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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

12
Fev14

Desabafo do dia (ou mais decisões por tomar)

Felizmente não tenho a memória curta. Nunca me esqueci de uma promessa (e condição) que fiz à minha directora de turma da altura, quando mudei de curso. Antes de mudar ela fez-me prometer que, se me arrependesse, voltaria atrás - aos números, às químicas e às físicas e tudo mais. Eu disse que sim - e um "sim" com significado e tenho tentado honrar a minha promessa. 

Nunca me arrependi. Não me arrependo de ter ido para ciências, de ter mudado para humanidades a meio do 11º ano ou de ter escolhido ciências da comunicação para primeiro curso; por muito curtas que as experiências tenham sido, todas elas me ensinaram algo de valioso. E por muito que me irrite - que irrita - esta actividade de "salta-pocinhas" que ando a aperfeiçoar, sei ao menos que o faço em busca da minha felicidade. Ao menos não me resigno à minha vidinha triste; enveredo por um caminho, tento, se não funciona, tento outra vez, mas se vir que não der, mudo. E orgulho-me muito de ter conseguido mudar de curso no 11º, contra ventos e marés. Foi assim que consegui o meu melhor ano de escola de todo o sempre, onde fui feliz até rebentar. Durou foi pouco.

É muito difícil para mim explicar tudo o que vai cá dentro, as razões que me movem, que me fazem duvidar todos os dias do curso em que estou. Teria de me fazer enveredar por caminhos que não quero partilhar; muitas dúvidas em relação ao meu futuro e tudo mais. Sinto que, nos meus ombros, tenho mais peso - das responsabilidades que ainda não tenho - do que devia, mas não o consigo evitar. Não sou uma rapariga do momento; sou uma rapariga do presente-futuro, que gosta de pensar em tudo durante muito tempo e que olha não só para o curto prazo mas também para o médio e o longo. Quero, na medida do possível, continuar com o mesmo nível de vida que tenho e sei o que tenho de fazer para isso acontecer; acho (ou tenho a certeza?) que um emprego na área do jornalismo, para além de não me satisfazer, nunca iria ser suficiente. Depois, e um ponto importante a reter, é que não pretendo estudar mais do que o necessário - porque eu podia tirar jornalismo na "desportiva" e depois tirar o curso que, de facto, me iria dar bases para aquilo que precisava. Mas, primeiro, eu não consigo pagar a sério para depois fazer um curso na "desportiva" - sou incapaz de não me preocupar, de não ter pesadelos, de deixar de fazer as coisas. Segundo - e as coisas podem mudar, é certo -, eu já percebi que estar na faculdade não constitui grande entretenimento, diversão ou alegria para mim e por isso - e como não sou masoquista - não pretendo prolongar o "sofrimento" (e eu sei que a faculdade é o melhor tempo das nossas vidas e mimimi mas olhem, aqui estou eu). Por fim, e não menos importante - e algo contra o qual ando a lutar contra todas as minhas forças - é a carga desmotivadora que cai em cima de mim a cada dia que passa: já não chegava eu não querer seguir jornalismo nem nada que se pareça (ou seja, o que me dá sempre a sensação de estar ali "para nada"), ainda tenho (e temos) de levar com professores que têm uma teoria contrária à de Galileu e, afinal, são eles que estão no centro do universo - e mandam, e abusam e desrespeitam a torto e a direito. 

Isto também para dizer que estou, de novo, com o peso de mais uma decisão nas mãos - e que, a ser feita, tem de ser em breve. Desta vez - e um bocadinho ao contrário daquilo que se passou no secundário - não seria uma saída para um caminho mais fácil. Mas seria mais útil, uma construção de um futuro muito provável e que eu (ao contrário do jornalismo) sempre disse que um dia seguiria.

Eu, no fundo, sou uma caixinha de Pandora que não vão querer abrir. Há demasiado aqui dentro para vir cá para fora - acho que nem eu sei explicar, verbalmente, a confusão de preocupações que se entrelaçam no meu cérebro. E de emoções que, só de abrir uma brecha da caixinha, saem cá para fora e me deixam totalmente arrasada. Não há fachada que aguente, ou sorriso, ou esforço; não há Zumba ou Combat que me libertem suficientemente a mente e nem mesmo o sono me deixa descansar, pois nestas alturas os pesadelos fazem sempre parte das minhas noites. Se eu pudesse, nem eu abria (ou sentia) a porcaria da caixa; mas eu não tenho mesmo volta a dar.

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