Já vos disse como adoro a tecnologia (ou como acabei de assistir a um concerto épico)?
Sou - e somos, de uma forma geral - uma sortuda por ter nascido nesta época em que tudo parece possível, em que os livros de ficção científica de há quarenta anos se tornam realidade, em que ultrapassamos e voltarmos a ultrapassar aquilo que era o último berro da actualidade e nos tornamos sucessivamente melhores. Não sejamos parvinhos porque tudo nesta vida tem consequências - e estas estão esparramadas por essas redes sociais fora em notícias que vêm de todas as direções ("dormir com o telemóvel ao lado provoca cancro", "há cada vez mais pessoas viciadas nos jogos online", "as redes sociais e a internet fazem com que as pessoas saiam cada vez menos e já não falem entre elas" e mais triliões de histórias). Mas o reverso da moeda é, de facto, espetacular.
Acabei há pouco tempo de assistir a um mini-concerto, em direto, a partir da casa de Nuno Markl, com o António Zambujo e o Miguel Araújo. Quer dizer... isto parece corriqueiro, mas eu vou voltar a repetir para que todos possamos pensar nisto bem e comparar, por exemplo, com o estado da tecnologia há uns.... oito anos atrás (acho que nem é preciso recuar tanto). Repetindo: eu acabei de assistir a um direto, que receio ter sido filmado com um telemóvel (antes, os diretos com imagem eram só para as televisões e envolviam câmaras grandes e pesadas - e era preciso dinheiro!!!). Esse direto foi transmitido a partir da casa de alguém (já não há estúdios para ninguém!). Por fim, vi um concerto verdadeiramente épico, com duas das melhores vozes portuguesas que para aí andam e que esgotam concertos como nunca antes visto - tudo isto grátis, sem pagar um único cêntimo para além da internet mensal que cai invariavelmente na conta, com ou sem concertos absolutamente espetaculares.
A sério. Hoje em dia recebemos estas coisas de mão-beijada, sem pensar muito, e nem raciocinamos o quão fixe isto é e na sorte que temos. Eu não me importava de pagar para ver aquilo outra vez, ao vivo (como aliás paguei, porque vou vê-los ao Coliseu - comprei quando ainda só se tinha anunciado um só concerto) - porque foi tão ao improviso, tão diferente, com direito até a músicas a pedido que resultaram melhor que nunca e que provocaram uma reação comummente chamada de "pele de galinha". Enfim, não há palavras. Foi um aquecimento para os coliseus para mais tarde recordar e eu já só anseio por Fevereiro!
(agradeçam também - e mais uma vez - às tecnologias: podem ver, ou rever, o concerto na página do Nuno Markl - a quem devemos também agradecer, porque sem ele este momento não tinha existido. sou uma fã assumidíssima dele, enquanto humorista, mas acima de tudo enquanto pessoa.)