A primeira buzinadela
Já aqui disse que sou uma paz d'alma a conduzir, pelo menos para quem não vai dentro do meu carro (esses são capazes de se assustar de quando em vez e de ouvirem um ou outro apontamento de irritação como "a sério que não vais tirar a carroça daí, amiguinho?" ou "isto faz-se? Por amor da santa!"). Deixo passar, espero, não reclamo de forma a que os outros oiçam e partam para uma murraça... nada, nadinha. Mas há uns três dias alguém me tirou do sério.
Acho que já não estava particularmente bem humorada, mas no meio da anarquia que é o trânsito, uma pessoa fica ainda pior. Eu, apesar de não reclamar vivamente (sim, eu tenho medo de um potencial louco que saia do carro e me desfaça em pedacinhos), fico passada, possessa, lixada e raivosa por ver , especialmente, carros estacionados em segunda e terceira mão e parados no meio da rua. É uma autêntica falta de respeito! Fazem das estradas parques de estacionamento sem o mínimo esforço e a polícia não mexe uma palha! (Enfim, não vou continuar, só de pensar no assunto já estou a ficar nervosa.)</span>
Continuando: eis que, depois de passar tantos obstáculos, chego ao cruzamento da minha rua e está um carro, literalmente, no meio da "boca" da rua, que só por si já é apertada! No meio, obliquamente, a acabar de pôr os quatro piscas, como quem diz "não tenho mais sítio nenhum para estacionar e preciso de ir buscar o meu filho ali à creche, vou deixar o carro aqui no meio da rua, que depois até é mais fácil de tirar"! MAS O QUE É ISTO???? Passei-me, passei-me, passei-me. Quanta lata é preciso para fazer uma coisa destas? Juro que os quatro piscas já estavam ligados e que o condutor já se preparava para deixar a carripana no sítio onde o carro decidiu ficar. E, como tal, vai de carregar na buzina. Isto não há paciência nem boa vontade que aguente esta balbúrdia, falta de respeito e civismo que se vive no trânsito. Juro que fico com os nervos em franja só de escrever.