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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

20
Fev17

A simplicidade de um dia bom

Hoje acordei com dores de garganta e a manhã começou logo com um problema chato para resolver, que me pôs logo a cabeça às voltas, em busca de soluções e planos. Não foi um bom início. Mas estava sol lá fora e mal me pus fora do escritório e senti aquele quentinho, típico de um dia de primavera, soube que tinha tudo para melhorar.

Almocei e fui ao correio, fazer uma prova de teste à meteorologia - pelo caminho tive de tirar o casaco e percebi que ao sol se estava maravilhosamente bem. Não estive com meias medidas: peguei nos óculos de sol e no computador e fui para a varanda trabalhar. Passado uns minutos estava a suar as estopinhas - levantei-me e vim trocar a camisola por a parte de cima do biquíni. Mais dez minutos e percebi que este já não era sol de inverno e já quase ultrapassava o de primavera: parecia verão! Levantei-me outra vez e espalhei protetor solar pelo corpo e ali fiquei, a tarde inteira, enquanto muitos textos fluíam pelos meus dedos ao mesmo tempo que a vitamina D entrava por mim adentro, ao mesmo tempo que - espero eu! - a minha pele ganhava uma corzinha.

Lá pelas cinco da tarde, quando o sol se estava a deitar, olhei à minha volta e vi que o chão por baixo das laranjeiras estava crivado de fruta. Voltei a calçar-me, fui buscar um saco e deitei as mãos à obra. Pelo meio ainda subi a um tronco de uma árvore, tirei fotos aos meus cães e com os meus cães, sujei-me toda, fiquei a arfar de andar de gatas a apanhar as laranjas e as tangerinas do chão, o cabelo parecia saído de um filme de terror e as minhas mãos escuras de terra. Depois regressei à varanda, com um livro no regaço, e li até o sol se esconder debaixo das árvores que cobriam a minha linha do horizonte. Voltei a entrar, tomei um banho quente, fiz um chá para amansar a garganta que voltou a dar de si e relaxei, enquanto sentia o cheiro do creme que tinha acabado de pôr no corpo - coisa que só faço quando apanho sol, o que me traz inevitavelmente memórias dos dias de verão. 

É engraçado como eu agora sinto uma necessidade crescente de sol e de terra. Antigamente ficava fechada imensas horas no meu quarto - que antes era ainda mais escuro do que o que estou atualmente - e não sentia isso, mas agora não consigo estar muito tempo no quarto enquanto é dia, principalmente se estiver sol. Há qualquer coisa que me atrai para a luz. Mesmo enquanto trabalho, tento sempre procurar sítios cujas janelas estejam viradas para a posição do sol naquele momento, porque me dá mais energia e vontade de continuar. Por outro lado, também a terra me chama e me relaxa imenso nos últimos tempos - sempre tive um jardim enorme onde brincar e uma horta, para onde a minha mãe me chamava vezes sem conta (sem sucesso); sempre fugi de ambos, ora por causa do cocó dos cães, ora pelas galinhas ou os ratos. Continuo a não desfrutar de ambas as coisas na sua plenitude - quando temos as coisas como garantidas, nunca o fazemos - mas agora sabe-me bem ir à horta de vez em quando, buscar fruta, colher vegetais para distribuir no trabalho, tirar fotos no jardim e sentir a relva a baixar-se por eu passar por cima. Relaxa-me de uma forma incrível, faz-me sentir viva.

E hoje foi um dia tão simples como este: escritório - almoço - trabalho ao sol - laranjas - banho - chá. Agora vem a parte chata, a pescadinha de rabo na boca: resolver o problema que apareceu de manhã. Mas depois de um dia destes, tudo parece mais fácil. É incrível como este ano já viajei, já fiz coisas diferentes e incríveis, já conheci pessoas novas e inspiradoras, tive em sítios diferentes e de que gostei - e, ainda assim, acho que este foi o melhor dia que tive em muito tempo. Hoje sei que me deito com uma paz de espírito com que já não me lembro de estar. Porque basta um dia de sol para fazer um dia feliz (quero tanto lembrar-me disto quando, mesmo em dias de sol, o meu humor estiver de chuva...)

 

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