As pechinchas da internet (ou como andei a fugir dos livros universitários até agora)
Passei mais de um ano e meio, num curso de letras, sem ler uma única obra para a faculdade. No início do semestre os professores passam sempre os olhos pela bibliografia obrigatória mas o máximo que fiz foi ir à biblioteca, ler meia dúzia de páginas e pousar. Ler artigos já é outra história, já li umas dezenas, mas nada que me ocupasse demasiado tempo ou que me angustiasse em cima da mesinha de cabeceira.
Ano e meio já foi uma vitória. Admito que era o meu objetivo "preguiçoso" da faculdade - quase toda a gente tenta acabar o curso a ir a menos aulas possíveis, com notas que garantam a passagem da cadeira e nada mais. Eu vou a quase todas as aulas sem faltar, chego sempre meia hora mais cedo à faculdade, sou uma chata com as notas e sou capaz de ir levantar um 15 a recurso só por embirração. Posto isto, tinha de ter um objetivo "preguiçoso" e defini-o bem no início do curso: ler o menos obras possíveis, já que em cursos de letras há pessoas que têm (ou o fazem simplesmente, não sei) de ler um número demasiado grande de livros chatos e grandes.
Mas agora não me safo: tenho um trabalho que me obriga a ler um livro e estou decidida em faze-lo, que quero ter uma nota decente à cadeira. Podia ir requisita-lo à biblioteca, mas preferi procurar primeiro outras possibilidades, porque em livros e artigos académicos gosto sempre de riscar, apontar algumas notas e etc. Descobri que o livro em questão, novinho em folha, custa à volta dos quarenta euros. Depois de perder dez minutos entre o ebay e a amazon, comprei-o por cinco, usado mas em bom estado (e o conteúdo é o mesmo). Para quem não é bom a matemática, eu elucido-vos: poupei, nada mais nada menos, do que 35 euros!
Ler o livro não vai ser bom (sobre política, credo!), mas pode-se dizer que comecei com o pé direito. Como não adorar a internet?