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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

13
Nov18

Menos telemóvel, mais vida

Há uns estudos quaisquer que dizem que um hábito se perde em 21 dias - se quisermos e fizermos por isso, claro está. Mas a verdade é que me bastaram cinco dias para perder hábitos há muito enraizados - e sim, estou a falar do telemóvel (prometo que este é o último post desta "saga"). De tal modo que, neste momento (em que vos escrevo do meu novíssimo Xiaomi Pocofone, com o qual já lido há uns dias) ainda tenho o meu smartphone quase em modo de default - ainda não mudei backgrounds, ainda não instalei o Instagram ou o Feedly, ainda não abri o YouTube. Só tenho, para já, o mínimo necessário para comunicar com os outros e dar-lhes conta de que não morri - e mesmo nesse campo impus-me novas regras.

No que diz respeito às apps, tirei o som e os alertas para as notificações de conversas de grupo (algo que somos incapazes de controlar e que nos pode levar à loucura em dias menos bons), estou a todo o custo a tentar tirar o som do Messenger do Facebook (que me parece impossível, mas continuo à procura) e, quando instalar o Instagram, ainda vou pensar no que vou fazer. Deixei de levar o telemóvel para a casa de banho (não pela razão óbvia ou por estar traumatizada com o que aconteceu ao outro - deixei-o cair por tê-lo no bolso, algo que nunca faço, e que resultou de uma mudança de rotinas esporádica - mas sim pela quantidade de tempo que passava a ver porcarias) e, de uma forma geral, de o carregar de um lado para o outro - o facto do telemóvel ser grande, me cair facilmente dos bolsos e não ser tão "maneirinho" contribui muito para este facto.

Eu não estou a dizer que estas são mudanças definitivas - mas são as mudanças que me apetece fazer agora. Habituei-me a não ser incomodada. E habituei-me, acima de tudo, a não esperar que alguma coisa caia no telemóvel - e acho que é aqui que reside a grande questão. Porque a maioria das vezes que eu clicava no ecrã principal não era para "ver as horas" - era, sim, uma constante procura por novidades, por algum tipo de contacto. Para ver se era lembrada.

Criei este hábito - diria que à semelhança de 90% das pessoas - por várias razões: primeiro por culpa dos dois anos em que trabalhei no jornal. O meu e-mail era um rodopio constante, havia novidades (não necessariamente boas) a cada refresh que fazia e eu habituei-me a checkar consecutivamente o telemóvel à espera de problemas por resolver - e, durante muito tempo, não os ter foi complicado para mim. E segundo devido à questão da socialização, ainda que aparente, que as redes sociais e as apps de comunicação nos dão. Eu sou uma pessoa só e estas aplicações são uma óptima muleta para alguém cuja parte social não é muito forte; sem falarmos com ninguém parece que conhecemos as pessoas, sentimo-nos muitas vezes integrados. Tem também uma forte componente de aprovação - quando publico alguma coisa fico sempre na expectativa de quem vai gostar ou comentar; talvez porque me sinta insegura em alguns aspetos (nomeadamente físicos) e porque sou tão humana como os outros e também gosto de ter a aprovação de quem me rodeia. Mas até no blog esta constante expectativa se aplica; ainda que a questão da insegurança não seja tão pertinente porque acredito mesmo nas ideias que aqui partilho (e defendo-as com unhas e dentes, se assim for necessário), espero sempre ansiosamente por comentários e interações - no fundo, um feedback por parte de quem me lê, para confirmar também que alguém o faz. Passava a vida a abrir o site, ou a atualizar o e-mail para ver se caía qualquer coisa. E eu quero que isso acabe. Quero não precisar disso para me sentir bem. 

E por isto, todo este atraso em relação ao telemóvel é muito mais que um simples atraso. É uma tentativa de desconexação. Não completa - continuo a falar com as pessoas, a responder às mensagens, a passear no facebook enquanto estou na fila de espera de qualquer coisa. Mas para já, que ainda não atingi o equilíbrio e tenho medo de voltar aos velhos hábitos, estou a ir passo a passo. Que, é como quem diz, app a app. É o processo de perceber que não estar ao telemóvel a vasculhar a vida e as opiniões alheias é poder ler os livros que deixei de ler, é poder trabalhar as músicas de que desisti a meio no piano, é escrever mais, é dormir mais. Há, de facto, poucos "menos" nesta equação. Talvez menos dependente. E isso basta.

 

(Sobre o meu novo Xiaomi: para já estou hipersatisfeita, estou a gostar do toque e do software (não me custou nada a mudança de iOS para Android) e as perspetivas, de tudo aquilo que li, são as melhores, dadas as características técnicas. É maior do que eu queria - gosto e telemóveis pequenos -, mas hoje em dia é tudo feito à grande, por isso não havia grande escolha. Não é uma marca fancy como o iPhone, mas está ligado há dois dias e ainda tem praticamente metade da bateria - algo que o iPhone nem no início de vida poderia sonhar. E não me venham com argumentos ao estilo "ah, é chinês...". Não que não seja verdade - mas o quê que não é chinês nos dias de hoje?)

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