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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

26
Nov14

Estou farta

A questão repete-se de uma forma ou de outra, quase todos os dias. Tento ignorar - até fui ver e o último post que fiz sobre este tópico, sendo que data de Março deste ano (já lá vão oito meses, não é mau) - mas, sinceramente, nem sempre consigo. São questões nucleares que mexem connosco.

Do que falo? Da minha falta de namorados, pois claro está. Se não é a mãe é o tio; se não é o tio é a amiga; se não é a amiga é um conhecido que encontramos na rua, um daqueles que já não vemos há muito tempo. Vem nas mais variadas formas: as mais diretas ("então e namorado, já tens?" - já com aquele tom de impaciência); as que vêm em forma de sugestão ("já viste aquele ali? imaginava-te com ele!"); as desconfiadas ("não me acredito que ainda não tens namorado... conta lá a verdade!"); as que nos dão graxa ("és tão gira e inteligente, não é possível não teres um rol deles atrás de ti!"); e as desesperadas, quando estamos a falar de alguém nosso conhecido - mas que quase só sabemos o nome - mas já é a pessoa ideal ("esse aí parece mesmo o ideal para ti!").

Tudo bem, eu admito, não é normal. Mas digam-me uma coisa: querem que eu faça o quê? Querem que arranje um namorado de quem não gosto, só para me chatear a cabeça, só porque vossas excelências me querem ver com um parzinho? Querem que eu arranje alguém por arranjar, porque a vossa sede de relacionamentos é maior que a minha? Estou farta desta merda, pá.

As pessoas não percebem o efeito que isto tem em alguém, o desgaste que causa, a baixa de auto-estima que provoca. Eu estou sozinha porque quero, mas também porque nunca surgiu oportunidade de estar com alguém de quem verdadeiramente gostasse, me atraísse, com quem me imaginasse estar. Uma mistura de azar com falta de oportunidades, conhecimentos e entrega da minha parte. Não é fácil ver toda a gente contente, feliz e aos beijinhos com o seu respetivo namorado e nós termos a sensação de que vamos ficar para tias - não é só a pressão que os outros põem em cima de nós, mas também a pressão que nós próprios exercemos sobre nós mesmos! Sentimo-nos - e uso o plural porque sei que não sou a única nesta posição - umas chatas, umas feias, que parece que não merecemos a atenção de ninguém e que somos a coitadinha, que está eternamente solteira.

Estou farta. As investidas alheias só pioram. Sou feliz solteira, mas ninguém parece perceber isso - e toda a gente faz questão de me relembrar que há toda uma outra felicidade quando se namora. Nesta sociedade somos obrigados a ter alguém para dar a sensação de que estamos completas - e a cada dia que passa sinto mais isso. O desespero das pessoas está latente, já quase qualquer coisa serve - pode ser bonito ou feio, hetero ou gay, dois anos mais novo ou dez anos mais velho. Tudo serve desde que não fique para tia e não ganhe o rótulo de solteirona para a eternidade. Já só falta mandarem-me os currículos completos com candidatos, essa medida desesperada.

Enfim, já disse que estou farta? Então pronto: estou farta. 

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