Chávena de letras - O palácio da meia-noite

Com quatro livros de Zafón lidos, posso dizer seguramente que este autor tem duas facetas bem características: uma maravilhosa e que adoro, com "A Sombra do Vento" como pioneira, com uma narração perfeita, envolvente e empolgante, e outra mais juvenil, em que mete sempre personagens com poderes sobrenaturais/meias-mecânicas, algo que não me agrada nada. Infelizmente, este "Palácio da Meia-Noite" enquadra-se no segundo caso.
A escrita continua a ser empolgante e boa, mas não consigo ultrapassar a minha desilusão em relação à história. Apesar de, no fim, não conseguir parar de ler, não posso esquecer aquele início que nada me prendeu. Para além do mais, tive sérias dificuldades em acompanhar e visualizar os acontecimentos, assim como imaginar os sítios onde se desenrolava a ação - por esta ser extremamente rápida (no fim), o que não ajuda à captação de pormenores, sendo que a descrição, no meu ponto de vista, também não é feita da melhor forma.
Depois de ler "Marina", também dentro deste género, penso que me vou ficar por aqui no que diz respeito a Zafón neste estilo de escrita. Porque a família Sempere (d"A Sombra do Vento") será sempre bem-vinda ao meu mundo literário.