Fomos lá para fora... cá dentro 1#
A semana passada eu e os meus pais fomos fazer um fim-de-semana cultural. O intuito era ser de descanso - estávamos todos a precisar de arejar a cabeça - mas a verdade é que acabamos por conhecer tantas coisas e andar por tantos sítios que de descanso teve pouco. O ponto de partida foi a Vila de Marvão, que fica junto da fronteira, já na zona do Alentejo. Era um sítio que a minha mãe queria ir já há muitos anos e que, aparentemente, toda a gente conhecia menos nós. Fizemo-nos ao caminho na sexta-feira à tarde e três horas e pouco depois já lá estávamos.
O meu pai chama aquilo a Massada de Portugal, porque a vila fica a 860 metros de altitude - mas o declive faz-se de forma muito repentina, não é algo gradual. Estamos cá em baixo e de repente olhamos para cima e vemos uma grande "montanha" de rocha e, lá em cima, a muralha e vislumbres da vilinha. Não é difícil chegar lá, apesar de ser estrada nacional - quem é menos experiente ou confiante ao volante pode é ter algumas dificuldades dentro da vila em si, por causa das estradinhas muito apertadas.
Mas bom, voltando à parte interessante: a vista, tendo em conta a altura da vila e a muralha que a rodeia, é obviamente fabulosa. Mas a própria vila em si é super bonita e bem cuidada. Toda pintada de branco com alguns detalhes de cor e envolta numa muralha também muito bonita, que dá acesso a um castelo com vistas de tirar a respiração.
Vista do Castelo
Vista do Castelo
Vista do Castelo
Pode andar-se livremente na muralha e há sítios fabulosos para tirar fotos - só não é aconselhável para desajeitados, distraídos e coisas que tais: não há qualquer tipo de proteção e a queda pode ser de uns três metros ou mais. Já dentro do Castelo de Marvão a entrada é paga: dois euros por pessoa. Não sei até que ponto vale a pena: pode subir-se até à torre, onde a vista é ainda melhor mas, para todos os efeitos, não deixa de ser mais um castelo. Acho que este tipo de monumentos é giro quando se vê pela primeira vez, mas a verdade é que acabam por ser um pouco "ocos" se não tivermos alguma capacidade de imaginação e alguns conhecimentos de história. Este, em particular, tem uma cisterna gira de ver (e visitável) e a torre.
Apesar do sol estar quente, fazia muito frio (acima de tudo por culpa do vento cortante), por o sítio ser muito alto. Mas enquanto chovia a potes no Porto, os dias estavam límpidos lá para baixo e um bom casaco fazia com que os passeios já se tornassem mais agradáveis. As fotos abaixo são tiradas na muralha, no dia da chegada, já o sol se tinha posto.
Nós ficamos hospedados na Pousada de Santa Maria, uma pousada de Portugal - agora sob a chancela do Grupo Pestana - que fica mesmo no centro da vila. É um edifício antigo e os quartos são também eles antiquados mas não por isso menos cómodos. Faz tudo parte do encanto. Tem uma pequena sala comum, com televisão, onde no dia do clássico se juntaram os hóspedes (eu incluída, claro está) para torcer pelo seu clube - e até isso acabou por ter piada. O restaurante dentro da pousada é aceitável, mas eu confesso que também não sou fã da comida tradicional alentejana; também lá é servido o pequeno-almoço que, para o tamanho da pousada, também é bom. A vista? As imagens falam por si.
À esquerda a vista do meu quarto e à direita a vista do pequeno-almoço.
A vila em si vê-se num par de horas. É riquinha, um encanto, uma espécie de casinha de bonecas: bem tratada, com uma aura um bocadinho mágica e uma calmia que nós - gentes das cidades - já não estamos habituados. Acho que só ter aquela vista já ajuda a que a vida se leve com mais facilidade: sempre que me deparo com estes cenários sinto que ganho fôlego, porque me lembro da sorte que tenho em estar viva (coisa que, infelizmente, me esqueço demasiadas vezes). Mas, num fim-de-semana, fica tempo de sobra para visitar outros sítios - e foi o que fizemos. Para o post não ficar demasiado longo, conto o resto amanhã.