Ei-la! A minha árvore de Natal!
E mais uns quantos pensamentos sobre o significado desta época
Já é um must da época natalícia. Fazer a árvore de Natal é uma das minhas coisas favoritas de todo o sempre e este ano, apesar de todo o caos, não foi excepção. Reservamos um sábado para a fazer, decidimos o tema - esta época fugimos dos dourados e viramo-nos para os prateados e vermelhos - e pusemos mãos à obra.
É sempre um momento de partilha e união muito importante para a mim e para a minha mãe. Mas desta vez, diria, ainda foi mais essencial. Foi uma forma de eu dizer e fazer sentir que continuo ali, apesar de ter recentemente saído de casa - que é como quem diz, passei a dormir fora. Dar a perceber que aquela árvore continua a ser a minha árvore. A nossa árvore. Que continua a ser o nosso momento. A nossa festa. Uma partilha constante, como é a vida - e como vai ser sempre, partilhada com aqueles que me criaram e fizeram de mim quem eu sou hoje.
Este sábado foi pintalgado por um sentimento um bocadinho triste, pelo menos para mim, que nada teve que ver com a cama onde durmo neste momento (e a minha "saída" de casa). Os meus sobrinho visitaram-nos enquanto decoramos a árvore e eu fiquei perplexa com a forma como reagiram quando a viram.
Nada.
Nenhuma reação, para além de uns olhares de esguelha. Não se atiraram às bolas para a decorar, não perguntaram se podiam participar. Ignoraram. E isso, para mim, foi um murro no estômago. Eu, que sempre quis montar a minha e todas as árvores de Natal a que pudesse deitar a mão; que pedia encarecidamente aos meus irmãos, quando era miúda, para ajudar a decorar o símbolo máximo desta época festiva.
E eles... nada.
O mesmo "nada" que representa para eles a manhã de Natal passada na cozinha a fazer doces; que escolher as compras de Natal, pensadas para cada um, mais do que as comprar; que montar uma árvore de Natal e perceber que é muito mais do que um processo decorativo.
Entristece-me que os miúdos vejam o Natal como um dia em que recebem prendas quando, para mim, é todo um mês de partilha. De dar muito mais que receber. Um mês para estar. Um mês para ficar, sentar, desfrutar. Sentir.
A minha árvore é muito mais que uma árvore. É o sinónimo de tudo isto, de tudo o que o Natal significa para mim. Que, como se nota, é muito.