Miúda de 95 35#
O jogo de casa da avó
Quando era pequena passava um dia por semana em casa dos meus avós. Era a minha avó que ficava comigo e com quem eu brincava. Apesar de não ter grandes recordações disso, há coisas que me lembro com um carinho imenso - principalmente agora, que ela já cá não está. Olhando para trás, e apesar da diferença de idades brutal que havia entre nós, ela tinha imensa paciência para mim. Lia-me histórias, mostrava-me as flores e, acima de tudo, dava-me uma liberdade imensa de descobrir aquela casa cheia de esconderijos giros.
Suponho que deva ter sido numa dessas expedições que descobri o brinquedo mais simples de sempre - e, talvez por isso, o meu preferido. Consistia em conseguir meter todas as bolinhas dentro de uma "baleia", que estavam dentro de água - para isso tinha de se clicar num botão, que injetava ar e fazia com que as bolinhas de mexessem - e umas entrassem para a baleia e outras saíssem. No fundo, um jogo de paciência.
Sei que aquele jogo não foi originalmente comprado para mim, mas acabei por ser eu a traze-lo para casa para recordação. Enquanto fazia as mudanças de um quarto para o outro, dei de caras com ele e bateu a saudade. Já não funciona (estraguei-o com a curiosidade de perceber como funcionava, daí a fita-cola) mas ainda não o consegui deitar fora. As coisas mais simples são as melhores.