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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

05
Dez18

A minha árvore de Natal

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Este ano antecipei-me na montagem da árvore de Natal: nem sequer esperei pelo fim-de-semana de 1 de Dezembro, o clássico para inaugurar as decorações natalícias. Sinto que é muito trabalho para tão pouco tempo de "exposição" - e a verdade é que todos os anos me esqueço do quão grande é a árvore, de como sinto que acabei de fazer um treino de pernas depois de a ter montado e do quão bonita ela é, independentemente de como a decoramos. Nota-se muito que o Natal é a minha festividade favorita?

Este ano, para além do dourado, decidimos dar-lhe um toque de vermelho. A minha mãe não adorou - diz que parece demasiado uma árvore de shopping -, já eu gostei muito. É mais impactante do que nos outros anos mas, mesmo assim, adoro-a. Para além disso inovamos um bocadinho: depois de passar um ano a ver árvores de natal alheias, achei boa ideia pôr algumas flores (falsas) na árvore, para lhe dar um bocadinho de cor e dinâmica, para além das típicas bolas-luzes-cordões. 

Quando fui ao Leroy Merlin comprar algumas coisas deparei-me com uma árvore igual, a metade do preço que eu tinha comprado há dois anos - fiquei fula! Aliás, as árvores grandes devem estar na moda: havia uma enorme - perto dos quatro metros -, linda, com um preço assustador de quatro dígitos, mas que enchia o olho a qualquer um. Eu, ainda assim, fico com o prémio de consolação: quando comprei a minha e fiz uma ampla exploração no mercado por uma árvore com mais de dois metros, havia muito pouca oferta. Comprei o que havia e era uma mentira se dissesse que não a adoro de paixão. Fui uma pioneira . De qualquer das formas, se com esta já tenho de ir ao último andar do meu escadote para colocar as decorações, com outra ainda maior tinha obrigatoriamente de comprar uns andaimes - talvez não seja por isso uma óptima ideia.

Posto isto, vou deixar-me de paleio. Aí ficam as fotos e o vídeo da montagem do meu pinheir'inho - um clássico aqui no blog. Que comecem as festividades!

 

 

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21
Mai18

O resumo de uma breve passagem por Fortaleza, Brasil

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O melhor do Brasil: a praia

 

Cheguei há uma semana do Brasil. Já recuperei da ressaca do jet lag e do cansaço acumulado (dormi uma noite e uma manhã inteiras e achei que me tinham posto qualquer coisa na comida, porque nunca me senti tão pedrada na vida) e, não estando fresca que nem uma alface, já estou bem melhor. Um coisa ainda continua igual desde que vim: sinto-me uma pintura ambulante. Porquê? Porque cheia de medo de outras potenciais queimaduras, já que apanhei logo uma no primeiro dia em que lá estive, pedi à minha mãe que me espalhasse protetor solar 50 nas costas e nos braços (os sítios onde não chego). Pois qual não é o meu espanto quando, antes de vir, olho-me ao espelho e percebo que tenho os dedos da minha querida mãezinha tatuados no meu braço e outro tipo de pinturas abstratas em toda a minha dorsal. Estou incrível. Achei que isto ia desvanecer, mas passado uma semana ainda parece uma escultura de barro arredondada. 

De resto, vim do Brasil com mais sardas, uma cor de pele um tanto ao quanto mais saudável (estava com um ar terrivelmente macilento), com várias tapiocas no estômago (eu sabia que aquilo era delicioso e nada como aquela porcaria que vendem aqui!) e mais uma experiência no lombo. Estive em Fortaleza, num evento sobre moda de autor brasileira, e ainda estou em overdose de tanta passarela. Esta foi a primeira press trip que fiz (talvez a última?) e conto mais tarde escrever sobre aquilo que acho destas viagens organizadas. Mas posso já adiantar que uma das coisas mais interessantes é a troca de experiências e opiniões com outros jornalistas do ramo – no meu caso, estive sempre acompanhada por um senhor da Argentina, uma senhora do Uruguai e uma londrina, com quem me dei muito bem e com quem tive oportunidade de praticar o meu inglês.

 

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Hora da lontrice: o melhor prato que lá comi, uma moqueca, e, claro!, a tapioca

 

Não vos vou maçar com detalhes ou opiniões sobre o evento, por ser uma coisa que me cheira mais a trabalho do que a lazer. Mas gostava, como faço sempre, de fazer um mini-resumo da minha viagem – ainda que não haja muito para contar! A verdade por detrás das viagens de trabalho é que são sempre super cansativas, ainda para mais se forem transatlânticas – acima de tudo porque são curtas e intensas, não dando tempo ou chance para uma pessoa se recompor. Neste caso, tive algumas manhãs livres, mas o evento acabava muito tarde, pelo que eu acabava sempre por me deitar para lá da uma da manhã (cinco da manhã aqui) e, como acordava cedo, ora para trabalhar ora porque o sol não me deixava dormir, nunca conseguia repor as energias. O dia que mais aproveitei foi o da vinda, pois só tinha voo à noite – de resto, todos os minutinhos livres foram de praia, que é de facto maravilhosa.

 

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 (descubram o Wally!)

 

Nesta altura é Outono por lá, mas as temperaturas não saíram dos 30 graus – choveu bastante num dos dias, mas foi azar nosso. Segundo vi nas notícias, foi o dia mais chuvoso do ano naquele estado, por isso só posso considerar que tive pontaria. Chovia a sério, muita água e em gotas gordas, mas o ar continuou abafadíssimo como em todos os outros dias (ou talvez pior, que aquela humidade não é feita para “gringos” como nós). Ainda assim a praia estava vazia, ainda que com estas condições incríveis e com uma temperatura óptima – tanto fora como dentro de água. No primeiro dia – o do escaldão, em que não havia sol à vista mas estava muito quente – haviam umas dez pessoas em centenas de metros de areal. Como não adorar?

A verdade é que no aspeto “praia”, o Brasil subiu na minha consideração. Quando fui à Bahia, há mais de uma década, lembro-me que foi uma desilusão. A água era suja e pouco quente, o areal era avermelhado por causa do tipo de rocha lá presente e relativamente pequeno... e havia tubarões a dar à costa, o que não alimentava a confiança para dar grandes braçadas. Aqui era tudo o contrário – apenas uma nota relativamente ao mar, sempre super agitado, que não permitia que uma pessoa respirasse durante sete segundos sem levar com mais uma tromba de água na cara. E havia palmeiras, espreguiçadeiras e todas essas coisas que estão no nosso imaginário quando falamos de países tropicais, por isso tirei a barriguinha de misérias.

Reparei que no hotel onde estava só havia brasileiros; a percentagem de estrangeiros devia rondar os 5%, uma coisa meramente residual, o que é estranho dado o tipo de hospedagem (tudo incluído, parque aquático ali ao lado e praia literalmente em frente).

Isto pode ser explicado pela fraca irrigação que o aeroporto local tem, que vive praticamente de voos internos e que tem das piores condições que vi ultimamente. Para além disso, a cidade em si não tem muito que ver e a pobreza das gentes é evidente. Quase tudo o que vi foi de carro, não tenho uma única foto tirada com a máquina, e não pude explorar nada a fundo. A única coisa que de facto visitei foi o mercado central (um edifício com quatro pisos, gigante, embora bastante feio), mas como fui ao domingo de manhã (e ainda por cima coincidindo com o dia da mãe) muita coisa estava fechada. Há imeeeeensas coisas baratíssimas, principalmente para quem gosta de artesanato mais clássico, como toalhas de mesa rendadas e saídas de praia trabalhadas. Eu vim de lá cheia de tralhas – desde vestidos de praia, biquínis e uma carteira – e fiquei com pena de não ver mais.

 

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PIntura à entrada do mercado

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 No mercado (neste momento, já não queria saber do nível de viscosidade da minha pele ou a horrorosidade do cabelo. Deixei-me vencer pela humidade)

 

Ainda na press trip, visitei um centro comercial, com uma dimensão colossal, que contrasta com tudo o que se vê lá fora: o centro comercial era arejado, minimal, com ótimas lojas; nas ruas está tudo a cair de velho, imensos edifícios cuja construção ficou a meio e outras paisagens típicas de países em desenvolvimento. De facto, safa-se a praia.

Devo admitir que não me lembro se a Bahia era bonita, mas sei que todo aquele caos me assustou imenso. O trânsito era medonho, gente a buzinar por todo o lado, estradas em muito mau estado – e embora aqui isso também não fosse exemplar, era muito melhor do que aquilo que eu me recordo da minha viagem anterior.

Os brasileiros continuam naquela sua típica boa disposição, independentemente da sua qualidade de vida. Confesso que muitas vezes tudo aquilo que me soa a falso, mas uma pessoa acaba por se habituar – já é algo que faz parte da identidade cultural deles. Nunca andei sozinha na rua, mas tive sempre muita atenção em não ter nada valioso comigo, por isso nunca me senti minimamente ameaçada – mas estava sempre atenta e com os olhos em todo o lado, porque já se sabe que uma mulher prevenida vale por duas.

 

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Venda de milho na rua

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Um talho aberto, a que eles chamam "frigorífico" (cof cof cof)

 

Um dos temas mais presentes desta minha viagem foi a exportação e a vontade que eles têm em crescer, particularmente a moda brasileira. Mas, muito honestamente, acho que estão muito longe disso. Não se podem definir objetivos enormes sem se passar pela base – e eles falham numa coisa tão simples como falar inglês. Nem no hotel sabiam! Os estilistas não conseguiam comunicar com a minha colega londrina, era sempre preciso um intermediário; fomos a uma empresa e uma das figuras mais altas não sabia dizer o que faziam noutra língua sem ser a dele. E isso, para mim, é grave. Na moda e em tudo. Também isso terá certamente impacto negativo para o turismo.

Uma pessoa anda por lá e pensa que o que não falta é potencial. Eles têm tudo. Mas falham nas bases: no ensino, nos políticos, na forma de estar – e sabem-no. Em conversa com alguns brasileiros, percebi que eles têm noção tanto daquilo que podiam ser como de tudo o que fazem mal. Criticam objetivamente os políticos, por exemplo, mas acho que ainda falta alguma auto-crítica por parte de cada um deles. Aquele “jeito de ser” que tanto nos encanta neles, tão divertidos quanto leves, tem tanto de encantador como de mau, principalmente para eles próprios, que têm muito para fazer se quiserem sair do eterno status de “em desenvolvimento”.

Dado o meu estado de espírito um bocadinho atribulado durante a viagem, perguntaram-me se me arrependia de ter ido. Nunca. Não sei se, sabendo o que sei hoje, voltaria - mas arrepender-me de uma coisa que fiz pela primeira vez, para pelo menos tentar, nem pensar. Foi só mais um bónus da vida. Nunca pensei voltar ao Brasil e, em menos de uma semana, lá fui eu. Já aprendi umas tantas coisas :)

 

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A praia

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O pôr do sol em frente ao local do evento

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As pinturas nas paredes são a forma mais comum de publicidade - algumas líndissimas!

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O adeus a este país tropical <3

14
Mai18

Um presente para a vida

Já aqui tinha dito: eu queria um piano de cauda. Sempre quis – sempre achei que esta era uma das peças mais bonitas que se pode tem em qualquer sítio – mas, desde que comecei a tocar piano (e o meu velhinho piano vertical já começava a dar de si), esse desejo intensificou-se.

Comecei a perceber que, eventualmente, isso ia acontecer. Quer fosse um presente, quer fosse eu a compra-lo com o dinheiro que tenho de parte, eu sabia que era uma questão de oportunidade. Ia vendo o que aparecia em sites de segunda-mão (comprar um novo estava fora de questão, tanto por questões financeiras – um piano por estrear pode custar o mesmo que um carro ou até um apartamento – como pelo trabalho já nele desenvolvido, um vez que os instrumentos novos tendem a ser mais “esganiçados” e eu prefiro-os mais maduros) e houve um dia em que apareceu um.

Basicamente os astros juntaram-se a meu favor. Era de um pessoa de quem eu já tinha referências e é extremamente competente, o preço era incrivelmente bom, o piano já carrega uma história de mais de cinquenta anos e já está “mole”, fazendo com que o bater nas teclas seja um ato de meiguice e não de luta. Para a idade que tem – e tendo em conta que era um piano em que o antigo proprietário tocava e não servia apenas um objeto de exposição – está em ótimo estado, com pequenas mossas que só nota quem estiver à procura. Tem as teclas em marfim (algo que eu não estava certa se queria, porque se degradam mais facilmente) mas até isso já raramente se vê. E, obviamente, é lindo. Isso é indiscutível. E fica ainda melhor na minha sala do que aquilo que eu imaginava!

Isto serviu como prenda de anos um bocadinho atrasada – o que não importa absolutamente nada, porque um presente destes não tem preço, nem data, nem valor sentimental possível. Não descorando tudo aquilo que recebi ao longo da vida – e foi muito! - acho que esta foi, sem dúvida, a melhor prenda de todas. Um carro, por exemplo, é muito mais útil, é quase indispensável para a minha locomoção... mas esta é uma peça emocional. É todo um outro nível. Passaram-se quase dois meses (sim, atrasei-me a divulgar esta boa nova, mas a malta do instagram já sabia há algum tempo – sigam em @carolinagongui) e eu ainda suspiro de cada vez que entro na sala. Passaram-se quase dois meses e eu ainda dou por mim com a cabeça encostada a ele, enquanto me sento no seu banquinho. Passaram-se quase dois meses e eu ainda agradeço sempre ao meu pai, de cada vez que ele olha para mim enquanto toco (e isso é quase diário). Acho que pode passar o resto da vida e esta será sempre uma das melhores coisas que me caiu nas mãos.

(e enquanto estive no Brasil passou-se quase uma semana sem lhe tocar – e as saudades que eu tive!)

 

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08
Mar18

Um fim-de-semana no centro do país

Eu sou provavelmente a pessoa mais caseira do universo. Adoro estar em casa mas, com a crescente quantidade de trabalho e coisas extra (ginásio e piano), acabo por estar menos no meu habitat natural do que aquilo que gostaria. E apesar dos meus dias serem todos diferentes, de não ter uma rotina e de estar mais tempo fora de casa do que alguma vez estive, sinto-me numa prisão - sinto-me presa nesta vida, ando a sentir-me a sufocar nas minhas crescentes responsabilidades, nas minhas constantes pressões sobre mim própria e nos meus planos para o futuro, enquanto olho à minha volta e toda a gente da minha idade está a usufruir do "bom da vida".

Normalmente, quando estou assim, é quando tomo as decisões mais malucas ou arriscadas para mim. Ainda não saí bem desse estado e ainda não sei o que vem por aí, mas de uma coisa eu sei - ou soube, naquela altura: eu precisava de sair de casa durante um bocadinho. Não tenho possibilidade de tirar férias para já, pelo que já tinha um dos fins-de-semana que se avizinhavam como alvo. Já andava a dizer aos meus pais para irmos a algum lado, fiz uma lista de sítios bonitos em Portugal onde queria ir e estava à espera que os dias chegassem e a meteorologia ajudasse. Mas acabou por resultar mais cedo do que pensei.

Há dois fins-de-semana atrás rumamos por isso até Palmela. Porquê Palmela? Nem eu sei. Foi quase olhar para o mapa, ver uma pousada bonita e seguir viagem. Acho cada vez mais que tenho de conhecer melhor o meu país, já que conheço cada vez mais do mundo. É hipócrita andarmos por aí em aviões quando, a poucas horas de carro, temos tantas coisas incríveis para ver. Tenho especial interesse no interior do país, mas as temperaturas mais altas e o bom tempo arrastaram-nos mais para a região centro, que eu também não conhecia. Tantas vezes fui a Lisboa e nunca tinha posto um pé em Setúbal. Enfim, agora já ;)

O roteiro do fim-de-semana foi simples: Palmela, Serra da Arrábida, Sesimbra, Setúbal, Óbidos, Caldas da Rainha, Mealhada e de volta ao Porto.

 

A nossa visita por Palmela resume-se ao castelo, que ficava a um minuto do sítio onde dormíamos. Aliás, a pousada fica mesmo dentro das suas muralhas. Acho que, tal como a maioria das pousadas, não é super barata, mas é excepcionalmente bonita; os quartos são muito agradáveis e o pequeno-almoço muito bem servido para a dimensão do espaço. Não tem piscina (nesta altura também era a última coisa que queríamos) mas no verão o claustro da Pousada (que foi em tempos um convento) deve ser o sítio ideal para se ler um livro em pleno sossego.

No interior do castelo tem várias lojinhas e um restaurante, bem classificado nos sites conhecidos, mas que estava fechado quando lá fomos (assim como os restantes espaços comerciais). Há, no entanto, uma vista boa para desfrutar e uma série de recantos por entre as muralhas giros de se explorar. Antes de se subir para o castelo há também a indicação de um miradouro, onde se vê, por um lado, a cidade e por outro as serras.

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A vista da cidade

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A vista das serras

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Dentro do Castelo

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A vista do meu quarto

 

No sábado fomos imediatamente ao sítio que eu mais queria ver: Portinho da Arrábida. A minha reação combinou com aquelas águas - foi um banho de água fria. Sim, a cor da água é incrível, mas não passa muito disso. Passamos por várias praias, descemos mesmo até ao Portinho e eu só pensava "é só isto?". Não sei se parei nos lugares errados, se ia com as expectativas demasiado altas ou se tinha simplesmente uma ideia errada do que ia ver, mas nada na serra me tirou a respiração como eu esperava.

Ficamos os três um bocadinho sem graça depois daquela desilusão e deixamos de ter planos. Fomos vendo as placas e seguimos até onde as estradas nos levavam. Primeiro paramos no Castelo de Sesimbra, onde não exploramos muito, mas vimos um dos cemitérios mais curiosos onde já estive - pequeno, com uma organização muito aleatória mas mesmo junto à muralha, dentro do Castelo. Depois vimos a indicação do Cabo Espichel e decidimos seguir caminho até lá. Aquilo sim, era o que esperava. Achei o sítio lindíssimo, uma lufada de ar fresco, fez-me lembrar as praias do Adriático (ainda que à distância). 

 

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A vista do Castelo de Sesimbra

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Cemitério do Castelo junto à muralha

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Cabo Espichel 1

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Cabo Espichel 2

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Cabo Espichel 2

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Igreja no Cabo Espichel (bonita por dentro)

 

Depois disto foi uma confusão. Já eram 13h30 e queríamos almoçar. Pensamos ir a Sesimbra - sítio onde nenhum de nós havia estado mas que sabíamos ser bonito - e seguimos caminho até à marginal, onde havia muitos restaurantes. O problema é que, dado o belo dia que estava, também havia muitas pessoas, muitos carros e zero lugares para estacionar. Já em desespero de causa decidimos pôr o carro num parque coberto - e a experiência foi tão desastrosa que eu até fixei o nome do dito: Parque da Praia da Califórnia. Nunca vi nada assim. No primeiro andar não havia lugares e não havia saída, obrigando a uma inversão de marcha mal parida quando queríamos sair (isto nem devia ser permitido... em caso de incêndio fica lá tudo); a cancela do segundo andar não abria, mas não havia qualquer indicações disso; o terceiro andar era para hóspedes de um hotel; no quarto deu para estacionar mas, quando percebemos que não havia elevador, arrepiamos caminho (o meu pai não consegue fazer esse tipo de esforços) - e quando fomos obrigados a voltar a fazer inversão de marcha dentro do parque para ir embora, demos de caras com um casal escondido atrás de uma parede, que ou estava a namorar (embora a posição não o indicasse) ou estava à espera de ter os carros à sua mercê para poder "explorar". Eu, quando cheguei ao segundo andar, já estava a dizer para irmos embora - todos os meus instintos de defesa (e acreditem que tenho muitos) gritavam para que eu saísse dali para fora. Foi dos parques mais manhosos, mal iluminados e estranhos que entrei em toda a minha vida. E só descansei quando saí de lá.

Depois disso seguimos até Setúbal, onde almoçamos (e depois à noite voltamos). Provei, finalmente, o famoso choco frito! Não sei se foi daquele prato em particular, mas achei o choco muito gordo e grande, estava à espera de algo mais pequeno; também já não estou muito habituada a tanta fritura numa só refeição, mas de facto é um bom petisco. Para comer uma vez por ano, talvez ;) Também não me escapou a torta de azeitão (boa) e o doce do abade, que não me caiu tanto no goto. À noite fiquei-me pelo peixinho grelhado, que parece ser o ex-libris de Setúbal - as montras acabam por ser parecidas com as que vemos aqui em Matosinhos (e eu adoro peixe!), mas os preços são bem mais apetecíveis lá do que aqui.

Entre o pouco tempo que tivemos entre o almoço tardio e o jantar, demos uma volta pela marginal de Setúbal e, mais uma vez, fomos levados pelas placas até ao Moinho de Maré da Mourisca. Infelizmente chegamos já à hora de fecho, mas ainda conseguimos entrar e ver as mós, embora tenha sido só mesmo entrar com um pé e sair com o outro. Há um café no exterior agradável e toda a envolvente é também muito bonita, com o Sado à nossa volta (embora fosse "pouco" Sado, devido à seca). Ainda passeamos e fomos até ao observatório dos pássaros, onde não vimos grande coisa, mas que compensou pelo passeio.

 

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Setúbal

 

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Moinho de Maré da Mourisca

 

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O Sado um tanto ao quanto pantanal no Moinho de Maré da Mourisca, onde supostamente havia pássaros para observar

 

No dia seguinte rumamos a Óbidos, onde eu já queria ir há muito tempo, mas de onde passo a vida a fugir por haver todo o tipo de eventos que enchem aquilo até ao tutano. Achei que estava safa por ser início de ano e qual não é o meu espanto quando vejo cartazes sobre a festa do chocolate que começava nesse fim-de-semana. Arg! Para minha sorte não estavam multidões gulosas prontas para entrar na vila, pelo que foi tudo mais ao menos tranquilo. Não explorei aquilo como queria (estava imenso calor e nós estávamos vestidos para um dia de inverno rigoroso, estávamos com fome e os altos e baixo não são bons para o coração do meu pai), mas prometi a mim mesma voltar em breve. Acho que tudo tem a minha cara. Parece uma feira medieval constante! E, guess what... tinha pão com chouriço! E eu, como boa lontra que sou, não deixei escapar!

 

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Muito glamour enquanto comia o meu pão com chouriço. Mas não dá para esconder aquela esguelha de felicidade típica de lontra ;)

 

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Um autêntico altar dos livros, em Óbidos

 

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Óbidos

 

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Óbidos 2

 

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Óbidos 3

 

Antes de pararmos na Mealhada para almoçar, pedi só mais uma paragem: Caldas da Rainha. Estávamos perto e eu sabia que tão cedo não ia ter uma oportunidade destas. Eu sou doida por loiças e ali fica, nem mais nem menos, que a loja da Bordallo Pinheiro. Pior: tem um outlet! Ainda estivemos à espera que a loja abrisse e depois, com o carro cheio de loiça, rumamos a norte - enchemos a barriga na Mealhada e voltamos a casa. É bom passear, mas a sensação de voltar ao sítio onde realmente pertencemos enche-nos a alma. E dá-nos força para mais umas semanas na rotina-sem-rotina, que era aquilo que eu precisava.

 

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"A" loja

 

08
Nov17

Um ano, um álbum de fotografias

Mais uma das muitas coisas que fazem de mim uma alma velha é o facto de gostar de ver fotografias - e não falo de fotografias no computador. Gosto de álbuns, pesados, com descrições feitas à mão; gosto daquelas mini-mikas para as fotos, de as tirar para passar de mão em mão em vez de estarmos todos colados a um ecrã.

Acho que a passagem do analógico para o digital foi tão rápida que nem deu para nos adaptarmos. Abandonamos completamente os álbuns, mas abandalhamos completamente na fotos digitais: tiramos 41 fotos da mesma coisa, arrumamo-las em pastas incatalogadas, atiramos com tudo e mais alguma coisa lá para dentro e ainda temos a vaga esperança de que um dia, desesperados à procura daquela foto do dia Y e do evento X, ainda encontremos alguma coisa de útil.

Já aqui falei que desde há algum tempo para cá que ando a trabalhar na organização das minhas fotos - que pratico a limpeza geral das fotos, que só deixo ficar uma das 41 fotos que tirei à mesma pessoa, que ponho nomes em todas elas, que ponho as pastas direitas e com o menor conteúdo possível - e agora o próximo passo vai ser fazer álbuns anuais. Não estou a pensar fazer álbuns de anos que já passaram, mas sim daqui para a frente. Um best of de 2017, por exemplo, onde albergo aniversários, eventos de família, datas especiais, férias, passeios ou simplesmente selfies bonitas tiradas nesse ano. 

Mas não seriam álbuns clássicos: para além de não serem fáceis de encontrar, os que há são feios e pouco personalizáveis. Para além disso, imprimir fotografias fica caro, por isso acho a solução dos álbuns digitais muito melhor. Já fiz vários: uns para oferecer às minhas tias em datas de aniversário marcantes (no fundo, álbuns de vida) e outros dois com fotos dos cruzeiros que fiz. Tudo é personalizável: o número de páginas, o número de fotos que ponho em cada página, a disposição com que ficam, o tamanho de cada uma das fotos, o tipo de letra para as legendas (e cor, tamanho, etc.) e até escolher alguns bonecos ou designs para adornar o álbum. As escolhas são infinitas - o que também torna o processo mais moroso. Porque, tal como tudo o que envolve o trabalho pós-fotográfico, é trabalhoso e demorado: é preciso escolher as fotos, trata-las previamente caso seja necessário, dividi-las por páginas (ainda que seja mentalmente) e definir uma linha lógica (quer seja temporal ou de importância, por exemplo) para imaginarmos o resultado final do álbum. Ou seja: não é pêra doce, mas compensa!

O que eu faço é aproveitar as promoções que encontro no Sapo Voucher, que tem um protocolo com a DreamBooks: para quem não conhece, o primeiro é um site de promoções de artigos vários, o segundo é uma loja/plataforma de álbuns digitais (e não só - também tem telas, calendários, canecas e etc., tudo personalizável e tudo coisas que dão boas prendas). Os modelos de álbuns disponíveis vão mudando, mas o preço compensa sempre: eu gosto de livros verticais, por exemplo, e muitas vezes aparecem alguns. Os dois álbuns que tenho de cruzeiros foram comprados assim e são diferentes: um mais leve e com páginas mais finas e outro, premium, mais pesado e páginas mais encorpadas (quase parece um daqueles livros de crianças). Escolhi consoante a oferta que tinha na altura e nunca me arrependi - e se não têm nada que vos agrade naquele momento, o que sugiro é que vão vendo nas semanas seguintes, porque as ofertas vão mudando.

Depois de comprarem o voucher têm 30 dias para fazer a vossa encomenda. Se, tal como eu, deixarem passar este tempo, podem sempre comprar uma extensão do prazo na DreamBooks. Eu acho que os resultados ficam incríveis e que dá uma prenda espetacular (nomeadamente de Natal, já podem apontar a ideia!), mas acredito que não seja para a paciência de toda a gente. Mas para quem gosta de fotografias, de rever momentos e de os ter na palma da mão... é uma óptima solução. Eu espero mesmo conseguir levar esta ideia dos álbuns anuais avante e fazer algo de útil com as centenas de fotos que aqui tenho amontoadas virtualmente.

 

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P.S. Ninguém me pagou para escrever este post e mencionar estes sites. Mas se me quiseres oferecer álbuns à borla, be my guests. :p

13
Out17

Quando ter o cabelo longo é um ato de rebeldia

Eu sinto que sempre tive o cabelo curto. Não é verdade. Quando criei este blog ainda o tinha todo despenteado e rebelde quase até meio das costas - mas, quando algures no final de 2011, o decidi cortar, senti que de alguma forma tinha controlo sobre a minha vida. Tal como milhões de mulheres, também eu detestava a ideia de ir cortar o cabelo - sempre "só para aparar as pontas" - com o eterno medo da perspetiva de sair de lá com menos três dedos de crina. Mas no momento em que eu pedi à cabeleireira para cortar não dois dedos mas sim dois palmos de cabelo, foi uma sensação de liberdade, independência e rebeldia incríveis. Essa mudança mudou-me - e eu gostei tanto, tanto que repeti-a vezes sem conta.

Hoje olho para trás e percebo que de todas as vezes que cortei o cabelo tinha a esperança secreta de me sentir como me senti naquele dia de 2011, altura em que passava uma das piores fase da minha vida até agora. Mas nunca foi igual: acabou-se o efeito surpresa, acabou-se o choque das pessoas por todo o lado onde passava, acabou-se a novidade - que deu lugar ao hábito. De tal forma que as pessoas, quando me vêem com o cabelo comprido conforme estou atualmente, ficam a olhar para mim, espantadas: "estás com o cabelo enorme!", dizem. 

Para mim, eu só passei a ser mesmo "eu" quando tive cabelo curto - porque falei tanto sobre o assunto, gostei tanto da mudança, que acabou por fazer parte de mim. É um estado de espírito, quase uma forma de estar na vida (que, curiosamente, acaba por não ter muito que ver com a vida que levo, mas enfim), uma imagem de marca. 

Mas a verdade é que nos últimos anos cortei tantas vezes o cabelo - de todas as vezes curto, mas quase sempre de formas diferentes - que me cansei um bocadinho: e, confesso, chegava a um ponto em que não gostava de me ver. E isto é estúpido, mas eu sentia uma espécie de batalha interior: eu queria gostar daquele cabelo, achava que era o que combinava comigo, mas quando olhava para o espelho achava que não estava bem, que tornava a minha cara mais redonda e gorda e, nesses momentos, pensava para comigo "tão cedo não volto a corta-lo". Depois acabava por ceder, até porque deixei de ter paciência para cuidar e secar cabelos cumpridos. Mas o bichinho estava lá.

E se há coisa que eu tenho é boa memória. Eu não me esqueço. E durante este ano, de todas as vezes em que o cabelo me fazia comichão nas costas ou me ia para a frente dos olhos e eu, por instinto, pensava "tenho de ir ao cabeleireiro", o meu outro lado tentava apaziguar essas ganas de ir à tesoura e lembrar-me de tudo aquilo que tinha sentido pouco depois de cortar o cabelo das últimas vezes. E os meses foram passando. E passou um ano desde a última vez que cortei o cabelo. Abaixo, na foto, podem ver as diferenças: do lado esquerdo, o estado da minha "crina" no dia 13 de Outubro de 2016; à direita, o seu estado nos dias de hoje (e sim, a repetição do cenário e da roupa foi propositado).

 

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É natural que, um ano depois, as pontas já estejam todas espigadas e o cabelo menos saudável. Tenho feito o meu melhor, mas a vantagem dos cabelos curtos também é essa: parecem sempre mais saudáveis, mais cuidados (ou, pelo menos, na maioria dos casos). E está a acontecer algo que já há muitos anos não me acontecia: estou com o cabelo enorme e a precisar verdadeiramente de ser cortado. A questão é: quanto é que corto? 

Tenho-o deixado crescer por objetivos vários: primeiro porque queria fazer tranças no verão (não fiz), segundo porque queria te-lo longo para poder fazer uns penteados em algumas festas que sabia que ia ter agora no final do ano (também não fiz) e, finalmente, porque tenho gostado da sensação de o ter longo. É estranho já não ser a única rapariga de cabelo curto na sala, é estranho não ter um corte definido, é estranho já não estar a pensar o próximo, é estranho este "desleixe" que tenho vindo a criticar nos últimos anos mas que me tem sabido bem. Acho que o vou deixar assim até me voltar a apetecer "ser eu" outra vez. No fundo, ter o cabelo cumprido é uma ação tão radical como aquela que eu fiz em 2011. E, às vezes, radical é bom.

 

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25
Set17

Sim, os meus cães são mais famosos que eu nas redes sociais

Eu tenho mais fotos dos meus cães do que aquilo que seria considerado "normal". Passo muito tempo com eles e acaba por ser uma boa desculpa para treinar a fotografia, dar uso às objetivas e dar uns disparos. Mas acabo por ter centenas e centenas de fotos deles que depois não sei muito bem que fim dar ou como organizar. Não as vou imprimir - embora os adore, acho que não faz sentido ter o quarto cheio de molduras com fotografias deles -, não as vou mandar para ninguém e também não tenho grandes descrições para os arquivos como "Molly no cruzeiro ao Adriático", "Calvin no Natal de 2016" ou "Cães nas férias de verão". No fundo, não tenho grande hipótese senão dividir isto por meses e enfiar para lá as fotos que tenho (mais as milhares que tenho desorganizadas no telemóvel...).

E há uns meses, enquanto divagava pelo instagram, encontrei uma página que era uma espécie de best of de fotografias que outros utilizadores postavam dos seus bracos (raça da Molly e do Calvin). Comecei a embrenhar-me nesse mundo, a pôr likes em tudo quanto era cão fofo e, a certa altura, o meu feed tinha mais cães que pessoas. Confesso que não me importo muito, mas achei aquilo um bocado confuso e dada a quantidade absurda de fotos que tenho dos meus cães, perguntei-me: "porque não?". E assim nasceu o instagram da Molly e do Calvin.

É lógico que não coloco lá todaaas as fotos que tenho deles, mas sempre ajuda a dar alguma utilidade às fotos, em vez de ficarem somente guardadas no meu computador, a apanhar pó e sem ver a luz do dia. Na verdade – e sei que estou a puxar a brasa à minha sardinha em todos os sentidos – há fotos bem giras, fofas e de-vez-em-quando-meio-artísticas que acho que vale a pena partilhar.

Por isso, se gostarem de cães, já sabem – sigam-nos em @mollyandcalvin. Se não gostam e acham ridículo o facto dos meus cães terem um instagram em nome próprio (onde inclusivamente falam na primeira pessoa), os meus parabéns: são pessoas realmente sãs e com juízo. Felizmente que não é o meu caso :p

 

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13
Jul17

Uma visita ao Terminal de Cruzeiros de Leixões

Já conheço alguns terminais de cruzeiros pela Europa – principalmente no norte e, brevemente, ali no Mediterrâneo e na zona do Adriático – mas ainda não conhecia bem o nosso novo terminal em Leixões. É uma coisa comum, não é? Conhecermos e explorarmos coisas fora das nossas cidades, quais turistas de categoria, mas ver aquilo que é nosso… nicles.

Já lá tinha ido no Portugal Fashion, ver os desfiles do Luís Buchinho e da Katty Xiomara, e gostei muito do edifício e da vista. Mas quem já foi a estas coisas sabe que aquilo é tudo caótico, gente para todos os lados, uma pessoa não sabe onde se sentar e quanto mais para onde ir, por isso não dá para ver bem o que quer que seja. Para além disso, na altura, só se podia ver a entrada e o terceiro piso, onde decorreram os desfiles, por isso não deu para grandes explorações.

Mas num destes fins-de-semana aconteceu aqui no Porto um evento chamado Open House, que consiste em várias visitas guiadas a muitos sítios ilustres no Porto e em Gaia (aliás, muitos deles até sem visitas – basicamente os espaços estão abertos para quem os quiser ver, de forma gratuita). Dos muitos locais que havia para escolher, optamos por ir conhecer melhor o terminal e a visita valeu muito a pena!

Fomos cedo, por volta da hora do almoço, e por isso não apanhamos com o mar de gente que invadiu o espaço a meio da tarde. O guia era muito simpático e a visita em si foi muito interessante, até porque o espaço está muito bem concebido e pensado, com imensos símbolos e estruturas relacionadas com o mar, a água e os animais que lá vivem. Pudemos ver todas as partes do terminal, incluindo aquelas por onde passam os passageiros quando atracam os navios, portanto foi uma visita muito completa e que pode ser ainda mais gira para quem não faz ideia de como funciona um terminal de cruzeiros.

Eu, que já passei por vários, não tenho qualquer tipo de dificuldade em afirmar que este é, sem dúvida, o terminal mais bonito onde já pisei os pés – e os vários concursos e prémios que o edifício já ganhou são prova disso. Só aqueles azulejos lindos – são mais de um milhão, todos postos à mão! – fazem valer a visita, pelo sentimento de estrutura e relevo que dão a todo o espaço.

Se forem do Porto, não deixem de aproveitar um domingo (dia em que o terminal está aberto para visitas, da parte da manhã) de sol para visitar o espaço e tirar algumas fotografias. Vale a pena!

 

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04
Jun17

Auto-retratista

Sou uma chata em muitas coisas, perfecionista em tantas outras. Um dos casos em que sou ambas é na fotografia. Desde que tirei o curso que muita gente aqui por casa me acha verdadeiramente insuportável no que diz respeito a tirar-me fotografias - porque todas as outras (a pessoas e a lugares) são tiradas por mim, repetidas trinta e duas vezes até saírem como eu quero. Mas eu tenho de fazer pressão para ficar, pelo menos, numa única fotografia no meio de um álbum de centenas delas - porque, enfim, também faço parte da família!

A verdade é que as pessoas não têm de saber tirar fotografias e muito menos ter jeito para a coisa. Quando não tinha o curso, aquilo que eu me limitava a fazer era clicar no botão do disparador e esperar que a luz estivesse bem e que as pessoas não se tivessem mexido - e é aquilo que a maioria faz, porque não sabe, e isso é normal. Mas eu subi os meus standarts e tal como ando à procura da fotografia perfeita dos outros, também quero a minha fotografia o mais perfeita possível. E, dependendo da situação, há todo um enquadramento perfeito da minha pessoa, as coisas que quero ou não quero apanhar na foto assim como a posição em que me encontro. Ponho a máquina nas mãos de alguém, ouço alguns disparos e, quando vou ver, está tudo ao contrário do que idealizei. E a culpa não é das pessoas - é minha, porque imagino tudo aquilo que quero! E mais do que as pessoas não saberem como o fazer, não me conseguem ler a mente. E, convenhamos, não as posso culpar por isso. (E ainda bem, seria chato ter alguém a ler-me os pensamentos).

Isto já causou algumas zaragatas aqui por casa, porque eu fico hiper frustrada. A minha mãe, a minha fotografa oficial nas viagens, recusou-se a tirar-me mais fotografias aquando do cruzeiro - tanto barafustei com ela porque um poste horrível aparecia, ou porque tinha muito céu em cima da cabeça e bla bla bla que ela se passou e me atirou com a máquina para a mão, quase como quem diz "queres fotos, tira selfies"! O meu irmão, no meu último aniversário, também estava a embirrar com a minha objetiva preferida - a 50 mm fixa - e a dizer que não conseguia tirar fotos sem flash; e eu, em pleno "parabéns a você", saí da frente do bolo, pus as definições direitinhas, coloquei-o na posição que queria e disse "agora tira". E sim, soprei várias vezes as velas só para ter uma foto. (É, eu sei, sou verdadeiramente insuportável.)

Por outro lado, como sou uma control freak e tenho muito pouco à vontade com outras pessoas (mesmo com a minha mãe não gosto de lhe estar a pedir para tirar vinte e sete vezes a mesma foto só porque tenho três fios de cabelo que não estão no sítio certo), tenho vindo a especializar-me na arte do auto-retrato. Monto o tripé, ponho a máquina no sítio certo, preparo o comando para tirar as fotos com controlo remoto e pronto, está feito. Não chateio ninguém, tiro as fotos que quiser, a quantidade de vezes que me apetecer e faço as figurinhas tristes que me derem na realgana. Assim, até passo por menos insuportável. E, convenhamos: já faço tanta coisa sozinha que juntar os auto-retratos à lista só dá um toque artistico à coisa.

 

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