O primeiro post de uma mulher casada
Alô, Planeta Entre Parêntesis? Daqui fala uma mulher casada!
Calculo que por esta altura se oiçam os grilos neste blog – é o preço a pagar por um afastamento da escrita, que não teve nada mais que ver do que com o decorrer da própria vida e as consequências de me afastar deste hábito que, no passado, tanta coisa boa me trouxe.
De qualquer das formas, mais do que escrever para os outros, sempre escrevi para mim. No meio dos meus 4000 posts existem autênticos testamentos que só os mais corajosos conseguiram ler – mas que, naqueles momentos, foram importantes de escrever ou, talvez ainda hoje, de reler. Sei, por exemplo, que os meus diários de bordo são extensos e por vezes excessivamente descritivos – mas são dos posts que mais revisito quando preciso de me lembrar de algo sobre determinado sítio, pois sei que tenho lá tudo escrito.
A memória é uma coisa tramada e escrever é a minha forma de contornar o inevitável: o esquecimento. E por isso perdoem-me os poucos grilinhos que ainda possam estar desse lado mas, se conseguir, os próximos tempos só vão dar casamento. Das conversas que fui tendo sobre este tópico com pessoas já casadas, percebi que é normal que até os noivos se tendem a esqueçam dos detalhes da sua festa. O facto de só ter bebericado um bocadinho de champanhe (e só por obrigação dos tradicionais brindes) pode ajudar a que não fique tão esquecida, mas eu sei que muito de tudo aquilo que foi arduamente preparado para o grande dia cairá eventualmente no esquecimento – tal como acontece com os sítios que visitei ou os monumentos que vi em determinada viagem. Por isso, como sempre, escrevo. E mostro fotos. E conto tudo. Para que, no futuro, tenha respostas para aqueles que precisam e tenha uma ajuda quando as recordações não forem tão claras.
O facto de ter parado de escrever os textos pré-casamento, para além de uma questão de gestão de tempo (e de emoções), teve muito que ver com a dificuldade em gerir aquilo que revelava ou não até ao grande dia. Agora já não tenho que pensar em nada disso, já posso falar de tudo e mostrar tudo, sem ter de me preocupar com suspenses ou surpresas – ufa!
Há, no entanto, um disclaimer importante a fazer, principalmente no que diz respeito a fornecedores e empresas com quem trabalhamos na execução deste grande projeto. Eu fiz sempre questão de ler opiniões de outros utilizadores sobre as quintas, os músicos, os fotógrafos e etc. - neste aspeto, o site Casamentos.pt é a melhor ferramenta e ajuda do mundo! Mas o que hoje sinto é que há muita coisa que fica por dizer – primeiro porque não fica bem, segundo porque estamos a falar de pessoas com quem tivemos contacto direto e que por isso não fica propriamente bem comentarmos coisas más em espaços abertos, quando a qualquer momento podemos receber uma chamada a pedir satisfações (sim, isto já me aconteceu aqui no blog!). Neste caso em específico, e por causa disto que acabei de explicar, acho que as pessoas com más experiências se remetem ao silêncio – a menos que já tenham armado um barraco e deitado tudo a perder. Aqui no blog vou tentar ser o mais explícita e clara possível, falando (ou, pelo menos, mencionando) todos os fornecedores com que trabalhei e/ou contactei. Se, desse lado, estiverem também nesta odisseia que é organizar um casamento e tiverem alguma dúvida, contactem-me pelos canais do costume (instagram ou email, preferencialmente) e eu tentarei ajudar. Combinado?
(cri-cri, cri-cri, cri-cri)