Remar contra a maré
Se eu fosse o Vìtor Gaspar, já me tinha demitido há muito tempo - não porque achasse que o meu lugar não era aquele ou tivesse a fazer um mau trabalho, mas sim porque nenhum dinheiro do mundo vale a calma e a paz, coisa que não se tem quando se está numa posição daquelas. Pelo contrário, a única coisa que sai na rifa do pessoal do governo são manifestações e insultos gratuitos. E o mesmo se aplica a Passos Coelho.
Se eu fosse Maria Luís Albuquerque, tinha a decência de nunca aceitar um cargo de tamanha importância, tendo em conta já estar mergulhada até aos cabelos na polémica das swaps.
Se eu fosse o Paulo Portas e visse quem tinha ido para aquele cargo essencial do governo, também me demitia.
Se um dia me pedissem para governar este país, por muito dinheiro que fosse, eu dizia que não - porque não estou para aturar tamanha confusão, tamanho povo (muitas vezes ingrato) e tantas preocupações em troca de um salário mais chorudo.
Posto isto, resta-me deixar os parabéns a todos os que aguentaram - e aguentam - estar lá durante tanto tempo. E ainda mais a Pedro Passos Coelho, a quem deixo uma especial vénia, por ainda ter esperança - e força e paciência, acima de tudo - para continuar à frente de Portugal. Ao contrário de tudo e todos, eu não o insulto, não o gozo nem faço tensões de o mandar para casa. No fundo, só tenho pena da sua teimosia e perseverança, sendo que me resta apenas desejar-lhe a melhor sorte possível.
Esta é e sempre foi a minha posição em relação ao governo actual, que nunca descredibilizei. Agora podem começar a atirar pedras, a dizer que eu não percebo nada disto, que isto e aquilo... mantenham apenas em mente que a minha posição não irá mudar, tal como eu sei que não irei mudar a vossa, seja ela qual for.