History repeats itself
E aqui estou eu, numa noite de Agosto, a ouvir Jamie Cullum. Deitada numa cama que ainda é a mesma, outra vez com um portátil no regaço, mas com mais seis anos em cima do lombo. Num quarto diferente, mas igualmente sozinha - literalmente e em espírito, sentindo-me melhor do que nunca em relação a essa solidão crónica que me acompanha desde sempre (e que nessa altura me consumia seriamente).
Desta vez tenho cortinas no quarto, mas faltam-me as bolachas madrilenas que na altura me adoçavam a boca. Ainda assim, mesmo sem hoje ter bolachas ao lado, sinto a vida bem mais doce do que há seis anos atrás.
Não me perguntem porquê que me lembro tão bem daquele fim de tarde de 2010 em que descobri o Jamie Cullum e em que ouvi a "If I Rulled the World" pela noite dentro. Nunca duvidem quando digo que tenho na minha memória os mais ínfimos pormenores de coisas aparentemente insignificantes - ainda que, neste caso, esse dia tenha pouco de insignificante; descobri aí a minha paixão musical, a maior de todas, que creio que vai durar até ao fim dos meus dias.
Hoje, que o (meu) Jamie faz anos, ouço-o com o mesmo arrepio na espinha com que ouvi há seis anos pela primeira vez. O mundo inteiro pode ter mudado; eu posso ter mudado. Mas esta paixão continua igual.