Dramas de uma portista
Ficou claro logo no início da época que para nós (FCPorto) a corrida para o campeonato estava fora de questão. É doloroso, tendo em conta o percurso do Porto nos últimos 20 anos, mas são fases - não me vou sequer debruçar nas razões que levaram a este desastre; fico-me apenas pelo desejo de uma reformulação total, tanto na equipa como na direção do clube.
Mas passando ao que interessa: ao constatar que o nosso clube não pode ganhar de forma alguma, por quem torcemos? E quando digo "torcemos", falo de algo realista, porque podemos sempre torcer pelo Vitória de Guimarães ou pelo Rio Ave, que sabemos à partida que as probabilidade deles ganharem o campeonato é baixíssima. A nível prático, a pergunta é: queremos que ganhe o Sporting ou o Benfica?
Tudo isto não faria sentido até esta época, porque sendo o Benfica o nosso eterno rival, é óbvio que queríamos que o Sporting ganhasse. Mas com o Bruno Carvalho na direção do clube e o Jorge Jesus como treinador a coisa muda de figura - porque são os dois do mais irritante e insuportável que existe; o ego deles não cabe sequer neste universo, humildade é coisa que não existe e está trocada por uma vaidade profunda que me custa a engolir. Ah, e também têm uma coisa em comum: falam demais, metem-se com quem não devem e, eventualmente, metem a pata na poça.
Posto isto, não sei o que será pior: ver o nosso eterno rival ganhar ou ter de aturar as vaidades daqueles dois pedantes após a vitória do campeonato. Porque se o Benfica ganhar eu desligo a televisão e as redes sociais durante uma noite e a coisa passa... Se for o Sporting, acho que vou tomar estas medidas durante a semana inteira, tal o alarido que aqueles dois vão fazer.
Por isso, por muitooooo que me custe dizer isto (e custa mesmo muito!), este fim-de-semana estou a torcer pelo Benfica (o meu "eu" há dois anos atrás, se lesse isto, internava-me imediatamente). Porque, confesso, para além de não ter de aturar a "parelha maravilha", vai-me saber pela vida ve-los engolir tudo o que disseram ao longo da época, como se tudo isto tivesse ganho à partida.