Dos bons e maus professores, do tempo e dinheiro desperdiçado
Hoje apercebi-me do quão bom é ter uma boa aula, e do quão mau é ter más aulas; melhor: apercebi-me do desperdício de tempo que é estar em aulas onde não aprendemos nada de útil, onde não nos dão qualquer tipo de ferramentas para o futuro, onde não nos sabem ensinar, ajudar, onde não aceitam perguntas, onde faltam imenso e chegam atrasados. Isto parece tudo muito lógico mas, no fundo, ficamos todos contentes quando um professor falta e nem se interessa em repor a aula, ficamos extasiados se temos um computador à frente, numa aula onde nada se faz, para nos irmos entretendo com coisas que achamos mais interessantes. No fundo, gostamos e compactuamos com estes maus professores.
Cheguei a esta conclusão porque hoje tive a segunda aula de uma cadeira relacionada mais com computadores onde - repito, em apenas duas aulas - já aprendi mais do que o ano anterior inteiro no que diz respeito àquele software. Eu sou de embirrações e o ano passado decidi que detestava aquele programa, que não conseguia, que era isto e aquilo, e que só me dava erros a cada ferramenta em que tocava - logo eu que sou toda virada para as informáticas. Posso dizer que, numa semana, tudo mudou, e já me sinto como peixe na água. A diferença? Antes tinha um docente que não sabia do assunto, que não explicava, que à mínima dúvida vacilava, que faltava e chegava às aulas com horas de atraso; agora tenho alguém que explica, que repete e que torna a repetir se for preciso - mas que acima de tudo, para além de exemplificar, explica para que serve isto e aquilo, para o podermos utilizar no futuro para qualquer outro fim.
Hoje senti várias coisas: que perdi tempo a mais em aulas que não devia; que muitas das aulas que fui serviram-me para, basicamente... nada; que a minha veia da informática está mais vincada do que nunca; e que, infelizmente, para este pensamento nunca me ter ocorrido antes, é por uma simples razão: apanhei muitos, muitos maus professores ao longo deste caminho e ainda só vou a meio. É uma pena, um desperdício de tempo, de dinheiro e das minhas (e de todos nós) capacidades, que podiam ser tão mais potenciadas.