Os danos do rato e o carro novo
Neste momento ainda estamos a medir os danos provocados pelo rato que, à primeira vista, foram mais que muitos. O carro da minha mãe já veio da oficina, o meu já foi, o do meu pai também (este com três cabos roídos, incluindo o do combustível). O outro carro onde estava o ninho só sai daqui de reboque e o prognóstico, à partida, é muito reservado. O panorama é este, só a falando ao nível dos carros (não contando portanto com o fator limpeza, higiene, etc.).
Mas a preocupação é ainda maior tendo em conta que... há um carro novo cá em casa! Foi uma compra assim repentina, mas que veio em muito boa hora (senão não tinha carro). O carro não é meu nem foi comprado para mim - mas, tendo em conta a marca que é, avisei desde logo que, nas minhas viagens diárias casa-faculdade iria passar a ser o meu carro de serviço. E quem adivinha qual é o melhor carro de todas para quem vive grande parte da sua vida na baixa? O mais pequeno de todos! Um smart, pois claro está!
O escolhido foi o novo smart for 2 (o for4, para mim, não faz sentido e perde toda a essência) - novinho em folha e acabado de sair no mercado. É giro, muito moderno, com toda uma panóplia de tecnologias que não estou nada habituada (o meu carro ainda é a cassetes e nem a temperatura exterior diz). E, apesar de não ser oficialmente meu e como tenho sido eu a andar nele, estou vagamente apaixonada. Senti, nos primeiros tempos, um sentimento de culpa enorme por causa do meu carro, que nunca me deixou ficar apeada e me introduziu tão bem a este mundo da condução. Não é que o vá deixar de conduzir porque, por exemplo, quando vou sair com amigos, dá-me muito mais jeito levar um carro com mais lugares, mas sabia à partida que ia ficar mais tempo parado do que merecia. É um carro com 14 anos mas que parece nem ter meia-dúzia.
Mas hoje, ao leva-lo ao mecânico onde vai ficar durante uns belos dias (não é só o problema do rato, são outros tantos que já tinha vindo a acumular) percebi que não se podem confundir alhos com bugalhos. Já não o conduzia há uns dias, já estava habituada ao smart, mas só precisei de dois minutos para o meu cérebro se readaptar e entender que há coisas insubstituíveis. O meu - e continua ser meu, e é o único que o é - BMW é espetacular. O smart é novo, cheira bem, tem um ecrã touch, entrada usb, telemóvel mãos-livres, gps integrado e tantas outras tretas - mas, se for preciso, não arranca em terceira. Não faz uma ultrapassagem como o BM faz. Não há aquela aceleração incrível e a fiabilidade do meu carro.
Mas enfim, mesmo que o BMW não fosse o automóvel estupendo que é, uma coisa bastava para ele ficar sempre comigo e na minha memória como o melhor carro de todos: foi - e será para sempre - o meu primeiro carro, e não há nada que mude isso. Nem um smart novinho em folha (que nem sequer é meu).