Review da semana 23#
Os cheirinhos da Muji
Só os meus pais sabem – e a minha mãe em particular, porque era ela o alvo da fúria – o quanto eu detesto ambientadores, também conhecidos por “cheirinhos”. Eu sou extremamente sensível ao nível do olfato, deteto coisas à distância, e custa-me muito sentir o ar poluído com um aroma qualquer. Até porque eu acho que o sinto mais do que a maioria das pessoas e é quase doloroso.
Às vezes basta entrar em carros alheios para ficar agoniada com aqueles cheirinhos demoníacos que vêm daquelas “árvores” penduradas no retrovisor. E perfumarias? São o meu pior pesadelo. E por isso eu dispenso qualquer tipo de ambientador, velas intensas, incensos e coisas do género. Foi uma batalha cá em casa, porque a minha mãe adorava (e ainda adora) espalhar essas coisas pelos espaços e eu andava sempre atrás dela a apagar as velas, tirar os cheirinhos das tomadas e coisas assim do género.
Mas quando estive em Lisboa há um mês atrás entrei na Muji e cheirou-me a mentol. E há uma coisa que devem saber sobre mim: eu adoro tudo o cheire a mentol, cidreira e menta. Adoro chás, adoro chicletes, adoro perfumes (embora não use, porque não consigo)… tudo! E aquele aroma era tão fresco, tão real, tão disperso mas ao mesmo tempo tão intenso… era absolutamente incrível.
Dito isto, acho que já deu para perceber que quebrei uma das minhas regras de ouro: comprei um cheirinho. Aliás, dois: um de menta e outro de mentol. São daqueles líquidos, que se dissolvem em água e que com uma vela por baixo vão purificando o ar. Há umas máquinas que fazem o mesmo efeito, libertando vapor de água – inclusivamente na Muji – mas são demasiado caras comparado com algo que tem exatamente o mesmo efeito.
Já os experimentei e tenho a dizer que são divinais. Já adorava as canetas de Muji, agora acrescentei mais um item à lista. Estou a fazer figas para que, dentro em breve, abram uma loja no Porto.