O regresso da Adele
Está algures rabiscado na minha agenda qualquer coisa como "a mudança da Adele" - um tema no meio das dezenas que tenho apontados para depois escrever e desenvolver aqui no blog. Depois de ter escrito no último post que gostava muito dela, senti que ainda havia muito para dizer e estava inclinada para o dizer, hoje, por estas bandas. E, qual não é o meu espanto, quando chego a casa e me deparo com a notícia bombástica de que a Adele vem a Portugal, a 21 e 22 de Maio, dar dois concertos no Meo Arena! Eu até dizia que era obra do destino, algo superior a insinuar que eu tinha mesmo que ir ver o concerto, mas a verdade é que não preciso de nada disso: já estaria lá batida de qualquer das formas, quer tencionasse ou não escrever sobre ela.
A verdade é que eu desde o início que gosto muito das suas músicas (óptimas para deprimir, arte que eu pratico desde miúda e de forma regular), mas não simpatizava com ela por aí além. Todo aquele ar muito reservado e conservador, quase sempre sério, nunca me comprou; por outro lado, o facto de só tocar em espaços muito pequenos (como bares) e de não querer atuar em grandes arenas também me fazia alergia - no fundo, tinha mais do que fãs para o fazer e teimava em não dar grandes concertos, quase estilo birra, não dando também a oportunidade aos fãs de a ouvirem ao vivo (algo que até agora era uma raridade). Entretanto anunciou a sua saída do mundo dos famosos e, quatro anos depois, voltou aparentemente uma mulher diferente - e não falo só dos quilinhos a menos.
Acima de tudo, vejo uma Adele muito mais descontraída e feliz - adorei vê-la no programa do Jimmy Fallon, tanto na parte de conversa e do jogo das caixas como a tocar a "Hello" com os The Roots, algo que já é tradição naquele programa e de onde sai sempre, sem excepção, algo fenomenal. Em forma de cereja no topo do bolo, ela anuncia hoje uma tour europeia em grandes salas (parece que já lhe passou a birra), com direito a duas datas para Portugal - e que foi, de longe, a melhor notícia do dia! A única coisa que parece não ter mudado foi a qualidade das músicas e o tema sobre o qual incidem: embora ela diga que já ultrapassou o ex-namorado, a "Hello" diz precisamente o contrário - mas nada que nos incomode por aí além, não é verdade?
Mas enfim, com ou sem músicas sobre o ex, em Maio lá estarei para a ouvir cantar. Comigo conto levar a minha irmã e, claro, os lenços: tenho a certeza que a lagriminha no canto do olho não vai faltar.