Miúda de 95 39#
O dois cavalos
Uma das melhores memórias que tenho de infância é de andar no dois cavalos da minha tia. Era uma alegria quando ela nos ia buscar à escola ou quando eu ia para casa dela mas pelo meio tínhamos de fazer alguns recados e passear pela cidade com aquela relíquia.
Acho que continua a ser, até hoje, o único carro descapotável em que andei - e, num certo aspeto, será para sempre o melhor. Quer dizer, basta olhar para o carro para imaginar o quão fixe era andar ali, em dias de sol e com os cabelos ao vento! Ainda para mais, nos dias em que nos juntávamos aos três e quatro primos de cada vez dentro daquele carro minúsculo (o que não era propriamente legal), a risota era geral - neste momento, considero a minha tia uma heroína por nunca ter batido no meio de toda a galhofa que nós fazíamos. Gritávamos para as pessoas na rua, dizíamos-lhes olá e depois escondiam-nos para que ninguém nos visse e as pessoas ficassem com ar de perdidas a olhar para o ar. Ríamo-nos como uns perdidos, choravamos de tanto rir... e depois repetíamos outra vez.
O carro era vermelho como o da foto abaixo - parecia uma joaninha, só lhe faltavam as pintinhas pretas. Já não se fazem coisas como destas nos dias de hoje =)
P.S.: O carro ainda existe e ainda anda! Só nós é que já não devemos caber todos lá dentro e, certamente, já não dizemos olá a pessoas desconhecidas na rua só para a ver, confusas, a olhar para o ar...