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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

31
Jan14

Dia glorioso

Aquele em que sabes que vais para um exame para reprovar e que vais ter de fazer a cadeira no ano seguinte. Ano de estreias, este! Adoro ser uma aluna (in)competente (e frustradissíma e irritadíssima e desmotivadíssima e tudo o que acabe em "íssima" e seja mau). 

16
Ago13

Textos redondos

No primeiro exame de português, já depois de ter entrado em parafuso depois de ler as perguntas de interpretação, achei piada a um pormenor do texto seguinte do teste, assinado por António Lobo Antunes. Este transpirava arrogância - pormenor pelo qual não gosto muito do autor - e carregava demasiadas rasteiras para as perguntas de gramática que se seguiam.

Mas transcrevendo o que o senhor escreveu: "Se tiver tempo, e embora a obra esteja redonda (sempre esteve na minha cabeça deixar a obra redonda) é possível, seria possível acrescentar uma espécie de post-scriptum". Caiu-me o queixo quando li que ele queria que a obra fosse redonda. Algo que pode ser estranho para a maioria das pessoas, é-me ridiculamente familiar. E eu posso jurar a pés juntos que é uma metáfora que nunca vi em nenhum lado, mas que apenas descreve a forma como vejo o que escrevo.

Há muitos textos que aqui escrevo que são quadrados: ou sejam possuem arestas, partes que, por não terem sido muito pensadas, não foram suficientemente limadas e aperfeiçoadas. Eu só me sinto completa com textos redondos - mas estes demoram muito tempo a "arredondar". E, curiosamente, os textos redondos são aqueles que têm menos feedback - os outros, que por vezes me fazem doer a alma ao clicar no botão "publicar", são a maioria das vezes os que têm mais sucesso. Se calhar os redondos para mim, são são quadrados para vocês. Talvez as arestas sejam uma coisa boa e eu ainda não descobri. E, pelos vistos, o Lobo Antunes também não.

19
Jul13

Dia de exame

Queria ter escrito este texto logo ao fim da manhã, mas a verdade é que só consegui vir ao computador ao fim da tarde. Isto porque... estive a conduzir, de um lado para o outro.

A noite passada foi terrível. Eu não sou pessoa de nervosismos, mas a ansiedade e a exigência que tenho comigo própria estavam a comer-me viva. O meu pai costuma dizer que se aprende a esquiar no verão e a nadar no inverno - e é mais ao menos isso que se passa na condução. Todos os erros que sei que faço, que sei que tenho de corrigir, são todos repensados durante a noite, onde martelo em mim mesma que tenho de fazer isto e aquilo, ter atenção a algo a que normalmente não tenho e coisas que tais. Eram quatro da manhã e ainda estava eu a rebolar na cama (e eu deitei-me perto da meia-noite).

A verdade é que, hoje de manhã, não estava o supra-sumo da calma, mas também não estava mal. Quando cheguei à escola às 8 da manhã apercebi-me de que a minha colega - super simpática - estava que nem lhe cabia um feijão e vi que aquele era o estado a evitar. Conduzi um pouco e a Carolina que conheço veio ao de cima: relaxei. Combinamos que eu seria a primeira a fazer exame - nenhuma de nós tinha preferência mas, apesar de não conhecer a minha parceira, pareceu-me que estava a pensar "eu não me importo de ir primeiro, mas se fosses tu era melhor". E ele estava nervosa e eu nem tanto - como tal, ofereci-me.

Quando, com atraso, vemos um "alinhamento" de examinadores com folhas na mão, sussurramos uma à outra que esperávamos que um deles, com cara de rezingão, não nos calhasse a nós. Ainda não tínhamos completado a frase quando o ouvimos a chamar pelos nossos nomes. Era uma personagem não muito alta, com óculos à aviador espelhados, cabelo à palmeirinha e uma careca ainda não muito pronunciada, vestido com uma camisola de uma qualquer banda de rock. Isto não podia ser coisa boa.

Apesar de tudo, fui a rir-me a bandeiras despregadas para o carro, devido à partida que o destino nos havia pregado. Se reprovasse, há mais tentativas para tentar. Entrei no carro e, pouco depois, arranquei. O exame durou pouco mais de quinze minutos e fomos para a zona mais impensável de todas e onde nunca havíamos treinado: os arredores da minha casa (bónus para mim!). Fiz contorno do passeio e estacionei direitinho (não à primeira, mas o que importa é saber endireitar); deixei ir o carro abaixo numa situação de maior pressão (e ele, gozão, disse-me: "se não fosse trapalhona, o quê que gostava de ser?" -  e eu ri-me) mas, de resto, correu tudo às mil maravilhas.

Quando chegamos ao ACP ele só nos disse "as meninas agora tenham juízo na estrada" - e dois sorrisos iluminaram imediatamente aquele carro. A prova tinha sido superada e, afinal de contas, aquele grandalhão com uma camisola toda rockeira era um boa onda.

Aproveitei todos os conselhos que me deram, tanto aqui, como pessoalmente - a confiança não era (nem é) o meu forte na condução, mas com o tempo vamos lá. Descrevi tudo (e respondo a mais, se necessário), porque sei o quão importante é ouvir outras experiências se estamos a tirar a carta e nos preparamos para ir a exame - mesmo tendo em conta que nenhum caso é igual a outro. Nas voltinhas que dei, com o carro que agora é meu, a coisa já foi correndo - sempre achei que era preciso mandar-me para o meio da rua mal tivesse a carta na mão, pois senão ganharia medo e nunca mais pegaria no dito cujo. Assim fiz. Dei mais voltas do que pensei, deixei ir o carro abaixo várias vezes (não estou minimamente habituada ao meu novo veículo), mas correu tudo bem. Hoje foi um dia feliz (e obrigada pela força, desse lado - talvez as novas calças de ganga - azuis - tenham também dado alguma sorte!) =)

 

11
Jul13

Um bom dia

Naquele momento em que estava a espreitar por entre cabeças e ombros, na altura exacta da afixação das pautas, e avistei o meu 15, caiu-me tudo. Fiquei tão, mas tão cansada - descomprimi totalmente naquele instante, enquanto as mãos me tremiam e eu olhava de novo para confirmar que aquilo era verdade. Numa situação normal, praguejaria por ter tirado 15 - hoje, foi o maior alívio que me podiam ter dado.

Quando cheguei a casa pus-me logo a fazer contas, mas nessa altura já eu me tinha inscrito para a segunda fase do exame de geografia e português. Para qualquer pessoa que saiba fazer meia dúzia de contas, sabe que as hipóteses de aumentar não são muitas e, se tal acontecer, a diferença não será grande (porque vou aumentar só para efeitos de média interna e não de prova de ingresso). Mas eu prefiro jogar pelo seguro: há muita gente que por décimas não entra - portanto, quanto mais, melhor! Vai ser um dia perdido com dois exames e talvez um fim-de-semana a rever os livros, mas prefiro faze-lo para ficar de consciência limpa. E, já agora, para vingar o meu orgulho, que ficou um tanto ao quanto ferido com este 15 (não que seja mau, mas eu queria mais).

E queria só agradecer mais uma vez por toda a gente que torceu por mim, desejou boa sorte e disse para eu não desanimar. Acho que um bocadinho de todas estas preces estão neste meu 15 muito sofrido!!

10
Jul13

Duas notas a descoberto

Ontem tinha a sensação de que a minha noite não ia ser muito bem passada, por hoje ser o dia que era. Disse à minha mãe, em tom de brincadeira, que quando fosse sair à noite trazia uma sangria comigo para beber e cair redonda nos lençóis. Não o fiz mas, em compensação, bebi uma ginja a ver se o efeito era o mesmo. Não tive lá grande sorte. Hoje, mal o despertador tocou, pus-me fora da cama. É um bocadinho parvo, mas eu fico mais nervosa por saber o resultado dos exames do que quando vou faze-los.

Quando fui à escola ainda as pautas não tinham sido afixadas - e, nessa altura, já estava a praguejar por saber que as notas de português não sairiam hoje. De facto, neste país, faz-se tudo à balda e quando se quer e apetece. Enfim. À segunda foi de vez: apanhei um desgostinho quando olhei para a pauta de geografia, com um 14 - tenho 15 do ano passado por isso este exame de nada serviu; mas como os últimos são os melhores, a nota de história, ali a uns metros da de geografia, encheu-me as medidas: o 18 já cá canta.

Já estou psicologicamente preparada para amanhã apanhar um banho de água fria quando vir as pautas de português e de ficar à seca nas filas para a segunda fase de exames. Acho que o pior está por vir. Até lá, festeja-se este 18 que me soube pela vida.

 

E por aí, que tal foram os resultados?

07
Jul13

Irmãos

Os meus irmãos são das pessoas mais importantes da minha vida. O amor que tenho por eles é desmesurável e imaginar a minha vida sem a sua presença é-me perfeitamente impossível. Sei, com certeza, que seria uma pessoa muito menos feliz e completa, porque eles me transmitem coisas todos os santos dias. De alguma forma, todos eles me completam: a minha irmã é muito mais sensível e carinhosa que eu; o meu irmão mais novo, compensa-me com a sua alegria e boa-disposição constante, ao contrário de mim que estou sempre com um semblante carregado e a pensar nos males da vida; o meu irmão mais velho, com o seu altruísmo, simpatia e disponibilidade constante. Para além do mais, são sempre "centros" onde posso recorrer quando estou com problemas ou, pura e simplesmente (e é o mais normal), a precisar de mimo.

Falei há pouco tempo com o "meu" mais novo, que para além de contrabalançar comigo com a sua dose de boa disposição, o faz também com a sua parcela de loucura. Disse-me algo que já me tinha passado pela cabeça mas que nunca considerei seriamente: caso não entrasse na faculdade, os exames continuassem a correr mal, a média não dar para o que eu quero... pegar no dinheiro que está no mealheiro e ir viajar. Basicamente, tirar tempo para decidir o que eu quero realmente, poder escrever, conhecer novas pessoas, sítios e coisas.

Esta é uma ideia típica do meu irmão, e que sairia totalmente da minha zona de conforto. Se gostaria de conhecer novos sítios? Claro. Se queria ter muito tempo para escrever o livro que tanto desejo? Sem dúvida. Se teria coragem para o fazer? Isso já não sei. Implicaria sair do conforto de minha casa, das pessoas que sei que posso contar; perder hábitos de estudo e de rotina. Enfim, uma série de coisas que me mexem com o sistema só de pensar.

Espero ansiosamente o resultado dos exames para decidir o que fazer da vida e acaba por, neste momento, estar tudo em aberto. Tenho muitas coisas que quero fazer e apercebo-me que só me falta saber o timing em que elas devem ser feitas. Mas, lá está, aconteça o que acontecer, sei que tenho o apoio incondicional destas três figuras essenciais. Mas só por considerar a hipótese de tirar um ano de folga, começo a achar que um pouco da dose de loucura do meu irmão está a ser transferida para a minha pessoa - e não sei até que ponto isso é positivo (ahah)!

29
Jun13

Para quem diz que não se nota "nadinha"

No exame de história, os dois professores vigilantes tiveram a brilhante ideia de se prostrarem ao meu lado a cochichar. Como se já não bastasse o facto de estarem os dois à conversa enquanto eu escrevia e tentava ter um discurso coerente em algo que seria crucial para o meu futuro, e como uma mulher é capaz de fazer várias coisas ao mesmo tempo, ouvia aquilo que diziam um ao outro. Nisto, ouço o professor à dizer à outra vigilante:

- Hum, esta miúda tem um problema de saúde.

- Tem? - perguntou a mulher.

- Nos pés.

 

E era homem! E, só para que conste, eu estava de calças, por isso não havia lá grande desculpa para ele estar a olhar para as minhas pernas. As mulheres, eu regra geral sinto que reparam, pois passam a vida a olhar para os sapatos umas das outras. Já homens, é mais fora do comum. Mas, como se vê, nota-se! E bem, só para que conste.

26
Jun13

Cortar a relva e cedo erguer, dá saúde e faz escurecer

A época de exames costuma ser terrível a nível dietético. O ano passado tinha uma caixa inteira dos melhores rebuçados do mundo (que vêm de Lisboa) e era um atrás do outro, enquanto passava horas a estudar - como estamos parados, muitas horas sentados e puxar pelo intelectual, a fome dá de si, a par da necessidade de estarmos a fazer algo para além de ler papéis.

Mas este ano eu resisti. Por acaso, tenho uma saca dos mesmos rebuçados que tinha o ano passado, mas mantive-a bem longe dos meus olhos (e boca). Já é mau demais passar horas a fio sentada sem fazer nada, quanto mais a ingerir quilos de açúcar num só dia. Mas a verdade é que no meio de aniversários, São João e as sobras das festas, acabei por comer porcarias sem fim. E isto até pode ser psicológico, remorsos de quem anda a comer mais doces do que deve, mas sinto-me um bocadinho anafada. Só mesmo um bocadinho, a sério!, mas é o bastante.

Eu, racionalmente, sei que as coisas que menos gosto de mim nunca vou conseguir perder. O pé vai ficar sempre inchado, nunca vou ter uma barriga lisinha (não tenho esse estilo de barriga) ou as coxas fininhas. É a vida, está nos genes. Mas pronto, na medida do possível, quero sentir-me bem comigo mesma.

Por isso ontem disse para mim mesma que não podia ser. Que hoje começavam as férias e que me ia mexer - e não ia ser só quando fosse para o Algarve, caminhando quilómetros sobre a praia. Ia ser agora. Nem que fosse a nadar de um lado para o outro na piscina. Mas o destino tem destas coisas e juntou-me... com a máquina de cortar a relva. É ouro sobre azul. Faço exercício e ainda fico morena! Eu sabia que este jardim ainda havia de me dar jeito.

25
Jun13

Acho que não era suposto escrever mais hoje

Porque a verdade é que, apesar do modo zombie, escrevi 14 páginas - inteiras - no exame de história. Juro que não foi para me vingar de um professor que tenha feito greve e que, muito provavelmente, irá corrigir o meu exame ou para me desforrar do desastre do de português. Como se costuma dizer: "aconteceu".

Eu escrevo muito e história tem esse inconveniente: quando se sabe, tem-se muito para dar à mão. A verdade é que os critérios já saíram e eu não podia estar mais feliz - não quero deitar demasiados foguetes antes da festa, mas acho que este resultado promete. Estou a tentar não me animar, mas depois do balde de água fria que apanhei nos últimos dias, é o único alento a que me posso agarrar. Verdade seja dita que nenhuma das matérias com que me sentia confortável saiu - comunismo na URSS, Estado Novo, regimes totalitários -, mas o exame era bastante acessível e compensei as minhas possíveis falhas com o apoio dos textos e com uma inspiração qualquer que me deu.

E enfim, para quem não ia escrever mais, já me estou a exceder (a sério, a minha mão ficou-me a doer): queria só mesmo agradecer todos os comentários de alento e com desejos de boa sorte que me têm mandado nos últimos dias. Pode não parecer nada, mas faz a diferença. Já não sei que seria de mim sem isto. (Agora vou dar descanso à pobre da mão... e, já agora, ao corpo inteiro).

 

Ah! Estou de férias!

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