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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

05
Abr19

Doze truques para tirar melhores fotografias

Quando estive a fazer a seleção das fotos da minha excursão ao centro da Europa, há uns meses, lembrei-me que podia enumerar uma série de dicas de modo a melhorar as fotografias que todos tiramos no dia-a-dia (e nas nossas férias e outros dias especiais, como é óbvio). À medida que ia fazendo uma série de correções e dizia a mim mesma "tenho de me lembrar para dizer isto à minha mãe" - pessoa que me tira a maioria das fotos quando viajamos - achei que podia enumerar uma série de truques não só para ela mas também para o mundo, para que as fotografias de todos passem a sair ainda mais bonitas. Na altura fiz uma lista, até anunciei a minha intenção nas redes sociais, mas tempo para pôr isto em prática é que nem vê-lo. Mas hoje foi o dia!

Reuni por isso doze dicas que podem revolucionar a vossa forma de fotografar - algumas mais óbvias que outras e, claro, dependentes também do gosto de cada um. O truque basilar de tudo isto é tentar sempre tirar a melhor foto possível e esquecer a ideia de que "depois edito a foto". A parte da edição é a mais chata, trabalhosa e dispendiosa (em termos de tempo... e também de software) da fotografia, para além de que é preciso dispor de programas, tempo, paciência, dedicação e organização para o fazer. Ou seja: é tentar evitar esse passo e tirar, à partida, as melhores fotos possíveis. De qualquer das formas, já fica o registo: para editar as minhas fotografias utilizo o Adobe LightRoom.

Antes de começar a enumerar, quero apenas dizer o seguinte: é muitas vezes no detalhe que mora uma boa fotografia. Eu gostava das minhas fotos antes de saber fotografar (que é como quem diz "saber mais do que clicar no obturador"), mas passei a adora-las após o curso que tirei, quando comecei a ver as coisas de uma forma mais crítica. É óbvio que é o sentimento que conta, as emoções presentes na foto, o momento... mas, mesmo assim, os pormenores fazem a diferença. E muito do que vou listar aqui não passam de detalhes, insignificantes para alguns, mas que farão a diferença para muitos. O olhar também se educa ;)

Vamos a isto:

 

Correcoes (2).png

Um dos erros mais comuns tem que ver com as fotos tortas. Há espaço para tudo: fotografias tortas, fotografias direitas, fotografias de pernas para o ar... mas normalmente a intenção percebe-se, até pelo nível artístico da imagem. Numa foto "normal" a linha do horizonte deve estar paralela à linha horizontal da foto. Quando se posicionam para tirar a foto, esta é uma das coisas que devem ter em atenção; olhem mais além do que simplesmente o sujeito a quem estão a dirigir a objetiva. 

 

Luminosidade.png

Esta também é um clássico. Percebo que às vezes faça sentido - quando queremos apanhar um monumento alto, entre outras situações - mas normalmente o excesso de "ar" em cima das nossas cabeças não acrescenta nada. E quando é necessário, é preciso faze-lo com equilíbrio, não deixando apenas a pontinha da cabeça a dizer olá para a foto. Mais vale fazer um bom enquadramento da pessoa ou do elemento, mexer no zoom ou nas pernas e nos braços (o também chamado "zoom à moda antiga"), e pôr tudo em harmonia. Na foto acima, há mais ar que Carolina. E não era bem isso o suposto, certo?

 

Luminosidade (3).png

A luz é um dos principais problemas - senão mesmo o maior - no mundo da fotografia. Fotografar pessoas em locais onde estas apanhem tanto sombra como sol é muito chato, porque é muito difícil encontrar um balanço. O ideal é mesmo isto não acontecer - ou se fica de um lado ou do outro. Cuidado com situações clássicas como bonés ou chapéus, que deixam sombras exatamente na parte mais importante a fotografar - a cara de uma pessoa. Caso não haja volta a dar (como nas fotos acima), duas soluções: ou flash (que eu evito a todo o custo) ou fazer tratamento posterior, ao nível dos tons escuros e das sombras. Isto é algo que se contorna melhor (embora não se resolva) com o uso manual da máquina - o automático fica sempre confuso nestas situações.

 

Correcoes (3).png

Outra vez luz. Ou, neste caso, exposição. Espaços muito interiores, sem luz natural, pedem sempre flash quando a máquina está em modo automático. Mais uma vez, sou avessa a esta luz artificial e faço de tudo para não a utilizar. Neste caso, os realces dados na fotografia da direita foram trabalhados à posteriori, mas a foto ganhou muito mais vida.

Luminosidade (9).png

Esta já é quase cliché... mas não esquecer!

 

Correcoes (4).png

Quando tiramos uma fotografia há que perceber o que é essencial. A envolvência contribui ou não para embelezar a foto? Se não contribui, sai fora - mesmo que para isso tenhamos de mover o sujeito para outro local. Quando não o fazemos no local e deixamos o problema para a edição, há uma solução fácil quando a fotografia é tirada ao baixo: torna-la vertical. No exemplo acima, as fotos são exatamente as mesmas: uma ao lado de um poste horrível, outra com muito menos ruído. Faz ou não faz a diferença?

 

grelha.png

Ainda neste âmbito, é importante (à partida) fugir de elementos distrativos - coisas grandes ou coloridas que nos atraiam prioritariamente o olhar, distraindo-nos do essencial. Na foto acima tinha uma placa néon (passível de ser cortada digitalmente) e um balde do lixo verde-alface mesmo ao meu lado, impossível de remover. Apesar de gostar da minha posição e expressão na foto, esta foi uma das muitas imagens que mandei para o lixo - em grande parte por causa destes "pormaiores" que acabam por destruir a fotografia.

 

Luminosidade (4).pngEste é um truque que faz a diferença. Quando fotografamos alguém de perfil convém sempre deixar espaço na direção em que a pessoa dirige o olhar e não o contrário. Aplica-se principalmente quando são fotos horizontais, onde haveria margem para mostrar o objeto para o qual a pessoa olha com tamanho interesse. Fica simplesmente estranho cortar a expansão do olhar de alguém (ver foto da esquerda). Caso isto aconteça uma possível solução é, mais uma vez, tornar a foto vertical.

Ainda sobre isto, relembrar que os elementos centrais da foto não têm de estar, literalmente, no centro! A regra dos terços é sempre uma boa forma de tirar as típicas fotos turísticas de uma forma diferente e desenjoar da máxima de que "no meio está a virtude".

 

Correcoes (1).png

Isto são gostos pessoais, mas a verdade é que às vezes nem nos apercebemos que os temos; nem sabemos porquê, mas gostamos mais de uma foto do que de outra, embora nada seja aparentemente muito diferente... A tonalidade das fotografias é, para mim, essencial - e eu gosto delas com um tom quente, amarelado. Aliás, como na vida! Eu fujo de luzes brancas, gosto muito mais de lâmpadas amareladas. Daí detestar o flash, que dá um tom branco em tudo o que "toca". Acho que a tonalidade amarela dá uma sensação muito mais quente e confortável às fotos. Basta olhar para os exemplos acima, onde para além disso também foi ajustada a linha do horizonte (neste caso a linha do horizonte não se vê, mas percebe-se claramente que a foto está torta através da "linha" dos prédios, que não está paralela à vertical da foto).

 

Luminosidade (1).png

Há quem ame e há quem odeie. Eu uso IMENSO o desfoque nas imagens. Adoro. Acho que foi a coisa que mais queria aprender quando fiz o curso de fotografia e aplico-o desde então. Quando se fotografa em automático a forma mais fácil de fazer isto é aproximar-mo-nos da pessoa ou do objeto em questão; em manual, abrir ao máximo o diafragma para que o fundo fique o mais desfocado possível.  Acho que dá um efeito muito bonito quando queremos apenas enquadrar de uma forma subtil o individuo, dando-lhe o mais destaque possível, mas fazendo do fundo algo esbatido, que integra a foto de forma natural e muito pouco ruidosa.

 

Luminosidade7.png

Passo a vida a chatear a minha mãe porque ela corta as fotos. Mas ela fá-lo porque quer, porque gosta de tirar fotos meio-artísticas. E está tudo bem com isso. O que não está bem é cortar um bocado de um braço, uma parte do ombro ou um pedaço da cabeça só para que caiba tudo na foto, ou porque não há mais zoom. Os cortes devem ser dados com um propósito. Ou é ou não é. Há que assumir o corte. Se assim não for, fica estranho. Os cortes só devem ser feitos quando propositados ou quando há espaço para tal. Os assuntos fotografados (e as fotos em geral) precisam de espaço para respirar de uma forma equilibrada. E tirar partes, qual talhante, nunca é boa ideia.

Luminosidade (2).png

Por fim, uma das minhas coisas preferidas... brincar com as luzes. Sem flash, claro! Estas fotos em Budapeste deram-me muito trabalho (não tinha tripé), mas continuam a ser das minhas favoritas de sempre. Quando o fundo é rico em luzes e, neste caso em particular, temos um foco de luz que podemos aproveitar para nos iluminar, podem resultar coisas espetaculares. Mas, aqui, é preciso saber do assunto - e ter muita paciência e tolerância à frustração, pois a probabilidade das fotografias saírem mal é grande. Sabendo que queremos tirar fotos deste género o melhor é levar um tripé - ou, à falta de melhor, improvisar um (quem nunca?). A verdade é que os resultados compensam.

 

E por aí? Mais dicas?

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