A minha verdade sobre a Nutella
Sinto que devo começar este post com uma frase polémica: eu não gosto de Nutella.
É esta a dura realidade: eu não gosto daquilo. Acho enjoativo, acho que não sabe a chocolate, acho demasiado doce. Sou incapaz de perceber toda a loucura à volta daquele creme, mas esta moda é de tal forma abrangente que até eu me deixo influenciar. Penso: "caraças, Carolina! Então és tão gulosa, gostas tanto de tudo que tenha açúcar em doses indesejáveis e não gostas daquilo? Algo de errado se deve passar contigo". Penso isto de cada vez que como qualquer coisa com Nutella e percebo que não gosto. Mas as pessoas dizem tão bem, aliciam-me tanto que... torno a experimentar - e, claro, torno a ficar enjoada e juro nunca mais voltar a comer. É uma espécie de ciclo vicioso tremendamente irritante porque, para além de me deixar enjoada, ainda me dá calorias extra que não me sabem como deviam.
A Nutella tem, portanto, um poder qualquer de me fazer esquecer as evidências. Ainda ontem, no Serralves em Festa, fomos à barraquinha dos crepes para engordar um bocadinho. Pedi, para mim, um crepe com doce de amora. Mas depois, quando chamaram o meu número, lá disse à menina "por acaso não dá para trocar por Nutella?". Pronto, saiu-me. Eu via toda a gente a comer crepes com Nutella, com ar de que estava a comer a 8ª maravilha do mundo e, também influenciada pelas amigas que estavam comigo, acabei por alterar o meu pedido.
É claro que, dez minutos depois, estava arrependida para a vida e a jurar nunca mais fazer igual. No que toca à Nutella, há toda uma aprendizagem lenta e complexa. Já sei que não gosto daquilo no pão, já sei que não gosto de farturas recheadas e agora só falta ultrapassar a fase dos crepes. Eu não gosto de crepes com Nutella. Eu não gosto de crepes com Nutella. Eu não gosto de crepes com Nutella.
A ver se é desta que entra e eu páro de engordar em vão. Eu não gosto de crepes com Nutella. Ou de Nutella. De todo.