Segunda-feira levantei-me com as galinhas para ir buscar à escola a minha ficha ENES. Pensei que estaria uma fila imensa e, afinal, cheguei lá e estava tudo na paz dos deuses. Para quem não sabe, essa é a ficha que os candidatos ao ensino superior precisam de ter para se candidatarem, onde está descriminada a média de final de secundário e todos os exames que fizemos até à data, assim como um código de activação necessário para que consigamos fazer a candidatura pela internet.
Só não fui buscar a dita mais cedo porque, como estamos em Portugal, ela não estava pronta a tempo. Eu queria ter feito tudo logo no primeiro dia de candidaturas, para deixar tudo despachadinho - temos sempre a oportunidade de mudar, caso nos passe algo pela cabeça e mudemos completamente de ideias. No fundo, queria ter tudo pronto para poder respirar e andar ao sabor do vento, sem ter de me preocupar com nada. Se precisar de mudar, mudo; se não, já está tudo direito e prontinho.
O único curso que quero mesmo foi o que pus em primeiro lugar: Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia. Os outros, foi um pouco ao calhas - e não, eu não quero entrar num curso de bibliotecária e arquivadora na universidade de Coimbra, apenas coloquei lá porque não tinha mais nada para pôr. Entrar ou não entrar não me preocupa muito, pois a margem que tenho em relação ao último colocado do ano passado é de mais três décimas e penso que este ano as médias ainda vão baixar, deixando assim uma diferença ainda maior. Para além disso, e caso raro, estou positiva! Preocupa-me mais o facto de, quando já lá estiver, não gostar do curso. Não estar motivada, aquilo não ser nada daquilo que penso.
Na verdade, eu nunca na vida quis ser jornalista. Não, eu não quero ir para o meio da multidão quando o FCPorto ganha o campeonato; não, eu não quero ir para um cenário de guerra; não, eu não quero entrevistar um conjunto de pessoas fúteis nas festas mais populares do ano. Não quero. Eu só quero um curso, uma base - e se não for este, não sei qual será! O meu futuro é incerto: porque o que eu quero é escrever. Crónicas, livros, blogs, reportagens...! Escrever, mas não propriamente ser jornalista. Porque não há cursos para escritores. E não tem de ser propriamente a tempo inteiro: eu não me importo de fazer outra coisa qualquer, só quero um tempo para estar a sós com o meu teclado. Com sorte, ainda acabo na têxtil, o ramo da família. Eu não me importo e... quem sabe.
A universidade é só o inicio de um caminho às escuras que eu não faço ideia no que vai dar. Embora o meu sonho não seja exercer jornalismo em si (embora não me importasse nada de executar algumas tarefas neste ramo), quero gostar daquilo que vou estudar e o curso parece-me super atractivo, muito abrangente, que era aquilo que procurava. Agora é esperar para ver no que vai dar. E continuar a escrever. Muito.