"Mensagem intersectada"
Por ter crescido num ambiente cheio de tecnologias e com um pai e um irmão super actualizados no que toca aos últimos aparelhos electrónicos e gadgets, sempre tive muito presente aquilo que estes "brinquedos" representavam. As suas vantagens e consequências.
Posso dizer-vos que nunca, nunca me passou pela cabeça ter completa privacidade a partir do momento em que comecei a usar telemóveis e computadores. Não são poucas as vezes em que envio uma mensagem e penso "se alguém intersecta isto vai-se rir à gargalhada". Ou seja: eu levo a questão da confidencialidade tão naturalmente que até chego a achar piada à coisa. Eu sei que o meu computador não é seguro, assim como o meu telemóvel; eu sei que, com uns pequenos truques, quem quiser entra pela minha vida dentro num piscar de olhos e tudo o que basta é querer. Apenas gosto de acreditar que não o farão.
Toda esta polémica que tem havido sobre o facto de os EUA fazerem escutas, romperam a privacidade de pessoas e organizações governamentais em busca de algo, para mim, é algo perfeitamente normal. Condenável? Sem dúvida. Mas digam-me, a sério: há alguém que ainda acredita que nós somos totalmente livres de fazermos o que quisermos, de dizermos o que quisermos?; há alguém - que nas suas totais capacidades intelectuais - não se aperceba que as tecnologias têm essa vertente e que tudo, em todo o mundo, é vigiado?
Se não têm, bem-vindos ao século XXI.