Carolina, a dar concertos grátis no Smart desde 2014
Continuo a dizer que o Smart é o melhor carro do mundo para ouvir música. Eu adoro ouvir rádio enquanto estou dentro do carro - aliás, para dizer a verdade, adoro ouvir música em todos os lugares. Estou sempre a cantarolar e adoro estar a ouvir canções enquanto cozinho, escrevo, penso, adormeço e, claro, conduzo.
E a verdade é que o facto do Smart ser pequenino faz com que a sonoridade daquilo seja fabulosa. É assim uma espécie de coluna 360º, tudo pertinho de ti, e com uma qualidade de som espetacular. Lembro-me que foi das primeiras coisas que gostei nele e que ainda hoje me cativa - ao ponto de continuar a cantar aos altos berros enquanto vou e venho para o trabalho e nos afazeres do dia-a-dia. Esta é até uma boa forma de atestar o meu humor: se eu não estou a cantar, alguma coisa está mal e o melhor é fugirem para bem longe de mim. De qualquer das formas, e é com muito agrado que o digo, são poucos os dias em que não estou dada a cantorias.
Mas bom, ontem estava eu em pleno trânsito portuense e passava na rádio a "Dangerosly", do Charlie Puth. Nem sequer adoro a música, mas gosto do refrão. Estava parada e, como de costume, dei literalmente voz aos meus dotes vocais e pus-me a cantar que nem uma maluca. Mas eu não só canto como faço gestos - e enquanto dizia "cus' I loved you dangerously yyyyy yyyyyyyyyyyy", movia os braços em movimentos poderosos, com os punhos cerrados e uma cara um bocado sofrida, como quem acredita plenamente naquilo que estava a cantar. A fila ia andando e, como se fosse uma cena em câmara lenta, passa um carro do meu lado esquerdo, que se apercebe do meu espetáculo - e vai continuando a andar até me ultrapassar e perder de vista enquanto, ao mesmo tempo, o rapaz que estava no lugar do pendura do dito carro ia rodando a cabeça até não poder mais, num movimento coordenado com a velocidade do carro, qual cena de filme. Ao mesmo tempo a expressão dele ia ficando um bocadinho mais "wtf?"" e, perante tudo aquilo, confesso que decidi parar.
Mas só até ao refrão seguinte. Nenhuma desculpa é boa o suficiente para pararmos de cantar uma música de que gostamos. "Cus' I loved you dangerously yyyyy yyyyyyyyyyyy".