Esse deus que não existe
Considero-me uma cristã cultural e interesseira. Explicando: cultural porque fui educada segundos os princípios cristãos, porque uso expressões como "valha-me deus" (e nunca com letra maiúscula, porque não o considero um nome próprio); interesseira porque só me lembro da religião quando me interessa (ou, deverei dizer, quando estou desesperada). Fora isso, considero-me ateia, porque não acredito em nada. Não vou a igrejas (a não ser para apreciar a arquitetura, estilo, beleza), nunca fui à catequese, nunca assisti a uma missa, nunca me senti ligada a qualquer entidade superior. E, a cada dia que passa, acredito menos em qualquer poder divino, num deus todo poderoso e grandioso e bondoso e omnipresente e, e, e...
Porque olho à minha volta, para as pessoas, para as notícias, para os blogs, e vejo tanto mal a correr nestas páginas e na televisão. tanta morte, tanta tristeza, e tanta desgraça e sei que não pode haver nada de grande a "olhar por nós". Pode haver quem mereça, pode haver povos que o peçam, pode haver maldade suficiente que compense alguns grandes desgostos. Mas eu tenho a certeza absoluta que há gente que não merece tamanhas tristezas na vida, que qualquer maldade que tenham feito não se equipara à que "Deus" lhes devolveu a elas.