La La Land, ou o caminho para os sonhos
Acabo de ver o La La Land, o filme que estava mais curiosa para ver nesta corrida para os Óscares. Confesso que este ano, para além do que já vi, não há assim muitoooo que me puxe e este era definitivamente a falta mais grave na minha lista.
Sobre este filme não sabia muito e as minhas expectativas baseavam-se na quantidade de globos de ouro que ganhou no início do mês. Não vi reportagens ou críticas, apenas o trailer - que, confesso, não me atraiu por aí além. Mas roubou muitos globos, vai levar muitos Óscares, é um musical, tem Emma Stone e, não menos importante, Ryan Gosling.
Por falar em Gosling: casava-me. E acreditem que eu não digo isto muitas vezes. É um ator incrível, com uma vibe incrível, com um estilo incrível e com uma cara... como dizer... incrível. Mas a verdade é que da Emma se pode dizer o mesmo, ou até mais, uma vez que, neste caso em específico, acho que ela é melhor em termos de dança e cantorias. Adorei os dois e, relativamente aos atores, estamos falados. Agora falta a história.
Não gosto quando as pessoas dizem não gostar de filmes "light" - ou, pior, quando julgam quem os aprecia; não gosto de filmes feitos para críticos, feitos para o óscar e, ao mesmo tempo, feito para plateias vazias ou cheias de intelectuais. E nisso, La La Land é uma chapada de luva branca. É light, é bonito, é colorido, mas é poderoso. É um filme sobre sonhos, mas também sobre escolhas; sobre esse mix onde tudo e nada pode acontecer, sobre essa coisa que todos temos mas tantos acham inatingível e sobre o caminho para lá chegar, que pode ser duro e implica consequências. Eu acho que La La Land é sobre esse duro contraste: o sonho e a ação; o conceptual e a realidade. E, acima de tudo, sobre escolhas. Porque todos temos sonhos mas para lá chegarmos o caminho pode ser tudo menos de sonho - e até lá, acontece a vida. Crescemos, tomamos opções e os caminhos alteram-se para chegarmos ao derradeiro objetivo.
Penso que para além de La La Land ser um filme esteticamente lindo, com uma banda sonora fantástica, de ter dois atores principais de arromba e ter uma mensagem bonita por detrás, acaba - mais do que com uma moral - com uma pergunta retórica importantíssima: será que às vezes, para chegar ao sonho, não nos esquecemos de viver e saborear o caminho? É que esse caminho pode ser tão ou mais importante que o sonho e, de tão obcecados que estamos com a meta final, perdemos a parte melhor da viagem.