Qualidade de vida
O ano passado a minha mãe comprou um barbecue para pôr no jardim, para fazermos os nossos grelhados sem termos de comprar aqueles grelhadores fanhosos, que apodreciam depois de não sei quanto tempo. Toda a gente estava contra, mas a minha mãe levou a dela avante - e a verdade é que, o ano passado, aquilo usou-se um par de vezes e pouco mais.
Mas este ano, depois de não termos feito nem S.João, nem S.Pedro e de não termos nem um dia de verão depois de um inverno rigoroso, mal estes dias bons voltaram, pedi encarecidamente à minha mãe por umas sardinhas. Normalmente é o meu irmão ou os meus tios que as fazem em mini-festas que por aqui organizamos, mas desta vez não havia parentes que nos safassem: tínhamos de ser nós. E assim foi.
A minha mãe aprendeu a fazer as brasas, fez-nos umas sardinhas de chorar por mais e a partir daí não mais parou. Tem sido sardinhas, febras, picanha, entremeada, costeleta... tudo no churrasco, ao ar livre, com a mesa mesmo ali ao lado para comer mal sai da brasa. E depois fica-se na conversa, enquanto a noite se põe e o sol se esconde no horizonte. As noites têm sido maravilhosas, a acompanhar com a comida que não tem ficado atrás.
Queixamo-nos muito, mas no fundo são estes pormenores que dão cor à nossa vida. E, se pensar bem, a minha vida está recheada deles.