiro que nas outras cerimónias. Foi light em tudo, aliás: foram muitas as figuras de peso que faltaram a esta gala e nada do que por lá passou teve o fator "uau" ou sequer o esforço para o ser (cadê aqueles vestidos enormes, que ocupavam 2/3 da passadeira ou aqueles grandiosos e todos aprincesados?).

A cor e a diversidade voltaram à passadeira vermelha, mas não deixou de haver elos comuns entre a maior parte das celebridades. O primeiro é que apesar de podres de ricos, famosos e de terem à disposição os melhores estilistas do mundo, conseguem a proeza de se vestir horrivelmente; o segundo foi o convite que muitas das senhoras receberam e que eu, graças aos meus connects em Hollywood, tive hipótese de dar conhecer. Ei-lo:

 

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É verdade. Para além do típico dress code de gala, este ano houve muita gente que recebeu este convite especial. E, como bons cumpridores que são, eis os resultados - para todos os gostos e feitios:

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Maminhas-aparentemente-tortas:

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Maminhas-quase-a-fugir-pela-lateral:

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 Maminhas-aparentemente-escondidas-mas-pouco:

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Maminhas que precisavam de mais pano e um bocadinho menos de gravidade. Ou "ai-valha-me-deus-que-isto-está-a-transbordar!":

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 Quanto a todos os outros que não receberam este convite especial, aqui vai disto:

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 Selma Hayek ainda não despiu o fato de pequena sereia que usou no Carnaval. Até o cabelo ainda está assim meio molhado-visgoso, recheado daquela gosma especial que envolve estas criaturas míticas. Aqueles acessórios que traz por cima ainda são os colares que recebeu no Mardi Gras.

 

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 Não interessa se não gostamos do vestido, se não gostamos da senhora, se está fora de moda ou lhe fica mal. Isto é tudo uma questão de inveja. Rita Moreno usou este vestido nos Óscares há 56 anos atrás. E com 86 anos em cima voltou a caber no vestido que usou com 30. Sambando na cara das inimigas. Eu não caibo na roupa que tinha há dois anos, quanto mais!

 

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 Não me digam que houve matiné no cabaré ali do lado e ninguém avisou a rapariga que hoje não se podia entrar pela porta das traseiras?!

 

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 A Camilla veio arranjar o cabelo a Faro e, quando ia embora, passou-lhe aquele mini-tornado por cima. Nem a laca a safou.

 

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Em todas as festas recebem-se prendas indesejadas. Daquelas muito direitinhas e insossas, sabem? E o pior é que continuam a sê-lo mesmo que sejam bem embrulhadas com um laço gigante. Blhec.

 

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 Nem quero acreditar que a Emma Stone me fez isto. Não quero olhar, não quero ver, não quero saber. Espero ao menos que a reunião de negócios de que ela acabou de sair tenha corrido bem.

 

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 Acho a Gina Rodriguez uma fofinha e apesar de também ter recebido aquele convite especial, soube usa-lo da melhor forma. Foi um dos meus favoritos.

 

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 A Emily Blunt ainda não conseguiu despir o papel de rainha do gelo de um filme que interpretou em 2016. O vestido não é mau, só o conjunto vestido-cabelo-pele-fundo é demasiado branco. Um bocadinho de auto-bronzeador há três dias atrás e estava um brinco.

 

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 Da rainha do gelo passamos para o calor de Baywatch. Foi só acrescentar as pernas ao fato-de-banho e voilà.

 

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Será que a Viola andou pela passadeira a mascar pastilha elástica? Com aquela cor de vestido, aquele decote, aquele penteado e aquelas argolas... o lugar mais improvável para ela estar nestes preparos é mesmo os Óscares. (Fui só eu que comecei a cantar "Chiclete, prova! Chiclete, mastiga! Chiclete, deita fora! Chiclete, sem demora!" quando viu isto?)

 

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 The statue itself. Esta tem mais de quatro quilos... mas pouco.

 

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 É um real infortúnio ser engolida por um pedaço de relva precisamente no dia das cerimónia dos Óscares.

 

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 Desculpem... quando eu falei em vestidos grandiosos não era isto que eu queria dizer.

 

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Vê-se logo que esta senhora é uma boa dona de casa. Primeiro porque sabe a melhor técnica de todas para limpar o linóleo da cozinha (rabo no chão e trapos vestidos) e segundo porque aquelas unhacas são ideias para limpar os restos de comida que ficam presos naquelas tampas cheias de orifícios dos robôts de cozinha. Aliás, aquelas coisas que ela tem lá coladas ainda são restos do almoço.

08
Jan18

Os vestidos dos Golden Globes (ou um exercício de má língua)

Confesso: este ano eu não ia fazer este post. Já não sei se as pessoas gostam, se ainda acham piada, se já passou de moda... e eu, por outro lado, estou cansada e, pensava eu, desinspirada demais para isto. Amanhã trabalho, nem sequer vou ver a gala em direto e achei que já estava velha para estas andanças. Mas estava a escrever textos aqui para o blog quando me começaram a aparecer imagens no feed com os primeiros looks e acabei por ir escrevendo aquilo que me passava pela cabeça. Cheguei a um ponto em que pensei: "vou deixar estes comentários morrer aqui?". E pronto, cá estão eles.

Disclaimer: Para quem é novo por aqui, deixem-me fazer um alerta: se quiserem ver isso desta perspetiva, isto é um alter-ego da minha pessoa. Duas vezes por ano dou-me ao luxo de ser desagradável, gozona, sarcástica e irónica. Não sou assim todos os dias, não sou assim na vida real. É só uma graça que tenho por costume fazer, que as pessoas gostam de ler e que se tornou num exercício anual de má língua. Não levem nada demasiado a peito.

 

P.S. Para quem não sabe, todas (ou quase todas) as estrelas foram de preto, num protesto contra a discriminação e o assédio sexual nos meios de trabalho (e tudo o resto, diria eu). Daí a falta de cor nesta passadeira.

 

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“Cansei de ser gira. Cansei de ser magra. Cansei de ser alta. Cansei destes braços tonificados. Vou usar um vestido que me disfarce isto tudo”, disse a estrela do Outlander, Caitriona Balfe. E conseguiu.

 

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Não, Heidi. O Cisne Negro já estreou há sete anos, foste buscar o vestido errado.

 

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Episódio de terror para qualquer estrela de Hollywood: está no carro à espera para chegar à passadeira, anda a passear pelo instagram e vê que outra pessoa tem um vestido igual ao dela (a Heidi, malvada!). Ativa o plano de emergência: busca os restos do pano usado no vestido e, com uns colchetes, prega-o à cauda, qual vestido de noiva. E voilà. (Fora de brincadeiras… é um Giambattista Valli, tenhamos respeito! Entre este e o da Heidi, a Heidi bem que pode voltar para os campos verdejantes da Alemanha)

 

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Kelly, querida, a gala deste ano é em protesto contra o assédio sexual em Hollywood, não era uma homenagem a todas as pessoas que usam próteses de ouro nos membros superiores.

 

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Não fui ver ao Wikipedia mas, pela cara, a Catherine Zeta-Jones deve estar já com uns 423 anos. Não vou avaliar o vestido: com esta idade, já não se tem discernimento para avaliar o feio e o bonito. De qualquer das formas, o corpinho é nota 20. (Se com 1/5 da idade dela eu estivesse assim… upa upa!)

 

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Sarah Jessica Parker a reciclar um qualquer vestido piroso de Sex and the City, colocando alguns adereços medonhos de um filme do Tim Burton. O princípio é bom, mas não resultou.

 

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Estou solidária com a Alicia: tal como eu, a rapariga está com problemas de fígado e foi um bocadinho enjoadita para os Globos. Ou então está grávida, o que também explica o ar conservador e o cabelo à freira. Depois da festa veste uma jaqueta para esconder as costas mais arrojadas e vai à igreja ali ao lado confessar os pecados que anda a cometer com o Fassbender. (PS1: apesar de tudo, eu gosto do vestido). (PS2: eu também pecava pelo Fassbender).

 

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A ideia é gira… mas naquele passado longínquo em que as estrelas usavam roupas com cor na passadeira, já a Emma Watson vestiu uma coisa parecida. Ainda assim, it’s a win for me. (Alison Brie)

 

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Tal como aconteceu com a Kendal Jenner, também Christina Hendrick se viu num percalço de última hora relativamente ao vestido da Alison Brie e oupa, vai pôr a parte de cima com parte do poncho de veludo da avó, muito na moda nos anos 50.

 

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É fixe saber que a Angelina consegue vestir o papel de rainha da festa sem ter de mostrar o decote ou o pernão. Dá-me esperança para o futuro, percebem? (#lontra) Tudo isto se esquecermos o facto de que aquelas mangas vão ficar todas sujas com a sopa da entrada e as migalhas do pãozinho, mas nada que um aspirador não resolva.

 

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Sarah Paulson e Amanda Peet levaram aquele mantra do “we stand together” demasiado a peito e vieram coladas para os globos.

 

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Achei graça a este macacão da Alexis Bledel, por ter um branquinho que se destaca do negrume desta passadeira. Tirava-lhe aquele pedaço de pano brilhante que ficou ali agarrado à cinta mas, fora isso, tem aqui a aprovação da je.

 

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Quem me segue sabe que eu adoro The Crown e eu esperava ansiosamente pela chegada da Clare Foy. Parece que, de tanto ser rainha, se cansou dos vestidos. Compreendo, até gosto, mas nunca é novidade.

 

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Da edição os-dragões-da-Daenerys-rasgaram-me-o vestido-mas-o-penteado-sobreviveu. (Gwendoline Christie, de Game of Thrones)

 

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E da edição os-dragões-da-Daenerys-tentaram-rasgar-me-o-vestido, mal-conseguiram, mas-o-cabelo-não-aguentou. (Lena Headey, de Game of Thrones)

 

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Não, Halle... vieste para o evento errado. Este não é um casamento de praia em modo gótico da tua melhor amiga.

 

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Se bem se lembram, a Lily James fez de Cinderella. Agora passou claramente para o dark-side e foi engolida pelas trevas.

 

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Sempre igual, mas sempre classy, esta Reese Witherspoon.

 


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Sou só eu que vejo meia clave de fá no vestido da Jessica-inssosa-Biel ou é o piano a afetar-me demais os sentidos?

 

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O vestido não é nada do outro mundo, mas achei que o facto da Octavia Spencer ir bem vestida era digno de nota.

 

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 Gosto da Mandy Moore, gosto da ideia de vestido e do bocadinho de cor... mas acho que está aqui visto que há um mercado sedento de ferros de engomar na América. Rowenta e Philips desta vida, atentem ao que vos digo.

 

24
Set17

O que penso sobre a casa dos youtubers e os vídeos dos seus moradores

Eu acho que é impossível que quem tenha filhos, primos, sobrinhos ou irmãos com idades compreendidas entre os seis e os 14 anos nunca tenha ouvido falar do Wuant, do Windoh, do Ovelha Nigga, do Gato Galático ou, de uma forma geral, da casa dos youtubers. Eu aqui em casa - creio que como todos os adultos - recebi um tratamento de choque: berros, asneiras e muitas gargalhadas um tanto ao quanto irritantes vindos das colunas de computadores alheios. Entretanto a exposição mediática desses youtubers, em grande parte devido à casa onde passaram a viver, já fizeram o trabalho de os mostrar ao público em geral. Ou seja, suspeito que, de uma maneira ou de outra, já devem ter ouvido falar sobre eles.

Aliás: provavelmente já ouviram dizer mal deles, que é o que mais se faz por aí. Somos todos peritos a criticar, mas a fazer... nem por isso. Porque apesar de eu não achar graça ao conteúdo deles - e sim, falo com conhecimento de causa, porque tenho ouvido demasiadas vezes "COMO É QUE'É MEUS PUTOS, DAQUI É WINDOHHH" e coisas que tais, para poder escrever este post - sou capaz de apreciar o trabalho que está por detrás de toda aquela palhaçada ou "trollagem", como eles gostam de chamar.

Para mim há, naqueles vídeos, um conflito de valores. Primeiro os que estão à vista de todos, os preocupantes: que é fácil ter uma vida desafogada, que se compram facilmente sapatilhas de mil euros e carros de alta cilindrada, que é fácil sair de casa dos pais para ir viver com os amigos numa "mansão", que se podem ter ações inconsequentes sem pensar nos resultados finais (exemplo: pôr super cola na cara de alguém sem antes ter pesquisado como se tirava o produto da pele) e que é prudente deixar de se investir na formação para viver de um canal do youtube sem ter um plano B. E depois os valores subjacentes, esses sim com importância: que é o trabalho que lhes proporciona aquela vida, aquela fama, todas estas oportunidades. O problema é que o que está à vista de todos acaba por ser, para quem vê (crianças maioritariamente), o principal, porque não há maturidade suficiente para se perceber os valores implícitos. Para os putos, aquilo é o trabalho mais fixe de sempre! O meu sobrinho mais velho, por exemplo, queria ser experimentador de colchões (eu sei, eu sei...). Agora? Quer ser youtuber. Porquê? Primeiro porque acha que lhe vai dar tanto trabalho como andar a saltar para os sítios onde as pessoas dormem - erro crasso! -, segundo porque acha que mal crie um canal lhe vai logo sair um Audi XPTO na rifa. Nem ele nem a maioria sabem o trabalho e as horas que aqueles miúdos passam entre filmagens e edições - e também não fazem noção do tempo (os anos!) que eles passaram a fazer vídeos sem likes, comentários ou putos a berrarem-lhes à porta.

Se calhar estão a ler este texto de sobrolho levantado e pensar "esta miúda está mesmo a defender aqueles energúmenos?". Pois, eu sou assim, tento sempre ver o outro lado da moeda - e acho que, como em tudo na vida, isto não é uma questão linear. A única coisa que defendo nestes vídeos - e que absolutamente ninguém pode negar - é que aquilo dá trabalho. Lá por eles se estarem a divertir e a fazer asneiras de forma consecutiva, não quer dizer que depois não passem horas em frente ao computador para fazer aquilo resultar e passar os vídeos para algo "comestível" e visualizável, com todos aqueles pózinhos de perlimpimpim que aparentemente fazem daqueles canais um sucesso. As pessoas "normais" não sabem as horas de edição que estão por detrás daquilo - como não sabem o trabalho que dá escrever diariamente para um blog. São coisas camufladas como hobbies, como algo ligeiro para quem as faz, mas para além de já ser o trabalho para algumas pessoas em Portugal (caso deles), requer muitas horas de dedicação e empenho.

Mas isto não quer dizer que eu apoie aquilo que eles fazem e muito menos os valores que eles lá transmitem. No outro dia o meu queixo bateu no chão quando ouvi o Windoh, num vídeo filmado no seu quarto de hotel no Brasil, a dizer: "este quarto está mesmo muito desarrumado, tenho de chamar a senhora para o vir limpar". Mexeu-me com as entranhas. Elas já estavam remexidas ao ver o estado caótico daquele quarto, com lixo espalhado pelo chão, misturado com roupas sujas e lavadas - roupa interior incluída -, mas quando me apercebo que ele ia chamar uma criada para o limpar, toda eu fiquei revoltada. E preocupada. Porque percebo que é daqui que vêm algumas das mentalidades dos meus sobrinhos e de tantos outros miúdos. Coisas que já deviam ter ficado no século passado e que estão a ser alimentadas por miúdos com uma noção de respeito e educação muito diferente da minha. E isto sim, é alarmante. Mais do que os berros, mais do que as asneiras, mais do que as expressões horríveis como "bem poddddddre". Aquilo com que devíamos estar preocupados são os valores ali transmitidos que, infelizmente, ultrapassam os do trabalho e da dedicação. 

 

Foto: Visão

30
Jan17

Uma colheita de vestidos fabulosa nos SAG Awards

Hoje acordei, abri um olho e enquanto acordava e não acordava, fui passeando pelo facebook. Dei de caras com um artigo da Vanity Fair sobre os SAG Awards, que aconteceram ontem, e mesmo acabadinha de acordar e com apenas metade do cérebro a funcionar percebi logo que ia ter de comentar alguns daqueles trapinhos.

Acho que já o ano passado isto aconteceu - deparei-me com tanta tragédia que não consegui ficar calada. Este ano também apareceram por lá algumas coisas com piada e, nestes tempos que se vivem, não podemos desperdiçar nem que seja um singelo sorrisinho. Tenho para mim que a moda está tão louca que, hoje em dia, o que se vestir pior e causar mais choque é quem leva o prémio para casa. Só isto explica as passadeiras dos maiores eventos do mundo no último par de anos. Mas bom, aqui ficam as ventimentas de ontem:

 

sag-awards-red-carpet-2017-emma-stone.jpg

 Emma Stone num Alexander McQueen. A verdade é que este era um vestido vintage da sua avô - algo que se nota nos detalhes e bordados florais. Mas ao longo dos anos a traça acabou por dar cabo do lado esquerdo da peça, ainda que o valor emocional se tenha mantido intacto. Por isso, em tom de homenagem e confronto de gerações, Emma veste uma peça pesadíssima e quente do lado direito e, do lado esquerdo, saiu à rua apenas com um body da Intimissimi para arejar.

 

BrieLarson.jpg

 Brie Larson sem qualquer dó e piedade para com as pessoas com transtornos obsessivo-compulsivos. Aposto o que quiserem que a minha mãe, só de olhar para esta fotografia, está com suores frios. Quer dizer, até a mim, que nem sou contra assimetrias. Mas aqui a questão é mais grave: o vestido está TORTO. Tor-to. E faz com que toda ela pareça torta. E isso não é fixe.

 

KerryWashington.jpg

 Kerry Washington pediu um vestido da Micaela Oliveira emprestado a Cristina Ferreira. Bem me parecia que já tinha visto isto n'A Tua Cara Não Me É Estranha.

 

SofiaVergara.jpg

 Sofia Vergara, és tu? Cadê as transparências? Cadê o corte sereia? Cadê os decotes até ao umbigo? Agora deste numa de colegial e passaste de gata-sexy-arrasadora a menina-de-repa-ao-lado-e-vestido-curto-em-ocasião-de-gala?

 

NicoleKidman2.jpgparrot-417967_960_720_2.jpg

Não é difícil perceber a inspiração do vestido de Nicole Kidman, pois não? Até os olhinhos de carneirinho mal morto estão lá. Atentar também aos pormenores de cor naqueles ombros, inspirados nos detalhes dos "ombros" do pássaro. Liiiiiiiindooo. #sqn

 

NataliePortman.jpg

 Natalie, querida, muito bem que podes não ser uma daquelas grávidas que gosta de ter a roupa justa à barriguinha, mas também não era preciso teres ido ao Museu do Traje buscar mommy-wear do século XIX, não é verdade?

 

TarynManning.jpg

 Eu juro - mas juro mesmo! - que fui pesquisar o nome desta rapariga (que, para também quer saber, se chama Taryn Manning) porque pensei sinceramente que ela era aquela que fazia o iZombie. Achei de facto estranho que continuasse a encarnar a personagem de forma tão evidente numa passadeira, mas depois percebi que era outra senhora e que foi apenas reviver um pouco da sua fase gótica da adolescência.

 

JuliaLouis-Dreyfus.jpg

Pergunta para um milhão de euros: qual foi o livro que Julia Louis-Dreyfus leu durante as férias de Natal?

fordummies.JPG

 

sag-awards-red-carpet-2017-judith-light.jpgsag-awards-red-carpet-2017-judith-light_2.jpg

Pior que ter um vestido medonho, é ter um vestido medonho com uma espécie de buraco no sovaco e ainda fazer uma pose sexy para mostrar.

 

DanielleBrooks.jpg

 E acabamos assim. O vestido é péssimo, mas não vou por aí. O pior é mesmo o penteado inspirado na última esfregona da Vilada.

09
Jan17

Golden Globes: mais um ano seca na passadeira vermelha

Vou começar dizendo uma coisa que todos vocês já sabem: estou velha. Para além do mais, hoje, sinto-me desinspirada. Estava muito animada com o início das passadeiras vermelhas mas à medida que a noite foi passando e que as fotos se iam desenrolado à frente dos meus olhos, percebi que era mais do mesmo: tanto os vestidos como os meus comentários. Para além do mais, em busca da minha má-língua perdida, fui ver posts antigos e vi tantos comentários de gente que não percebe o gozo disto e que leva a vida tão a sério que, subitamente, não me apeteceu ter a trabalheira do costume. 

A verdade é que esta foi uma gala homogénea em termos de trapinhos: para mim, não houve nem coisas lindas nem incrivelmente horríveis. Posto isto, este ano, juntei tudo num só post - sinto que não tenho muito a acrescentar e espero que nos Óscares a inspiração chegue - tanto a mim como às estrelas de Hollywood, que estão claramente a precisar tanto quanto eu.

 

MandyMoore.jpg

 Começando em bom: apresento-vos o meu preferido da noite. Mandy More numa cor já mais que vista, num modelo também já conhecido mas muito bonito. Adoro.

 

SarahJessicaParker.jpg

Sarah Jessica Parker festeja este ano 20 anos de casamento e, como tal, decidiu renovar os votos nos Golden Globes - na verdade, é essa a única razão para não trazer um véu em conjunto com este vestido de noiva.

 

AnnaChlumsky.jpg

Anna Chlumsky na edição anual do clássico não-tinha-mais-nada-para-vestir-por-isso-trouxe-um-lençol. Há, no entanto, que apreciar a qualidade do mesmo: não é toda a gente que dorme envolta em cetim verde. Haja respeito.

 

LillyCollins.jpg

Ouçam... eu não posso dizer que a Lilly Collins esteja péssima. Para muitos foi a melhor da noite, eu sei. Tudo o que posso dizer é que está dentro do estilo: imagino que era assim que as senhoras iam vestidas nos Golden Globes... em 1917.

 

KarrauecheTran.jpgcaneta-cancan-rosa-600x600.jpg

Qualquer semelhança é pura coincidência. 

 

gettyimages-631240934_594_screen.jpg

 Pior do que vir vestida de zebra brilhante, é vir vestida de zebra brilhante e ser fotografada de pernas abertas. Que lady.

 

EmmaStone2.jpg

 Tenho sempre relações difíceis com os vestidos da Emma Stone - usa normalmente cores pálidas quando ela própria é branca como um copo de leite. Não se pode dizer que o vestido seja feio e muito menos que lhe cai mal - simplesmente parece uma continuação dela. O que não deixa de ser irónico, uma vez que ela é mesmo uma estrela. (Perceberam?)

 

KerryWashington.jpg

 Eu acho que já disse isto numa das anteriores galas, mas repito, porque é verdade: querida Kerry, a tua assessora ODEIA-TE. Como é que alguém sai assim de casa? E os três palmos de vestido que faltam ali em baixo? Porquêêêê....?!

 

ZoeSaldana.jpg

 Eu vi este vestido e não percebi muito bem o que se passava. Depois vi o laço e caiu-me a ficha: foi claramente um presente envenenado.

 

SofiaVergara.jpg

 Sofia Vergara raptou a Jennifer Lopez, sequestrou-a em casa durante a noite e desfilou com o vestido que ela tinha escolhido para esta passadeira. Está explicado.

 

EvanTachelWood.jpg

 Eu acho que o facto de uma das minhas vestimentas preferidas da noite ser um fato já diz muito sobre a insossisse que se viveu naquela passadeira vermelha. Evan Rachel Wood incrível.

 

RileyKeough.jpg

 Tenho para mim que quem criou este vestido não era estilista... mas sim um professor de geometria descritiva.

 

brilhos.jpg

Os vendedores de brilhos e lantejoulas para os lados de Hollywood estão a rejubilar e a esfregar as mãozinhas de contentes: este ano foi só encher os cofres! Este ano houve brilhos para dar e vender, ao ponto dos meus olhos já terem ferimentos de tanta coisa reluzente. Podia dizer que isso é algo bom mas... not really.

 

SiennaMiller.jpg

 Uma amiga minha disse e bem: a Cláudia Vieira está, neste momento, a tirar a referência deste vestido para usar nos Globo de Ouro, versão portuguesa. Como resistir a mostrar aqueles abdominais conseguidos com muito esforço e três meses só a alfaces?

20
Nov16

Sim, eu gosto da Cristina Ferreira

Não percebo o ódio crónico que muitas pessoas têm pela Cristina Ferreira. Se antes argumentavam dizendo que era "uma peixeira" ou tinha uma "voz esganiçada", hoje ficam aparvalhados com o seu sucesso e isso, só por si, já é uma boa razão para não gostarem dela.

Eu cá digo-vos uma coisa: eu admiro-a profundamente e olho para ela como uma inspiração. Ela é a materialização de um dos valores principais da minha vida: o trabalho. É a prova de que, trabalhando, se consegue atingir tudo, mesmo apanhando pedras pelo caminho - que as há, em qualquer dos trilhos que escolhamos para as nossas vidas. 

E isto não quer dizer que a adore, que veja o Você na TV, que leia o seu blog, que goste dos looks dela, que compre a revista. Pelo contrário: não gosto muitas vezes da roupa que escolhe, a veia histérica dela irrita-me um bocadinho, a revista que gere e dá o nome tem sempre uma componente sexual implícita que não me chama a atenção. Mas isso não quer dizer que não reconheça o trabalho árduo que ela tem e o do percurso magnífico que tem traçado nos últimos anos, como nunca nenhuma figura pública tinha feito em Portugal. 

Acho-a uma mulher inteligente, admirável, verdadeira, genuína e com olho para o negócio. E para além de ter conseguido tudo o que temos visto, há ainda outros pormenores interessantes que não são tão focados mas igualmente importantes. A forma exímia como gere a sua vida privada, por exemplo - nunca lhe vimos a mãe, o pai, o filho, a casa ou o local onde vive. Para alguém que tem os holofotes sempre em cima de si, isto é algo absolutamente heroico e de louvar. E eu percebo. Acho que quem tem sempre pessoas a olhar para si deve mesmo precisar de ter um refúgio onde não pairem olhos desconhecidos.

A gestão que ela tem feito de tudo isto, a forma como vai libertando novidades consecutivas, é por um lado inteligente e por outro arriscado. Cheguei a um ponto em que já não a podia ver à frente, ela era quase omnipresente: nas revistas, nos livros, na televisão, nos anúncios, na rádio, nos blogs, no facebook, no instagram. Achei que esta presença tão forte iria acabar por enjoar o público, tal como me enjoou a mim. Aparentemente, enganei-me. Ela continua aí, de vento em popa, a lançar coisas sempre com o fator "novidade" e "inusitado" associados. E, perante as evidências, só tenho de me render e aplaudir.

Ontem ela lançou o seu livro aqui no Porto, cidade que bem sabe receber. Mais um golpe inteligente. É claro que, tendo em conta todo o secretismo em que ela envolveu a sua vida pessoal, qualquer pessoa que simpatize com ela tem curiosidade (ou cusquice) e esperança de saber um pouco mais das suas raízes e da sua esfera privada. Eu confesso que folheei o livro no dia em que ele foi para as bancas e pareceu-me ser um simples livro de crónicas ou memórias, com uma escrita que aparenta ser mesmo ser dela (comparada com a do seu blog), que não é de todo má.

Eu não fui ao lançamento, que não sou dessas coisas e enchentes é coisa que me aflige, mas fica aqui descrita a minha admiração pública por esta miúda que conquistou Portugal. Não sei se vou ler o livro mas posso garantir que não tenho vergonha se o fizer, pois encaro-o como um conjunto de histórias de alguém que admiro e que é uma inspiração para alcançar sempre mais.

15
Jul16

Sobre os guilty pleasures desta vida, uma amizade incondicional e um autógrafo

Há duas coisas importantes a saber sobre mim. A primeira é que tenho um punhado de amigos, poucos, mas verdadeiros; sim, eu sou aquela pessoa que distingue os outros categorias: "desconhecidos", "conhecidos" e "amigos" - na verdade, devia haver uma categoria qualquer entre os "conhecidos" e os "amigos", que não sei bem o nome, mas em que caem várias pessoas que me rodeiam. Ainda assim, amigos, tenho poucos - e, surpreendentemente, com alguns deles não tive mais do que uma dúzia de vezes na vida.

A outra coisa que têm a saber é que o meu guilty pleasure do último par de meses tem sido ver a "Massa Fresca", a última série de tarde lançada pela TVI. Podem rir-se à vontade, dizer que é para meninos e que é a Floribella 2. Não quero saber. É uma série levezinha, com personagens super engraçadas e dois atores principais que adoro - principalmente a Mafalda Marafusta, que faz de Maria, e que é das atrizes mais expressivas que tenho visto nos últimos anos a passar na televisão. 

Agora que já sabem estas duas coisas sobre mim, é só junta-las. Resumindo: uma grande amiga (sim, uma dessas com quem só estive uma meia-dúzia de vezes) cruzou-se duas vezes com a Mafalda Marafusta, aquando dos jogos do Euro. Da primeira vez, disso-mo e eu confessei-lhe que adorava a série e a Mafalda - e ela, como provavelmente vai acontecer convosco, gozou-me por (com 21 anos) estar a ver o chamou "um remake da Floribella". Da segunda vez que a viu, sem uma folha para lhe pedir um autógrafo, sacou de um lenço de papel e pediu-lhe um autógrafo - algo que só sei agora, que acabo de receber uma carta com um lencinho rabiscado lá dentro, até porque a sacana andou uma semana a esconder isto de mim!

E vocês dizem: "oh, que grande coisa... já pedi imensas vezes autógrafos para os meus amigos!" Pois, mas têm de ter em conta o facto de tanto eu como ela sermos as pessoas mais envergonhadas deste mundo no que diz respeito a autógrafos. Sabem aquela dor aguda que nos dá quando batemos com o dedo mindinho do pé numa esquina? Pronto, nós temos uma dor semelhante a essa só de pensar em pedir um autógrafo. Eu, para além disso, fico a suar como se tivesse corrido a maratona. Por isso, sim, pedir um autógrafo é, para nós, uma prova de amizade incondicional. 

Não é que eu alguma vez tenha tido dúvidas. Mas agora com um autógrafo da "Maria" está tudo oficializado. Obrigada 

 

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