Dia mundial da dança
Passava pouco mais das sete e meia da manhã e eu conduzia para a faculdade enquanto ouvia a rádio Comercial. A Vanda Miranda começou a anunciar os "dias de", altura em que normalmente me rio muito com aquelas palermices. Mas hoje foi o contrário - ouvi aquilo e tudo o que me apeteceu foi chorar - de alívio por já ter passado e de riso por ter feito tanta coisa parva. Pois que hoje é o Dia Mundial da Dança. Passou-me em dejá vù três anos da minha vida em que este dia em particular era penoso: um dos piores dias do ano, a par daqueles em que tinha de ir ao médico ou outra coisa terrivelmente parecida. E porquê, perguntam vocês leitores esquecidos?
Porque do 7º ao 9º ano tive aulas de dança na escola - as responsáveis por todo um trauma que se mantém até aos dias de hoje. E o dia 29 de Abril era o dia em que expúnhamos os nossos trabalhos sobre os vários estilos de dança, em que pendurávamos desenhos de bailarinos em tamanho real pela escola fora e, claro, em que apresentávamos as nossas obras de arte em forma de "dança".
E quem diz "obras de arte" ou "dança" fala em coisas como coreografias em que eu fazia de andorinha com uma meia enfiada na cabeça, de anjo com asinhas feitas de cartão e algodão (com 14 anos, atente-se!), em que vestia uma mini-saia ao som de Nelly Furtado e, não menos importante, onde dancei a "dança da agricultura" em frente a toda uma plateia. Dito isto, acho justo que tenha o pleno direito de esganar quem voltar a dizer, como em tantos posts espalhados por esse facebook fora, que "a dança é a melhor coisa do mundo".
Experimentem enfiar uma meia na cabeça e dançar de andorinha e depois falamos, está bem?