Há algumas coisas que me tiram do sério neste mundo. Mas acho que quase nenhuma chega ao tópico das drogas. Falarem-me de drogas (ou porem-se a favor da legalização, por exemplo) é meio caminho andado para eu me passar - isto porque, para além do lado racional que tenho sempre (e bem presente), a verdade é que há uma grande componente emocional envolvida. A minha capacidade para lidar com quem fuma ou consome drogas é reduzida; a minha capacidade para lidar com quem é a favor da legalização das drogas é - quase - ainda mais reduzida.
Acho INACREDITÁVEL como é que nos dias de hoje ainda há tanta gente nova a fumar tabaco e erva. Não estamos em plena segunda guerra mundial, onde fumar era bom, era saudável e fazia bem aos pulmões; onde a vida era contada ao segundo, as esperanças poucas e por isso qualquer prazer era bem-vindo. Estamos em 2014, onde toda a gente sabe os malefícios do tabaco e de todas as drogas possíveis e imaginárias. E, ainda assim, porque é fixe, porque manda estilo, porque o grupo também o faz, toca a meter para dentro do buxo a merda toda que eles rolinhos têm lá para dentro. E enganam-se a eles mesmos, dizendo que não é vicío algum, que quando quiserem param, que não há estudos dizendo que a erva faz mal, que nenhuma doença tem a ver com o consumo de droga e, oh!, os doentes terminais até fumam droga para acalmar as dores, por isso só pode ser bom (SÃO TERMINAIS).
A questão da droga é as poucas que me faz querer ir para a política, para a polícia, para um parlamento e mudar alguma coisa neste mundo. Sinto que poderia mover mundos e fundos por esta causa, porque é algo que mexe tanto comigo cá por dentro! Só fuma essas merdas quem nunca foi a um hospital psiquiátrico e quem tem a sorte - ou quem não teve o infeliz infortúnio - de ter um esquizofrénico na família ou no grupo de amigos(e não são as drogas pesadas que provocam tais distúrbios).
Irrita-me a leviandade com que hoje se fumam e vendem essas porcarias. É possível estar num café, normal, altamente frequentado por crianças, e estarem pessoas ao lado, com a maior das descontrações, a fumar droga. Pior do que isso, a vender.
Ontem, vi a passarem erva mesmo em cima do meu nariz. Apeteceu-me vomitar de raiva, mover mundos e fundos, gritar com a polícia, entidades competentes, parlamentos e tudo o que me aparecesse à frente. Limitei-me a sair dali, incomodada, e a escrever este texto. As consequências desta praga só agora começaram.