Miúda de 95 40#
Champomy
Eu, de facto, sempre fui uma chata de tão certinha que fui. Mesmo em tempos de criança, nunca fui - nem tive instintos - de rebeldia. Conheço muitas crianças que gostam de meter o dedo dentro das bebidas dos pais, que gostam de pegar nos cigarros e fingir que fumam... e eu nunca fiz nada disso (embora às vezes gozasse com os meus pais, que fumavam, com aqueles pauzinhos de canela que vinham com os cafés, no final das refeições).
Ainda assim, e porque quando somos criança queremos sempre ser crescidos (e depois quando somos crescidos queremos exatamente o oposto) e agir como tal, lembro-me de beber, numa ou duas festas de família, o Champomy. Se os adultos brindavam com champanhe, nas suas lindas flutes, porquê que nós tínhamos de estar - ainda por cima num "andar" abaixo, porque toda a gente tende a levantar os copos até não poder mais e nós não chegávamos lá - com coca-cola ou seven-up nos copos manhosos do dia-a-dia? Lembro-me vagamente de abrirmos e bebermos aquilo com sentimento de gente grande mas, como de costume, de eu não gostar do que bebia - do que me lembro (e acho que ainda se mantém) aquilo é sumo de maçã ligeiramente gaseificado, algo que nunca apreciei muito.
Mas pronto, nessas idades, uma pessoa faz de tudo "para ser grande" - mesmo que seja beber suminho de maçã vindo de uma garrafa parecida à de champanhe. E agora que já sou crescida e podia usufruir de todas essas coisas, continuo a brindar com coca-cola nos copos do dia-a-dia e - pior que isso - a repelir o champanhe (e o álcool) em geral com todas as forças que tenho. A vida dá estas voltas, não é verdade?