Sobre a tragédia do Meco (ou como puxar a brasa à minha sardinha)
Antes de mais, e antes que me interpretem mal, queria deixar bem claro que aquilo que sucedeu no Meco me tocou mais do que o custume. Posso dizer-vos que durante todos aqueles dias em que não se descobriram os corpos, eu pensava naquilo. Mexeu mesmo comigo, não sei porquê: há tantos casos trágicos, todos os anos, nas mais variadas vertentes, e acho que nunca nenhum me chocou tanto. Talvez por os jovens serem da minha idade, por ter sido no mar que eu gosto tanto, não sei...
A verdade é que especulação sobre este caso é coisa que não falta, assim como polémicas. Não percebo nada (e acho que ninguém percebe, tamanha é a salgalhada). Tenho acompanhado o caso e ficado chocada com o silêncio por parte de toda a gente (embora ache e perceba que o único sobrevivente é aquele que pode ficar mais calado, apesar de ser aquele que de certeza mais sabe; ainda assim, o estado de choque deve ser valente). Mas enfim, não é sobre isso que escrevo.
O que queria dizer é que podem haver males (que é como quem diz, tragédias) que vêm por bem. Não sei se é verdade ou não, mas diz-se que tudo aquilo podia fazer parte de uma praxe. E eu só digo: espero bem que sim!!! Desejo que a morte daqueles miúdos seja "vingada", que aquilo tenha sido uma praxe, que venha tudo para praça pública e que as praxes sejam discutidas como deve ser. E, não menos importante, abolidas! Já é altura de tal acontecer - e não duvido que muitos reitores e gente com poder esteja farta destas "brincadeirinhas" nada inocentes. Se queremos um país mais civilizado e evoluído, esse é um dos passos a dar. Há praxes que são autênticas seitas; as praxes promovem as massas, o pensamento igual, tudo aquilo que uma universiade não devia ser; as praxes são um bullying consentido, é autorizar a humilhação e a submissão por parte de pessoas que se acham com mais poder por terem mais "créditos" no lombo. E é "formar" pessoas para uma razão má: porque muitas dos que estão lá a ser humilhados só o fazem porque sabem que uns anos depois poderão ser eles a humilhar. E isso é triste, vergonhoso e só revela aquilo que as pessoas são por dentro, à semelhança das praxes: uma merda.