Chávena de Letras - "Fangirl"
Este livro provocou em mim uma sensação que nunca tinha tido antes, pelo menos em tão grande escala: uma identificação profunda com a personagem principal. Ridiculamente profunda, ao ponto de ter apertos no estômago quando sabia que a Cath ia ter dores no estômago e sofrer por ela. A tal ponto de ter de o acabar rapidamente par, às vezes, acabar com o meu próprio sofrimento.
A inadaptação à vida universitária e a todo aquele modo de vida que apregoam; a preocupação constante com a família; a isolação, o medo do ridículo, o medo de avançar; a obsessão com uma saga de livros e, claro!, a escrita.
Se há coisas menos perfeitas neste livro? Há, claro. Há cenas que atrasam o ritmo de leitura e há, acima de tudo, demasiadas transcrições da fanfiction que Cath escreve, algo sempre dispensável - primeiro porque não sabemos o suficiente daquela saga para a acompanhar e perceber decentemente e segundo porque não acrescenta nada à história. (Admito que passei um desses trechos à frente.) Mas, de resto, tudo me soube a perfeição: o ritmo, a escrita, as personagens e, claro, a história. Como eu gostei da história!
Comparado com o anterior livro que li de Rainbow Rowell, "Eleanor&Park", este foi muito, muito melhor e ultrapassou todas as expectativas. Não vi aquilo que o primeiro livro tinha de especial, não obstante todos os fãs apaixonados que essa obra tem; neste, no entanto, passou-se exatamente o contrário. E acho sinceramente que apaixonarmo-nos por um ou outro livro vai muito com a experiência de vida de cada um. Eu senti este livro quase como meu, uma extensão de mim ou do que faria se estivesse na pele de Cath. Adorei-o. E só tenho pena que já tenha acabado.
(e sim, neste momento, como diriam os americanos, "I'm fangirling. Hard!")