A este ano que agora começou
Os votos são sempre uma treta - a mesma treta. São verdade (sim, eu também quero saúde, desejo-a todos os dias para mim e aqueles que me rodeiam), mas já cansam. Ontem deixei-me de uvas e de passas, e de desejos que sei que daqui a uma semana já não me vou lembrar. Coisas como saúde, família e amor já estão implícitas em todos os pedidos que faço, todos os dias, a mim mesma, e nos actos que tomo. Podia ter comido uma passa apenas, porque este ano só quero isto, e só por si já é muito: ser feliz.
Embora pareça estranho, é algo que tenho de aprender a fazer. Ao contrário de muitas outras pessoas, não sou uma pessoa feliz por mim mesma; não irradio alegria, não distribuo sorrisos gratuitos, não estou sempre de braços abertos e as minhas palavras saem-me muitas vezes tão duras quanto a minha personalidade. Sou assim, mas sei que consigo melhorar.
2013 foi um ano relativamente calmo e em que atingi os meus objetivos: só não sei se eram os objetivos certos. Porque hoje não estou feliz. Ontem não me deitei feliz (apesar da noite para lá de animada) e hoje não acordei feliz, à semelhança de tantos outros dias que se passaram nestas últimas semanas. Tenho deixado tudo de lado para me recompor, para pensar, para arranjar soluções, para ir buscar ânimo e força para o que aí vem. Eu não sou infeliz, não tenho razões para ser infeliz; só não estou feliz. Aqui e agora. E sei que é isso que tenho de mudar e é esse o meu principal objetivo - porque mantendo-me fiel a mim mesma, na primeira metade do ano que acabou de terminar, acho que fui mais feliz que nunca.
Para além disso, queria ler mais, estudar mais e fazer mais vezes o tratamento ao pé. Tirar mais fotografias e parar de vez de roer as unhas. Viajar - sempre, muito, para onde quer que seja. Aprender a cozinhar melhor pratos principais - mas continuar a explorar o maravilhoso mundo das sobremesas. Emagrecer até ao ponto que quero. E ir mais vezes ao ginásio. Tomar mais cafés com os amigos e organizar mais jantares em casa de outros. Ir mais ao cinema. Por fim, e não menos importante, quero ter a força para mais uma reviravolta na minha vida se achar que preciso de a dar.